domingo, 19 de janeiro de 2020

ESPANHA 3 – ANDALUZIA 4: PUEBLOS BLANCOS E RONDA


“Toda Inspiração Começa em Branco”


Foto 1 - A famosa Ponte Nova (bastante antiga) é considerada uma das mais espetaculares de toda a Espanha, e tornou-se um símbolo monumental de Ronda.


1 – INTRODUÇÃO

Nesta quarta postagem da Andaluzia, apresento o roteiro realizado nos Pueblos Blancos e Ronda.

A Sierra de Cádiz, com um abundante patrimônio arqueológico, se estende ao norte da provincia de Cádiz em um passeio abrupto, saboroso, verde e emocionante: la Ruta de los Pueblos Blancos.


Foto 2 – Perspectiva da Serra de Cádiz com o encantador pueblo Grazalema.

Veja abaixo a tradução literal do site oficial de turismos sobre os Pueblos Blancos, entre os quais destaquei em letras maiúsculas os povoados visitados, que recomendo incluir no seu roteiro.

Fonte:


ARCOS DE LA FRONTERA, declarado Monumento histórico-artístico é um dos pueblos blancos mais célebres. Outros como UbriqueEl Bosque y Prado del Rey, são conhecidos não somente pela beleza de suas paisagens, mais também pelo seu artesanato.


Foto 3 – Perspectiva 1: Arcos de la Frontera e suas ruas cheias de surpresas e recantos aconchegantes.



Foto 4 – Perspectiva 2: Arcos de la Frontera e suas ruas cheias de surpresas e recantos aconchegantes.

AlgarAlgodonalesEl GastorPuerto Serrano y Villaluenga del Rosario formam também parte desta Rota. Assim como BenaocazBornosEsperaVillamartín y Olvera, cada um com suas festas, castelos e peculiaridades.

A rota penetra pelo Parque Natural de Grazalema, declarado Reserva de la Biosfera, de onde não podemos deixar de visitar a localidade do mesmo nome (GRAZALEMA), assim como ZAHARA DE LA SIERRA, com uma das paisagens mais espetaculares do entorno. Por último, Alcalá del Valle y SETENIL DE LAS BODEGAS, com a inusitada disposição das casas escavadas na montanha, seguido o curso do rio.


Foto 5 -  Setenil de las Bodegas apresenta uma inusitada disposição das casas escavadas na montanha.

Outras informações sobre alguns dos povoados estão no mesmo site oficial:


2 – QUANDO, COMO CHEGAR E CIRCULAR

Há duas épocas do ano ideais para percorrer a Ruta de los Pueblos Blancos, a primavera e o outono. Entretanto, o passeio pode ser feito em qualquer mês do ano.

Como a visita aos Pueblos Blancos pode formar parte de um percurso maior pela Andaluzia, o guia Espanha Total não recomenda os meses de julho e agosto para realizar a viagem, embora seja possível fugir do calor extremo passando algumas noites amenas na Serra de Cádiz. Entretanto em Sevilha e Córdoba você correrá o risco de encontrar temperaturas extremas.

O charme da “Ruta de los Pueblos Blancos” é poder parar ao longo do caminho para contemplar a paisagem e se deliciar com as surpresas que vão aparecendo. Isso somente é possível indo de carro.


Foto 6 – O monumento ao Toro de Cuerda, retrata uma atividade muito antiga e ainda muito popular em Grazalema, quando o touro é solto nas ruas da cidade.

A região dos Pueblos Blancos não é uma região de fácil acesso pelo transporte público. Os povoados são, na maioria, bem pequenos e incrustados na serra, de forma isolada, no meio da Sierra de Cádiz. Assim, a melhor opção é contratar uma excursão. Mas, fique atento, pois a maioria das excursões não incluem os povoados mais pitorescos como Arcos de la Frontera, Zahara de la Sierra, Grazalema, Setenil de las Bodegas, além de Ronda, que não é formalmente considerado um Pueblo Blanco, mas que é imperdível conhecer.

Partimos de Sevilha, para uma excursão personalizada TOUR PUEBLOS BLANCOS DE LA SIERRA DE CÁDIZ contratada a Agência Andalusian Roots, que recomendamos. No final da excursão pernoitamos em Ronda, já na Província de Málaga.

Segue abaixo os detalhes da excursão.

TOUR PUEBLOS BLANCOS DE LA SIERRA DE CÁDIZ


150334 Foto 7 – Paisagem graciosa, com o casario branco em Grazalema e a serra ao fundo.
Saída de Sevilha: 8.00h. Pick up no hotel.

Arcos de la Frontera (90km). Porta de entrada para a rota das aldeias brancas. Faremos uma caminhada guiada a pé com o Guia Oficial de Turismo da Andaluzia. Através de ruas estreitas e íngremes, nos aproximaremos de sua cidade velha, declarada Patrimônio Histórico.

Zahara de la Sierra (53km). No Parque Natural de Pinsapar, declarado Reserva Natural da Biosfera pela Unesco, encontra-se Zahara de la Sierra, com seu típico tecido urbano andaluz. Vamos admirar a paisagem de um dos pontos de vista e caminharemos por suas ruas até chegarmos à Torre do Relógio.

Molino y Almazara. Apenas 1 km de Zahara de la Sierra é um moinho interessante que abre suas portas em 1966 para difundir a cultura do azeite. Faremos uma visita guiada para nos instruir no processo de produção de azeite extra-virgem obtido pelo sistema tradicional usado na área. Vamos terminar com uma degustação do seu sumo de azeitona, acompanhado de alguns produtos típicos da Serra de Cádiz e um copo de vinho.

Grazalema (16km). Pitoresca cidade branca de Cádiz situada em uma paisagem impressionante que combina perfeitamente com sua arquitetura popular. Vamos ver a jóia da herança da cidade, e teremos tempo livre para navegar em suas lojas de artesanato e almoçar.

Setenil de las Bodegas (33km) Faremos uma visita guiada que nos permitirá descobrir a singularidade e extrema beleza desta cidade.Suas casas, algumas sob a rocha e outras nele ou dentro, imprimem diferentes níveis.

Ronda (18km) Entramos na província de Málaga, na Serrania de Ronda, terra de bandidos, impressionante por sua Ponte Nova e famosa por sua Plaza de Toros. Sentado sobre a massa de duas rochas cortadas ao pico e separadas pelo corte estreito e profundo do rio, torna indescritível o espetáculo dessa cidade. Após a visita à Plaza de Toros, faremos o check-in no Hotel Colón, Calle del Pozo, 1-3. Fim dos nossos serviços

Contatos:
Andalusian Roots: Silvia Martínez, General Manager
Fone: +34 605 66 05 60
E-mail: hello@andalusianroots.es


Foto 8  – O profundo desfiladeiro em Ronda, onde partes da cidade se implantaram no topo de duas montanhas, exigindo uma complexa obra de engenharia, no século 18, para unir as duas partes.


Você também pode pesquisar outras excursões através do Escritório de Turismo de Sevilha, capital da Andaluzia:

E-mail: Buzón Infoturismo<infoturismo@prodetur.es>
Sites:


3 – UM POUCO DA HISTÓRIA: PUEBLOS BLANCOS E RONDA


3.1 PUEBLOS BLANCOS

Os PUEBLOS BLANCOS tem este nome em razão de suas casas pintadas de branco, uma tradição muito antiga que tem como finalidade combater o calor, mas lhe dão o seu maior charme.

Estes vilarejos lindos e pitorescos estão localizados na província de Cádiz.

Toda a região dos pueblos foi ocupada pelos árabes durante muitos séculos e depois reconquistada pelos cristãos, retomada de novo pelos árabes e reconquistada definitivamente pelos cristãos em 1483.


Foto 9 – Paisagem de serras escarpadas, campos verdes, água e muitas perspectivas em Zahara de la Sierra.

As informações utilizadas nesta parte do texto tem como fonte o roteiro de carro pelos Pueblos Blancos e Ronda, do site: https://www.espanhatotal.com/arcos-de-la-frontera-cadiz/

Nos Pueblos Blancos, o folclore e os eventos da história são revividos de forma muito especial, em festas fazem parte do calendário turístico local, a exemplo dos Bandoleiros, das festas religiosas, onde se destacam as da semana santa e de outros santos populares, das corridas de touro, as históricas batalhas entre cristãos e mouros, além de muitas outras.


Foto 10 – Festa religiosa tradicional da Cruz de Mayo, em Arcos de la Frontera.
Foto 11 – Os “Encapuzados” fazem parte da celebração tradicional da Semana Santa, em Arcos de la Frontera.


ARCOS DE LA FRONTERA

Arcos de la Frontera é um dos mais lindos vilarejos na província de Cádiz, na Andaluzia. O vilarejo está localizado no topo de uma montanha, em uma posição privilegiada que domina toda a região ao redor. Muitas das suas casas ficam na beira de um abismo.

Foto 12 – Paisagem do rio Guadalete e dos campos, a partir do Mirador do Abade em Arcos de la Frontera.

Arcos de la Frontera conta com aproximadamente 31.000 habitantes, que vivem principalmente do turismo, da indústria, da agricultura e da pecuária. Arcos de la Frontera é a porta de entrada à Ruta de los Pueblos Blancos.


Foto 13 – Caminhando pelas ruas antigas e cheias de surpresas de Arcos. Perspectiva 1.



Foto 14 -  Caminhando pelas ruas antigas e cheias de surpresas de Arcos. Perspectiva 2.

Arcos já estava povoada nos tempos da pré-história. Foi um assentamento romano chamado coloniae Arcensium. Séculos mais tarde, dominada pelos muçulmanos, passou a ser conhecida como Arkos. A cidade foi retomada pelos cristãos em 1255.

Em 1962, a cidade foi tombada pelas autoridades espanholas, sendo declarada Conjunto Histórico-Artístico.

Veja mais em: Site: http://www.turismoarcos.com/index.php/es/

Foto 15 – Caminhando pelas ruas antigas e cheias de surpresas de Arcos. Perspectiva 3.


ZAHARA DE LA SIERRA

Zahara de la Sierra é o menor dos Pueblos Blancos e também um dos mais espetaculares, estando situado no alto de um monte, abraçando com suas casas um grande penhasco.


Foto 16 - Perspectivas e surpresas ao caminhar em Zahara de la Sierra.


Zahara de la Sierra (não confundir com Zahara de los Atunes, também na província de Cádiz) conta com unicamente 1.500 habitantes, que vivem principalmente da agricultura e do turismo.


Foto 17 – De repente lá está o verde campo e mais casas caiadas de branco, em Zahara de la Sierra.

Zahara foi declarada Conjunto Histórico Artístico em 1983, justificado por seu rico passado, que se evidencia nos monumentos, no traçado urbano de suas ruas com suas casas tradicionais, pela sua história e herança cultural. Além de suas belíssimas ruas caiadas de branco, balcões floridos e seus magníficos mirantes.

Foto 18 – Zahara de la Sierra é graciosa e pequenina como esta pracinha no centro do povoado.

GRAZALEMA

Entre todos os vilarejos visitados na rota, Grazalema é provavelmente o mais gracioso e o melhor cuidado de todos.


Foto 19 – Observe este encanto de pracinha em Grazalema.


Grazalema é um vilarejo pequeno que tem pouco mais de 2.000 habitantes, vivendo, principalmente, da agricultura e o turismo.


Foto 20 – Que tal almoçar nesta graciosa praça de alimentação em Grazalema?


Grazalema já estava povoada nos tempos da pré-história, mas sua origem data dos tempos da colonização romana. Ela foi ocupada pelos árabes em 715 e reconquistada pelos reis cristãos em 1485.

Este povoado fica no coração do Parque Natural de la Sierra de Grazalema e, curiosamente, é um dos pontos da Espanha onde mais chove ao longo do ano.

Veja mais em:


SETENIL DE LAS BODEGAS

Setenil de las Bodegas é um dos mais pitorescos povoados, pois chama a atenção pelas suas edificações encravadas nas rochas.


Foto 21 – Perspectiva 1: Edificações encravadas nas rochas, em Setenil de las Bodegas.

Com efeito, a principal atração do vilarejo é a impressionante fenda aberta pelo rio Guadalporcún com suas casas construídas, de forma inacreditável, dentro das rochas.


Foto 22 - Perspectiva 2: Edificações encravadas nas rochas, em Setenil de Las Bodegas.

Setenil de las Bodegas conta com 3.000 habitantes, que vivem principalmente da agricultura e do turismo.

Veja mais em:



Foto 23 – Perspectiva 3: Edificações encravadas nas rochas, em Setenil de Las Bodegas. 


3.2 RONDA

Ronda, na província de Málaga, é uma cidade repleta de lugares interessantes para ver e conhecer.

Apesar de não ser possível definir Ronda como um pueblo blanco, ela deve ser o ponto final perfeito para o passeio.


Foto 24 - Perspectiva 1: Caminhando pelas ruas de Ronda.

Foto 25 - Perspectiva 2: Caminhando pelas ruas de Ronda.


As origens de Ronda são celtas, que a batizaram de Arunda no século VI a.C. Os gregos, que a chamaram de Runda, antecederam os romanos que a conquistaram posteriormente. Como todas as cidades e vilarejos visitados no roteiro, Ronda foi ocupada pelos muçulmanos, que invadiram a Península Ibérica em 711.

O primeiro conquistador árabe da cidade passou a denominá-la Izn-Rand Onda (a cidade do castelo). Durante a dominação árabe, ela foi capital da província de Takurunna.

Em 1485, Ronda foi reconquistada por Fernando el Católico. Séculos mais tarde, a invasão das tropas de Napoleão foi particularmente destruidora, arrasando o castelo de Ronda.

Na época posterior a saída dos franceses, Ronda foi alvo do interesse de escritores românticos como Washington Irving, Mérimée, Ford ou Doré, para os quais a cidade era uma grande fonte de inspiração.

Ronda era um dos lugares preferidos de Alexandre Dumas, Ernest Hemingway, Rainer Maria Rilke e Orson Welles.


Foto 26 – Uma homenagem aos “viajeros romanticos” em Ronda.


Ronda tem aproximadamente 36.000 habitantes, que vivem da agricultura, da indústria e dos serviços, com destaque para o turismo. Ronda é um importante destino turístico de quem está de férias na costa sul da Espanha, que visita a cidade durante o dia e volta para dormir no seu hotel situado na costa.

A localização de Ronda é espetacular. Ocupa um planalto cortado pelo rio Guadalevín e está rodeada por montanhas. A fenda aberta pelo rio, conhecida como el Tajo, criou uma paisagem pitoresca e fantástica.

Veja mais em:


4 - PRINCIPAIS ATRATIVOS E ROTEIRO

O encanto de conhecer os Pueblos Blancos está em percorrer as ruas e se surpreender com os cantinhos charmosos aparecendo ao longo da visita.

Todos possuem uma infraestrutura própria e uma sinalização adequadas ao turismo. Todos são muito acolhedores!

O primeiro ponto do percurso na rota pelos povoados brancos foi Arcos de la Frontera.


4.1 PUEBLOS BLANCOS – PRINCIPAIS ATRATIVOS


ARCOS DE LA FRONTERA

O encanto em Arcos de la Frontera assim como em outros Pueblos Blancos não é a importância dos monumentos ou lugares isolados imperdíveis que você deve visitar de qualquer maneira, mas o conjunto que forma o povoado. Eles são destinos para serem vividos, percorrendo suas ruas e se deliciando com os pequenos detalhes, com os cantinhos charmosos, e com as surpresas que vão aparecendo ao longo do percurso.


Foto 27 – Monumentos antigos e detalhes preciosos podem ser descobertos ao se caminhar pelas ruas de Arcos de la Frontera.

A seguir comento alguns pontos interessantes do nosso percurso em Arcos de la Frontera:

Sugiro um passeio, iniciando na Plaza Del Cabildo. No Centro de Turismo, pegue a brochura: RUTA MONUMENTAL com os edifícios históricos e lugares emblemáticos.


Foto 28 – A Plaza del Cabildo pode ser considerada o coração da cidade de Arcos e reúne edificações de valor histórico e cultural como o edifício do Ayuntamento (Prefeitura).

NA PLAZA DEL CABILDO:

Esta praça é um dos pontos mais importantes de Arcos que concentra os edifícios mais importantes como a Basílica Menor de Santa Maria de La Asuncion, o Castillo Ducal (origem do Álcazar militar de época muçulmana), o Ayuntamento (Prefeitura) e o Parador de Arcos de la Frontera. Do Balcón de La Pena Nueva, você pode apreciar uma vista belíssima.


Foto 29 – A imponente Basílica Menor de Santa Maria de La Asuncion, na Plaza del Cabildo, em Arcos.

PELA CALLE NUEVA/ ESCRIBANOS / BOTICAS / SAN PEDRO / ABADES

Você chega até o misterioso Círculo Mágico.

O círculo tem um significado importante nas correntes filosóficas que representa o movimento eterno, cíclico, o infinito, o começo e não final, incluído na roda da vida, simbolizando o mundo espiritual, o sagrado e o divino. Este círculo de proteção era fruto da tradição muçulmana, pois este tipo de ritual se realizava no local onde havia uma mesquita. El Círculo Mágico fica na Calle Alonso de Baena.


Foto 30 – Em frente a este templo se encontra o misterioso Círculo Mágico em Arcos.

Mais adiante estão a Casa Palácio del Mayorazgo e a Igreja San Pedro.


Foto 31 – Detalhe da fachada da bela Igreja de San Pedro em Arcos.

Logo adiante está o Mirador dos Abades com uma bela vista do rio Guadalete e dos campos.


Foto 32 – Após passar por este gracioso arco, você será presenteado com uma estupenda paisagem, do Mirador dos Abades.



O escritório de turismo de Arcos de la Frontera fica na Calle Cuesta de Belén. Ao passar pela sua frente, aproveite para entrar, pois há uma maquete muito interessante de Arcos de la Frontera no seu interior.


ZAHARA DE LA SIERRA

Não há muitos lugares imperdíveis em Zahara e isso forma parte do seu charme. Zahara é um destino que vai encantar quem procure paz e tranquilidade em um entorno paisagístico absolutamente espetacular. Percorra o vilarejo e suas ruas charmosas, seu castelo, seus bares e restaurantes.


Foto 33 – Uma das ruas principais do centro de Zahara de la Sierra.

Em Zahara se destacam:

IGREJA SANTA MARIA DE LA MESA, do século 17, terminada em 1755, na Plaza de Zahara, S/N. Vale a pena conhecer o seu interior e as suas imagens.


Foto 34 – Praça principal e a Igreja Santa Maria de La Mesa (1755) em Zahara de la Sierra.

CASTILLO E TORRE DEL HOMENAJE, do século 13 ao 15. O povoado era bem fortificado por uma extensa muralha. Hoje, são poucos os remanescentes que ficaram da antiga vila medieval, mas podemos ter uma ideia do seu aspecto original.


Foto 35 – Alguns trechos de muralhas ainda podem ser vistas em Zahara.

CAPILLA DE SAN JUAN DE DIOS LETRAN: Pequena igreja construída, em 1958, sobre o solar que ocupou a antiga ermida do mesmo nome.


Foto 36 – A modesta Capilla de San Juan de Dios Letran em Zahara.

ANTIGA IGLESIA MAYOR: Parte do conjunto visto atualmente (estrutura, construção e uso) formou parte da Iglesia Mayor edificada pelos cristãos, depois da primeira conquista de 
Zahara em 1407.

Perto de Zahara, a apenas 500 metros da cidade, está o Moinho El Vínculo que produz o azeite da maneira tradicional. O moinho foi construído em 1755, um nobre que pertencia a Real Maestranza de Caballería de Ronda. Você pode visitar o lugar, saborear uma degustação dos produtos e ainda levar para casa de lembrança. O óleo de oliva é excelente!


Foto 37 – Tradicional moinho fabricante de óleo de oliva e outros produtos, próximo a Zahara de la Sierra.



Foto 38 – Produtos artesanais vendidos no Moinho El Vínculo.


GRAZALEMA

O encanto em Grazalema e em outros Pueblos Blancos é que não contam com monumentos ou lugares imperdíveis que você deve visitar de qualquer maneira. São destinos para serem vividos, percorrendo suas ruas e se deliciando com os pequenos detalhes, com os cantinhos charmosos, com as surpresas que vão aparecendo ao longo da visita.


Foto 39 – Perspectiva 1: Graciosa pracinha em Grazalema.

Grazalema é rica em festas populares. Os bandoleros são festejados (outubro) com a tradicional festa Sangre y Amor en la Sierra, herança do bandoleirismo. Também acontece a corrida Toro del Cuerda, uma das mais antigas da Espanha e populares, além da Festa dos Mouros e Cristãos que simboliza as históricas revoltas fronteiriças entre os mouros e os cristãos durante a conquista cristã.

Aproveite para dar uma volta pelo vilarejo. Na rua principal há várias lojas que vendem produtos típicos da região.


Foto 40 – Perspectiva 2: A Paróquia de La Encarnation em Gazalema.

Visite a Paróquia de La Encarnation, na Plaza Pequeña, e conheça o monumento dedicado ao Touro de Corda: Ao Toro de Cuerda de Grazalema na Calle Agua.


 Foto 41 – Perspectiva 3: O monumento ao Toro de Cuerda em Grazalema.

Grazalema é muito menor que Arcos de la Frontera, então sua visita vai demandar menos tempo. Aproveite a grande oferta de restaurantes para fazer sua refeição aqui. A truta é um dos pratos típicos da região e você poderá experimentá-la.


Foto 42 – Aproveite para almoçar nesta encantadora Praça. Há muitas opções de restaurantes em Grazalema.

SETENIL DE LAS BODEGAS

Por sua peculiar topografia e terreno acidentado, os edificações de Setenil são inusitadas em sua arquitetura adaptativa, incrustadas sobre, sob ou no interior de rochas.


Foto 43 – Perspectiva 1: Paisagem em Setenil.

Foto 44 – Perspectiva 2: Paisagem em Setenil.


A configuração dos mirantes e ruas de Setenil tem impacto visual muito forte no observador. Neste cenário destacam-se as ruas Calles Cuevas del Sol y Cuevas de la Sombra.


Foto 45 – Perspectiva 3: Paisagem em Setenil.

Foto 46 – Perspectiva 4: Paisagem em Setenil.


Ambas as ruas correm paralelas, uma em cada lado do rio Guadalporcum, e possuem uma beleza especial, pois estão situadas embaixo da rocha. Entre os mirantes se destacam: Mirador del Lizón e Mirador de la Villa.

Aproveite para dar um passeio pela parte inferior do vilarejo, onde há vários bares e lojinhas.


Foto 47 – Perspectiva 5: Paisagem em Setenil.


4.2 RONDA – PRINCIPAIS ATRATIVOS

Torna-se necessário evidenciar a fama de cidade romântica que Ronda assumiu e cultua ainda hoje. Ronda segue sendo uma cidade romântica por excelência, pequena, misteriosa, encantadora e cheia de atrativos, “perdida nas montanhas”, rodeada de pequenas cidades, em lugares quase inacessíveis: chegar a Ronda estava reservado àqueles que se arriscavam a aventurar por difíceis e perigosos caminhos, mas que hoje se chegam a eles com facilidade.


Foto 48 – A imponente Ponte Nova permitiu unir e tornar Ronda mais acessível para os viajantes.



VIAJEROS ROMÂNTICOS E PERSONAGENS DE RONDA

São muitas as referências e testemunhos que temos de escritores famosos europeus e americanos do século 19, que descrevem Ronda a perfeição, em relação ao seu ambiente, vestuários, mercados e atos de sua tradição. As impressões e o testemunho que deixaram os viajeros de sua passagem por Ronda é muito comovente, porque vinha do mais profundo do seu ser, o que hoje segue ocorrendo. Descreveram tradições, modos de vida, as cores populares e os locais da terra, os males e a dignidade do povo.


Foto 49 – Os Viajeros Românticos deixaram muitas referências e testemunhos da paisagem cultural de Ronda.

Muitos artistas, incluindo pintores e escultores, famosos ou não famosos, cantaram a beleza e se apaixonaram por Ronda, deixando para a posteridade suas impressões sobre a cidade, são os VIAJEROS ROMÂNTICOS.

Em memória desses escritores e artistas, famosos e nem tanto, foi construído um belo e justo monumento.


Foto 50 – Este lindo monumento foi dedicado aos Viajeros Românticos em Ronda.

Ronda é uma cidade que preserva a memória de seus filhos célebres e de seus visitantes. A cidade retribui e honra este legado, homenageando estes viajantes, além dos personagens mais conhecidos de sua história. Artistas, políticos de destaque e, claro, os toureiros de famosas dinastias foram congratulados com registros, estátuas, museus, monumentos e passeios. 

Visite o mirante/paseo Blas Infante que você pode acessar através da Plaza del Toros.


Foto 51 – Paseo Hemingway, uma homenagem de Ronda ao iluste escritor que dedicou parte de sua obra a Ronda.




Foto 52 – Paseo Orson Welles, uma homenagem de Ronda ao ilustre diretor e escritor que deixou suas cinzas em Ronda.


BANDOLEROS DE RONDA

Falar do Bandolerismo em Ronda é falar dos mistérios, segredos e lendas que se escondem nas serras próximas à Ronda. Aqueles foragidos do sistema que não entendiam de leis, como piratas em um oceano de montanhas e vales, sem autoridade concedida, mas a favor do povo e quando eram avistados ou chegavam ao porto, se sentiam orgulhosos de pertencer a uma mesma raça.

O bandolerismo existe desde que o mundo é mundo, mas foram os “viajeros românticos” que os converteram em autênticos heróis legendários.


Foto 53 – Museu dedicado ao Bandolerismo em Ronda, com um grande acervo.


As lendas dos bandoleiros atraíram escritores. E as histórias dos escritores atraíram turistas. Bandoleiros, escritores e turistas também chegaram por conta da "cultura taurina".

Para conhecer a história e o legado visite o Museu do Bandolerismo em Ronda. O Museu conta com um grande acervo do tema.



A TOURADA EM RONDA - PLAZA DE TOROS DE RONDA


Ronda se considera um dos berços da tauromaquia moderna (arte de tourear), surgida no século 18, em uma cidade onde se conservava muito viva a tradição da cavaleria, com uma corporação dedicada a arte equestre. As necessidades de defesa do território fizeram com que Felipe II fundasse em 1573 a Real Maestranza de Caballería de Ronda, para que se mantivesse o necessário manejo dos cavalos.


Foto 54 – A Plaza del Toros, em Ronda é uma das mais antigas e importantes da Espanha, pela sua história e tradição dedicada a arte de tourear.

As dinastas de toureiros da cidade fizeram história, e são consideradas as mais importantes de todo o país. Em muitos lugares da cidade, vemos estátuas que recordam suas façanhas e habilidades. Antonio Ordoñez, por exemplo, nasceu na cidade em 1932. As chamadas Corridas Goyescas, celebradas por primeira vez em 1954, para marcar a data festiva do bicentenário de nascimento do grande toureiro Pedro Romero (1754 – 1839), adquiriram importância a partir de 1972. Pedro Romero foi o mais célebre, neto de Francisco Romero, considerado o fundador da primeira escola de toureiro a pé. Francisco de Goya o imortalizou num quadro e Ronda o prestigiou em vários monumentos a ele dedicado.


Foto 55 – A Plaza del Toros, pelo seu caráter e beleza, é uma das mais monumentais que existe.

A Plaza de Toros de Ronda, por sua história, arquitetura, seu caráter e beleza é reconhecida como uma das mais antigas da Espanha e uma das mais monumentais que existe. A arena das touradas é propriedade da Real Maestranza de Caballería de Ronda.

A visita à Plaza também inclui o acesso a um pequeno Museu Taurino que está localizado no seu interior. Ver mais em: http://www.rmcr.org/es/visita.html


CENTRO HISTÓRICO
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A Puente Nova que atravessa o grande desfiladeiro, El Tajo, por onde corre o rio Guadalevin,  liga a parte moderna da cidade ao centro histórico.


Foto 56 – Atravessando a histórica ponte que une as duas partes da cidade de Ronda.

Um dos principais acessos é a rua Virgem de La Paz, que continua, após a ponte, através da rua Arminán, atravessa o setor histórico. Caminhe até a pequena Iglesia del Espiritu Santo. Na volta percorra a mesma rua e entre na rua do minarete de San Sebastian para se aproximar das muralhas. Mais adiante, siga pela rua Marques de Salvatierra.


Foto 57 – Perspectiva da pequena Iglesia del Espiritu Santo, em Ronda.


O centro histórico de Ronda, também conhecido como “casco antiguo” ou, simplesmente, “la ciudad”, é a parte mais antiga e preservada da cidade. É a parte mais bonita de Ronda, com ruas estreitas, igrejas, casas-palácio, museus, restaurantes e lojas.


Foto 58 – O antigo Convento de Santo Domingo, em Ronda.

Entre os lugares mais destacados da Ronda histórica estão a Puerta de Felipe V, o Palácio de Salvatierra, o Palácio de Mondragón (sede do museu municipal) a Iglesia Mayor e a Casa Consistorial (prefeitura).



Foto 59 – Iglesia de Santa Maria de La Mayor, construída no lugar de uma antiga mesquita, no centro histórico de Ronda.

A Plaza Duquesa de Parcent concentra um conjunto significativo como a Iglesia de Santa Maria La Mayor, o  Edifício do Ayuntamiento (prefeitura), levantado em 1734 e o Convento Santa Isabel.


Foto 60 – Edifício Ayuntamento, do século 18, em Ronda.

A Igreja foi levantada pelos Reyes Católicos que conquistaram a cidade, cuja obra se iniciou em 1485 e se concluiu, após muitas mudanças, no fim do século 17 no lugar da Mesquita.

Existem bares e restaurantes espalhados pelo centro histórico de Ronda, e também na parte mais moderna, frequentada pelos moradores da cidade.

Calle Nueva, a Calle José Aparicio, a Calle Espinel e a Plaza del Socorro, todas elas muito próximas do Puente Nuevo, estão repletas de bares e restaurantes.

O novo traçado urbano da cidade teve como consequência o aparecimento de novas espaços públicos, como a Praça de Espanha. Construída no princípio do séc. XIX, é uma das mais importantes e frequentadas da cidade. Nela, situa-se a antiga Casa Consistorial, de 1843, e transformada em Parador Nacional em 1994. 


PONTES DE RONDA

As pontes são consideradas os monumentos mais representativos de Ronda. Estas estruturas arquitetônicas alcançaram um nível de complexidade excepcional na cidade, devido à existência de um profundo desfiladeiro que tiveram que vencer.


Foto 61 – A arquitetura da histórica Ponte Nova alcançou um alto nível de complexidade, no século 18.

Para a construção da Ponte Nova (que é bem antiga), foram necessários dois projetos. O primeiro, de 1735, consistia num grande arco de 35m de diâmetro. A obra demorou 8 meses para ser finalizada, mas em 1741 colapsou-se, uma catástrofe que custou a vida de 50 pessoas. Dez anos depois, as obras foram reiniciadas e a Ponte Nova foi concluída somente em 1793.

De todas as pontes, a famosa Ponte Nova é considerada uma das mais espetaculares de toda a Espanha, e tornou-se um símbolo monumental de Ronda.

Verdadeira obra prima da engenharia, a Ponte Nova possui 98m de altura, e foi realizada com silhares de pedra. Ela está composta por 3 imensos arcos, sendo que o central possui 90m, além de 2 arcos laterais “menores”


Foto 62 – Os Jardines de Cuenca possuem mirantes de onde se observam diferentes perspectivas do desfiladeiro e da ponte em Ronda.




Foto 63 – A Ponte Nova observada dos Jardines de Cuenca.

A ponte teve o propósito de unir a parte mais antiga de Ronda com o bairro do Mercadillo, na cidade moderna. Ela permite atravessar el Tajo de Ronda, a fenda aberta pelo rio Guadalevín. A ponte foi construída com pedras extraídas do fundo da fenda.

Da Ponte Nova, podem ser apreciadas as chamadas Casas Colgadas (literalmente, casas penduradas), praticamente situadas sobre o precipício.

Existe um pequeno museu de interpretação da ponte, com acesso por uma pequena porta próxima do Parador Nacional.

EL TAJO

El Tajo, a fenda profunda (desfiladeiro) formada pelo rio Guadalevín, é outra das grandes atrações turísticas de Ronda. Este cenário foi utilizado na abertura da novela da rede Globo de Televisão "Deus Salve o Rei". Esta maravilha pode ser contemplada a partir de vários mirantes localizados nas proximidades da Ponte Nova.


Foto 64 -  El tajo, o profundo desfiladeiro na cidade de Ronda, observado do campo, na parte mais baixa.

Olhando na direção contrária ao Parador Nacional, podem ser vistos os Jardines de Cuenca, pendurados sobre o abismo.

Quem quiser curtir a vista mais clássica do El Tajo e da Ponte Nova, deverá descer por um caminho que parte da Plaza María Auxiliadora, na parte antiga da cidade.


MURALHAS  E PORTAS ISLÂMICAS

A localização de Ronda, em um promontório rochoso abrupto, lhe tem conferido ao longo da história um marcante valor estratégico e defensivo. Na época muçulmana, a medina era claramente delimitada tanto pela barreira natural da garganta escavada pelo rio Guadalevín quanto pelas próprias muralhas da cidade.

A muralha que protegia a cidade foi levantada no século 11 e algumas partes ainda podem ser observadas num passeio pelas ruas de Ronda, especialmente na face leste.


Foto 65 – Trecho remanescente das muralhas que protegiam a cidade no século 11.

Outro monumento bem conservado da época e de enorme importância são os Banhos Árabes. Eles foram construídos no bairro baixo, ou da Judería, no final do século 13. Um dos mais conservados de todo o país, o edifício está cercado por um muro e possuía um moinho que subia a água do riacho próximo, enviando-a depois a um aqueduto situado sobre os arcos, para então chegar à sala de banhos.


Foto 66 – A estrutura dos Banhos Árabes (do final do século 13) de Ronda é uma das mais conservadas de todo o país.

Próximo, dos banhos fica a Casa del Rey Moro e a Porta de Felipe V, esta última construída em 1742, durante o reinado do primeiro monarca da dinastia borbônica.


Foto 67 – A Porta de  Felipe V foi construída em 1742, em Ronda.

                                                  
Voltando no sentido norte, atravessando a Ponte Velha, onde se encontra a Fuente de los 8 canos e a Igreja de Nuestro Padre Jesus.


Foto 68 – Perspectiva 1: Ponte Velha, Fuente de los 8 canos, e ao fundo a Igreja de Nuestro Padre Jesus em Ronda.


Foto 69 – Perspectiva 2: Ponte Velha, Fuente de los 8 canos, e ao fundo a Igreja de Nuestro Padre Jesus em Ronda.



5 - OS MEUS FAVORITOS

NOS PUEBLOS BLANCOS

Melhor experiência: Visitar o Moinho El Vínculo - Moinho produtor tradicional de Azeite.
Melhor paisagem natural: Parque da Serra da Grazalema
Melhor arquitetura e traçado urbano: Arcos de la Frontera
Melhores mirantes (miradores): Arcos de la Frontera e Grazalema.
Conjunto urbano inusitado: Setenil de Las Bodegas
Melhor decoração pública: “Cruz de Mayo” em Arcos de la Frontera

EM RONDA

Melhor experiência: Caminhar pelas ruas de Ronda  
Melhor arquitetura antiga monumental: Puente Nova
Melhor paisagem: El Tajo (Desfiladeiro cortado pela Ponte Nova)
Melhor Espaço Público: Paseo Blas Infante


6 – CONCLUSÃO

E para finalizar um agradecimento especial aos guias dedicados e experientes Sílvia e Pablo, da “Andalusian Roots” que nos proporcionaram uma viagem inesquecível, e a minha companheira de viagem Socorro Aragão pelos bons momentos de descoberta e compartilhamento. Veja a nossa foto em Ronda.


Foto 70 – Posando com nossos guias dedicados e experientes Silvia e Pablo, da “Andalusian Roots”.

Os Pueblos Blancos são encantadores! A visita aos mesmos é imperdível em uma rota pela Andaluzia. Eles são destinos para serem vividos, percorrendo suas ruas e se deliciando com os pequenos detalhes, com os cantinhos charmosos, com as surpresas que vão aparecendo ao longo da visita.

Ronda é exuberante, com suas paisagens impactantes e o seu rico patrimônio histórico e cultural, além do romantismo que paira no ar.

Até a próxima parada em Granada. Nossa última parada na Andaluzia.