domingo, 8 de março de 2020

ESPANHA 3 - ANDALUZIA 5: GRANADA


1 – INTRODUÇÃO

Foto 1 – Do alto dos Jardins da Alhambra, você se deslumbra com as belas perspectivas da cidade de Granada.


Esta é a última postagem do ciclo ANDALUZIA, sobre a cidade de GRANADA. Veja as outras postagens que integram este roteiro que compreende:

ANDALUZIA 1 - CORDOBA
ANDALUZIA 2 - SEVILLA
ANDALUZIA 3 - CADIZ E JEREZ DE LA FRONTERA
ANDALUZIA 4 - PUEBLOS BLANCOS E RONDA

Foto 2 – Na antiga fortaleza arábe – Alcazaba -  a solidez das muralhas e torres protegiam os árabes de seus inimigos.


Começo esta postagem pelo início da primeira do roteiro na Andaluzia:

Cristãos, mulçumanos e judeus viveram lado a lado na Espanha (na ANDALUZIA ou AL – ANDALUZ como a chamavam os árabes) durante oito séculos, um período de enorme efervescência cultural e artística. Depois da expulsão dos mouros no século 17, no entanto, grande parte de seus conhecimentos, habilidades e artes se perderam.
(Webster, Jason. Andaluz: Desvendando os Mistérios da Espanha Moura. 2007, Editora Rocco)


PUERTAS ABIERTAS


Foto 3 - Portas da Alhambra 1 – Diversos portais sinalizam para um mergulho no passado do lugar chamado Al Andaluz (Palácio del Generalife).


Al pasado. Al futuro.
A la fusión. A la mezcla.
Al Norte. Al Sur. A las estrellas.
A la historia. A la vanguardia.
A la noche. Al horizonte.
A la aventura. A la contemplación.
Al cuerpo. A la mente.
A la fiesta. A la cultura.
(Fonte: Guia Oficial da Cidade de Granada)

Foto 4 - Portas da Alhambra 2 – Diversos portais sinalizam para um mergulho no passado do lugar chamado Al Andaluz (Palácio Nazarie).


Granada tem vários milênios de história, abrigando em um distante passado os pri­meiros habitantes da Península Ibérica. Depois vieram os fenícios, cartagineses, romanos e visigodos que se al­ternaram até a chegada dos muçulmanos em 711. Os oito séculos de presença islâmica na Espanha são considerados como o período mais resplandescente da história de Granada.

Foto 5 – A posição estratégica imponente fortaleza árabe (Alcazaba) foi determinante no longo tempo de resistência, na luta contra os inimigos.

Granada destacou-se na história como capital dos reinos muçulmanos Zirida (século XI) e Nasrida (séculos XIII a XV). Ela foi o último baluarte da Espanha muçulmuna, conhecida como "Al-Andalus." A cidade foi reconquistada pelos Reis Católicos em 1492, depois de quase 800 anos de ocupação árabe. Após a reconquista, manteve-se como capital do reino castelhano de Granada

Por tudo isso, Granada é uma das cidades espanholas mais marcadas pela influência árabe, sendo a escolha ideal para aqueles que querem aprender um pouco mais sobre a história e legado desta rica cultura, em especial a música, arquitetura e artes em geral.

Foto 6 – A arquitetura magnífica de um dos Palácios Nazaries (Palácio de Comares), com iluminação noturna.

Granada possui dois monumentos extraordinários e preservados de influência árabe declarados pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade: o complexo de palácios denominado La Alhambra, incluindo o vizinho El Generalife e o Albaicín, o antigo bairro árabe de Granada, cheio de estreitas ruas e pequenas praças.

VEJA A TRADUÇÃO LITERAL DO GUIA OFICIAL DE GRANADA COM ALGUMAS ADAPTAÇÕES

Granada, uma cidade que, ao longo de seus 25 séculos de história, tem sido o orgulho de todos os que viveram, defenderam, perderam e venceram.

25 séculos de Granada legaram à cidade, além de seus nomes variados, seu caráter multicultural, sua diversidade de monumentos, obras de arte sagradas e seculares, suas raízes e sua pegada visual e sonora muito pessoal. Ibéricos, romanos, árabes, judeus e cristãos consideraram essa Granada deles que hoje representa o ideal de diversidade e convivência.

Foto 7  - Fortaleza de Alcazaba na Alhambra - Um dos símbolos do caráter multicultural e diversidade de Granada que representa o ideal de diversidade e convivência.

Desde o século XIX, Granada também tem sido palco do ideal romântico para aqueles viajantes que se dedicavam ao turismo: o americano Washington Irving, com seus Contos de Alhambra (1832), escritores deslumbrados, artistas e músicos de sua geração, contando sobre esse lugar “De magnificência bárbara” pela qual Victor Hugo também era apaixonado ou para Chateaubriand. Assim, Granada renasceu como um lugar mítico, mistura de história e lenda, inevitável para os viajantes de todos os continentes.

Foto 8 – Granada foi no início do século 18, palco do ideal romântico para viajantes que se dedicavam ao turismo, considerado um local de “magnificência bárbara”.

Granada também foi homenageada por Manuel de Falla e Federico García Lorca (Jardins del Generalife).

Na atualidade, Granada acolhe centenas hoje milhares de visitantes todos os anos, com todas as portas abertas.

Orgulhosa de seu passado. Olhando para o futuro.

Bem-vindo a Granada, a "Jóia Muçulmana" da Espanha!

Foto 9 – A Alhambra, o maior símbolo da Granada, deslumbrante ao por-do-sol, ressaltando o seu lugar mítico, mistura de história e lenda.

E para fortalecer toda esta inspiração copia abaixo o clássico GRANADA, de autoria de AGUSTIN LARA, interpretado por PLACIDO DOMINGOS.

Veja o vídeo com legenda em português: https://www.youtube.com/watch?v=ahel8dHeuuI
Granada, tierra soñada por mi
Mi cantar se vuelve gitano
Cuando es para ti
Mi cantar hecho de fantasía
Mi cantar, flor de melancolía
Que yo te vengo a dar
Granada
Tierra ensangrentada
En tardes de toros
Mujer que conserva el embrujo
De los ojos moros
De sueño rebelde y gitana
Cubierta de flores
Y beso tu boca de grana
Jugosa manzana
Que me habla de amores
Granada Manola
Cantada en coplas preciosas
No tengo otra cosa que darte
Que un ramo de rosas
De rosas de suave fragancia
Que le dieran marco
A la Virgen Morena
Granada
Tu tierra está llena de lindas mujeres
De…

Foto 10 – Granada, tierra sonhada por mim...Não tenho outra coisa para lhe dar que um buquê de rosas, De rosas de suave fragrância (Agustin Lara)



2 - GRANADA - DADOS GERAIS

Área: 88 km2
Localização geográfica: sudoeste da Espanha.
População de Granada:234.758 habitantes (2011)
Região Metropolitana: 523.845 habitantes (2011)
Comunidade autônoma que pertence: Andaluzia
Densidade Demográfica (habitantes por km²):  2.667,7 hab/km2
Administração: dividida  em oito distritos, que por sua vez se dividem em 36 bairros
Destaque da atividade econômica: Centro turístico importante, devido aos seus valiosos monumentos histórico-culturais representativos e à proximidade da estância de esqui em Sierra Nevada, bem como da região histórica das Alpujarras e da área balneária mediterrânica - Costa Tropical



3 - COMO CHEGAR E CIRCULAR

Granada está na região leste da Andaluzia, a 420 km de Madri, a 888 km de Barcelona e a 248 km de Sevilha.

No nosso roteiro pela Andaluzia, partimos de Ronda para Granada.

Os principais meios de chegar a Granada são:

De avião
O aeroporto de Granada está a 17km do centro da cidade. Atualmente a única companhia que faz voos para Granada é a Iberia, portanto, se você vier de fora da Espanha, terá que fazer escala em Madri, Barcelona ou algum outro aeroporto nacional.

De trem
A estação de trem de Granada está a 1km do centro da cidade na Avenida de Andaluces. Os ônibus locais nº 11, 3, 4 e 6 ligam a estação ao centro da cidade. Só existem rotas diretas para as principais cidades da Espanha: Barcelona, Madri, Valência e Sevilha.

No momento de nossa visita, não podemos utilizar o trem, pois as obras de conexão do trem rápido estavam sendo realizadas.

De ônibus
A rodoviária, um pouco mais distante do centro, mas com fácil acesso através do ônibus nº3, oferece rotas nacionais e internacionais. Os preços e destinos variam de acordo com a empresa, mas o ônibus é a forma mais barata de viajar pela Espanha desde Granada.

O tempo de viagem entre Madri e Granada é de 4 horas e 30 minutos. De Sevilha a Granada o tempo de viagem é de 2 horas e 30 minutos.


4 - COMER, BEBER E SE DIVERTIR A NOITE

gastronomia de Granada faz parte da tradição da cozinha arábico-andaluza, com forte herança árabe e judia, com uso de muitos condimentos e especiarias, tais como cominhocoentronoz-moscadacanelaamêndoa ou mel
Foto 11 - Temperos e Ervas? Especiarias exóticas, aromas e sabores? Granada é o lugar!

Além das tapas, entre os muitos pratos tí­picos de Granada há quatro delícias que você deve conhecer os PRATOS TÍPICOS DE GRANADA:

- habas con jamón. As habas são um tipo de feijão verde, carnudo, que é preparado na panela junto com pedaços de presunto curado. Podem ser servidas com um ovo frito por cima.
berenjenas com miel. Beringelas fatiadas, empanadas e servidas com mel de cana.
- cazón en adobo. Caçao cortado em cubos, temperado e frito.
- piononos. Os piononos são o doce mais tí­pico de Granada. Originários de Santa Fe, uma cidade vizinha, o nome homenageia o papa Pío IX. Consiste em uma fina lâmina de pão-de-ló enrolada como um minirro­cambole e banhada com uma calda.


Foto 12 – O doce mais típico de Granada – PIONONOS – em homenagem ao papa Pio IX. Experimente!!!
Outras atividades bem populares em granadas são:

Beber ótimos chás: Faz parte das raízes islâmicas de Granada. A cidade está repleta de agradáveis "teterías", ou casas de chá, onde você pode se sentar nas almofadas e desfrutar de uma grande variedade de chás árabes.

Foto 13 – Teterias (Casas de Chá) - Granada está repleta de casas de chás como esta.

Comer deliciosas tapas: Ao mesmo tempo em que a arte do "el tapeo" é uma paixão nacional, Granada é uma das poucas cidades onde se pode comer tapas grátis ao pedir uma bebida nos bares. Além disso, as porções são caprichadas.

Granada oferece uma animada vida noturna.

Sair "de marcha" à noite: Granada possui uma população universitária animada. A vida noturna é surpreendente e bastante eclética, com locais noturnos que vão desde casas de chá a bares de rock, discotecas, lounges e muito mais.

Tapas e vida noturna: Em um país repleto de bares de tapa, Granada reina absoluta. Ao pedir qualquer bebida em um bar, é muito provável que você receba de graça deliciosas tapas, que podem ser de queijo, azeitonas, jamón, peixe e muito mais.

O Mercado de San Agustín é uma boa opção para conhecer a gastronomia local similar ao que se pode ver em mercados em ou­tras cidades da Espanha, que se abrem aos visitantes.


5 - MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR E POR QUANTO TEMPO

As recomendações para visitar a Andaluzia são as mesmas para todas as cidades da Andaluzia e evite os períodos das grandes festas, quando tudo é mais caro e a cidade fica lotada. Melhor visitar Granada na primavera (entre maio e junho) e no outono (entre setembro e novembro), quando as temperaturas são amenas.

ATENÇÃO, ATENÇÃO!

Assim que decidir visitar Granada, reserve o ingresso para a Alhambra, um dos mais belos complexos arquitetônicos do mundo, construído pelos árabes, a grande jóia da Andaluzia e da Europa.

Foto 14 -  Detalhe 1 - Com certeza durante o dia, este magnífico e delicado trabalho de decoração nos Palácios Nazaries (Alhambra) seria melhor apreciado.


Estar em Granada e não visitar a Alhambra é o mesmo que estar em Roma e não visitar o Vaticano, guardada as devidas proporções.

Por conta da conservação e cuidados de preservação deste único conjunto histórico-cultural de inestimável valor e da grande demanda de milhares de visitantes, as visitas a Alhambra estão restritas!

Planeje o seu roteiro na Andaluzia e Granada em função de sua reserva confirmada para a Alhambra, com pelo menos 3 meses de antecedência!

Para comprar ingressos: http://www.alhambra-patronato.es/

Foto 15 - Detalhe 2 - Com certeza durante o dia, este magnífico e delicado trabalho de decoração nos Palácios Nazaries (Alhambra) seria melhor apreciado.

Não faça como eu que com dois meses de antecedência fui reservar minha visita a Alhambra e fiquei frustada pois todos os ingressos já estavam esgotados para a visita para os Palácios Nazaries, que são a jóia da coroa. Consegui reservar a visita noturna, que é restrita a alguns ambientes dos palácios.


Em virtude do calendário de celebrações e festas bem populares é possível que você queira participar e se planejar para visitar Granada em uma das comemorações festivas, listadas abaixo. Mas atenção, prepare-se para enfrentar multidões e pagar mais caro por isso.

ABRIL: Semana Santa: Os espanhóis celebram a Semana Santa em toda a Andalusia. Apesar da intensa religiosidade das comemorações - fiéis fazem a Via Sacra pelas ruas da cidade – há muita festa nas ruas e o ambiente bastante animado.

Foto 16 - Imagens no interior das Igreja de San Pedro e San Pablo em Granada.

MAIO: Las Cruces de Mayo: Como em toda a Andaluzia Granada celebra o festival das Cruzes de Maio nas primeiras semanas de maio. Enormes crucifixos decorados com flores coloridas são o ponto de partida das festividades espalhadas pela cidade, com danças e músicas tradicionais. Os nativos decoram as sacadas e pátios das casas com arranjos de flores, criando o ambiente ideal para as festas.

MAIO-JUNHO: Feria de Corpus Christi: Outro evento celebrado em toda a Andalusia, as festas de Corpus Christi significam uma semana inteira de touradas e outras festividades.

NOVEMBRO: Festival de Jazz de Granada: Todos os outonos, Granada organiza um dos festivais de jazz mais tradicionais da Europa, com shows durante todo o mês e a participação de músicos espanhóis e internacionais.

O guia Espanha Total recomenda no mínimo dois dias para visitar Granada, abaixo apresentados:

Um dia no centro histórico de Granada e em La Alhambra. Um percurso pelo centro histórico da cidade, visitando várias joias de Granada. De manhã são visitados o Cor­ral del Carbón, o Palacio de la Madraza, a Lonja de Mercaderes, a Capilla Real e a Alcaicería. A tarde está dedicada à visita a espetacular La Alhambra, incluindo El Ge­neralife, o Palacio de Carlos V, os Palacios Nazaríes e a Alcazaba.

5988 Foto 17 - Interior luxuoso do Palácio da La Madastra, cujo nome significa escola, sede da primeira universidade árabe da Espanha.

Um dia no Albaicín. O passeio visita o la­biríntico bairro de El Albaicín, incluindo a Real Chancillería, El Bañuelo, a Casa de Zafra, a Casa de Castril, a Casa de Horno del Oro, a Casa de Chapiz, para finalizar com vistas espetaculares a partir do Mira­dor de San Nicolás e uma visita ao Palacio de Dar Al Horra.

5947 Foto 18 -  Por-do-sol no Mirador de San Nicolas, tendo ao fundo o belo cenário da Alhambra.


6 - INFORMAÇOES TURÍSTICAS

A oficina de turismo de Granada fica No Corral de Carbón, calle Mariana Pineda (a leste da catedral): Tel (+34) 958 221 022.

Você pode encontrar um ótimo atendimento e farto material de turismo com dicas de serviços e localização.

Visite alguns sites que vão lhe ajudar a planejar sua viagem.

Oficial:

Outros:


7 - PRINCIPAIS ATRATIVOS E ROTEIRO


O centro histórico, onde está a maioria dos atrativos, é bem compacto e pode ser percorrido facilmente a pé. Para melhor orientação, no sentido nordeste – sudeste, fica um dos principais corredores, formado pela Calle dos Reyes Católicos e a continuação, chamada Carrera del Darro, que vai do Centro ao bairro Albaicin e Sacromonte no sentido perpendicular corre a Gran Via de Colon, na altura da Plaza Isabel la Católica, que liga a primeira a Avenida de La Constitucion. É neste trecho mais antigo que se localizam os principais atrativos.

Foto 19 -  Carrera del Darro, caminho para o bairro de Albaicin, o antigo bairro árabe de Granada.

Granada possui suntuosos palácios, ruas estreitas e mercados que remetem às suas raízes árabes, de onde um dos monumentos mais grandiosos e espetaculares é o complexo turístico Alhambra que deve nortear todo o seu roteiro nesta cidade.

Como chegamos em Granada, no fim da tarde, fizemos o seguinte programa.


PRIMEIRO DIA – TARDE E NOITE

BAIRRO DE ALBAICIN: MIRADOR DE SAN NICOLÁS COM VISTAS  PARA A ALHAMBRA

Planejamos ver o por-do-sol em um dos miradores e jantar em um dos restaurantes com melhores vistas. E caso houvesse tempo, tomar um chá na Teteria Alfaguara no Bairro do Albaicin.


Subimos o bairro do Albaicin para chegar até o Mirador de San Nicolas, com excelentes vistas para a Alhambra e apreciar o por-do-sol.


Foto 20 -  Por-do-Sol no Mirador de San Nicolas, com excelentes vistas para a Alhambra, um lugar mágico.
Fizemos uma visita rápida, na passagem para o Mirador, pelo bairro do Albaicin, que exploramos melhor no terceiro dia pela manhã.

BAIRRO DE ALBAICIN

O Albaicín, o maior e mais antigo bairro mouro da Espanha. O ambiente é bem interessante, com suas ruas e ladeiras estreitas e tortuosas que possuem casas de flamenco, cafés com terraços, muitos restaurantes e as melhores vistas da Alhambra.

MIRADOR DE SAN NICOLÁS

Está localizado no alto do bairro Albaicín. Este miradouro, que leva o nome da igreja construída ao lado, é o melhor lugar para se apreciar as vistas da Alhambra e da Sierra Nevada ao fundo.

Foto 21 – Estupenda paisagem observada do mirador de San Nicolas. Observe ao fundo a Sierra Nevada.

Além de ser o mirante mais conheci­do de Granada, é um dos lugares mais mágicos da cidade. Ele permite contemplar uma das vistas panorâmicas mais espeta­culares da grandiosa Alhambra de Granada, com seu Genera­life (à esquerda), os Palacios Nazaríes e o Palacio de Carlos V (no meio) e a Alcazaba (à direita). Ao fundo, podem ser vistas as montanhas que formam a Sierra Nevada.



Foto 22 - Fotografando a Alhambra do Espelho, no restaurante Huerto de Juan Ranas.

Na praça do mirante está a Iglesia de San Nicolás, que foi le­vantada no século XVI sobre uma antiga mesquita. Se o acesso à torre estiver aberto, vale a pena subir para contemplar uma vista muito especial de Granada.

Entre os restaurantes com as melhores vistas estão o Huerto de Juan Ranas, o Carmen de Aben Humeya, o Mirador de Morayma, o Estrellas de San Nicolás e o Alacena de San Nicolás. Recomendo o Huerto de Juan Ranas, onde jantamos.



Foto 23 - Restaurante Huerto de Juan Ranas, onde jantamos usufruindo da belíssima vista da Alhambra

Foto 24 - Restaurante Estrellas de San Nicolas, uma outra opção para vivenciar esta hora mágica com vistas espetaculares.

Outros atrativos próximos recomendados pelo Guia Espanha Total, que não visitamos por falta de tempo:


MIRADOR DE LA LONA (VISTAS PARA O CENTRO DA CIDADE)

É um dos mirantes do Albaicín que tem vistas para o centro da cidade e não para La Alhambra. O nome do lugar remete a uma fábrica de lonas para a ma­rinha, já desaparecida. O mirante permite contemplar o centro de Granada, com a in­confundível silhueta da sua Catedral. Também pode ser visto o Monastério de San Jerónimo. Aos pés do mirante está o antigo bairro árabe de al–Senēd, conhecido hoje como Cenete.

MONASTERIO DE SANTA ISABEL LA REAL – Um dos projetos mais importantes de Isabel la Católica em  Granada. A rai­nha era seguidora fervorosa da Ordem dos Franciscanos e levantou um convento no coração do bairro muçulmano, para moradia das frei­ras franciscanas que chegavam à cidade. O estilo mais tarde foi denominado gótico isabelino.

PLAZA DE SAN MIGUEL BAJO -  É uma típica praça do Albaicín, ro­deada por casas e pela Iglesia de San Miguel Bajo. Como era habitual na época, a igreja cristã foi construída, em 1530, sobre os restos de uma antiga mesquita.


SEGUNDO DIA - MANHÃ

O ponto inicial do roteiro foi a Plaza del Carmen.

PLAZA DEL CARMEN

Foto 25 – O elegante prédio da prefeitura da Cidade (Ayuntamiento) na Plaza del Carmem, centro do poder político local.

Centro do poder político local, onde se destaca o belo prédio ocupado pelo Ayuntamiento de Granada, a prefeitura da cidade. Delimitando a praça está a Calle Reyes Católicos, uma das mais importantes ruas de comércio de Granada. No outro extremo co­meça a Calle Navas, famosa pelos seus bares e restaurantes.

CORRAL DEL CARBÓN

Caminhe em frente e você encontra a porta monumental que da acesso à antiga Alhóndiga Yidida, renomeada Corral del Carbón quando Granada foi conquistada pelos Reis Católicos.

Foto 26 - Porta monumental que dá acesso ao Corral del Carbón, antigo espaço de comércio e armazenamento de cereais.

A alhóndiga era um prédio público que servia de encontro para os comerciantes e seus produtos, e que também servia de es­paço para armazenar os cereais antes de serem vendidos. Construída no século XIV, com uma localização estratégica, próximo da Alcaicería (o mercado da seda) e da Mesquita Maior. No pátio interior, há três andares onde estavam distribuídos os diferentes espaços da alhóndiga. No centro do pátio há uma pe­quena fonte com água (diz a lenda) dos rios Darro e Genil, os principais rios da cidade.

Foto 27 - Detalhe da Porta Monumental do Corral del Carbón.

PLAZA ISABEL LA CATÓLICA

Fica no encontro de duas das avenidas mais importantes de Granada, a calle Reyes Católicos e a Gran Vía de Colón.

Foto 28 - Plaza Isabel la Católica, em homenagem a rainha do mesmo nome, um dos marcos referenciais mais importantes de Granada.

No seu centro levanta-se um monumento que representa a rainha Isabel la Católica recebendo do navegador Cristovão Co­lombo os termos acordados da sua próxima viagem às Índias, com apoio da monarquia católica. É o episódio da história espa­nhola conhecido como Capitulaciones de Santa Fe.

Foto 29 – Monumento representando a rainha recebendo os Termos do Navegador Cristovão Colombo da sua próxima viagem às Indias.

O monumento em bronze, do artista Mariano Benllure, foi realizado em Roma em 1892, em comemoração aos 400 anos do descobrimento da América.

PALACIO DE LA MADRAZA

O termo madraza significa escola em árabe, e o pa­lácio foi a sede da primeira universidade de Granada, fundada em 1349 por Yusuf I, na época da presença muçulmana na Pe­nínsula Ibérica.

Foto 30 - Sede da primeira universidade de Granada fundada em 1349 – Palácio de La Madraza

Quando os Reis Católicos reconquistaram Granada em 1492, foi estabelecido, através das Capitulaciones para la entrega de Granada (os acordos assinados entre o sultão Boabdil e os Reis Católicos) que a madraza continuaria funcionando como centro de ensino.

Alguns destaques são: o magnífico oratório muçul­mano do século XIV e o Salón de Caballeros, salão nobre da prefeitura, com um magnífico teto mudéjar


LONJA DE MERCADERES

Espaço levantado em 1518 para servir de ponto de encontro entre comerciantes, princi­palmente da seda, um produto muito importante na economia de Granada. Aqui também se conferia a exatidão dos mecanis­mos de peso usados nos intercâmbios comerciais.

Foto 31 - Lonja de Mercaderes, ponto de encontro de comerciantes de Granada. Do lado direito está a Capela Real.


Na parte exterior do prédio, você vai poder observar, nos arcos inferiores da Lonja, escudos da cidade. A parte superior está en­feitada com símbolos dos Reis Católicos. Na fachada mistura-se o estilo renascentista e gótico, estilo conhecido como plateresco.


ALCAICERÍA – ANTIGO MERCADO DA SEDA

Ocupa o espaço do antigo zoco árabe, o mercado da seda. É um pequeno labirinto de ruas estreitas ocupado por lojas de artesanato típico. Ela foi fundada no século XIV em uma localização estratégica, próxima da Mesquita Maior.

Foto 32 – Antigo mercado da seda, hoje ocupado por  lojas turísticas.

Nove portas, que eram fechadas à noite como proteção, davam acesso ao mercado. Além do comércio da seda, na Alcaicería eram vendidos objetos de prata, roupas e outros produtos delicados. Hoje a Alcaicería está ocupada por lojas turísticas.

PLAZA DE BIB-RAMBLA

No coração do centro histórico encontra-se uma das praças mais importantes - Bib-Rambla. A praça é de origem árabe, nome herdado da porta Bab al-Ramla, na antiga muralha da cidade. Durante a presença árabe em Granada, a praça era o cenário de festas. Mais tarde, após a conquista cristã, foi utilizada para touradas e também para a queima de livros conde­nados pela Inquisição.

Um bom lugar para dar uma pausa e almoçar.


A CATEDRAL

No coração da cidade, fica grandiosa e bela Catedral. Em 1501, os monarcas católicos ordenaram construir a catedral como um símbolo do cristianismo no local da grande mesquita (Mesquita Mayor de Granada).

Foto  33 – Vista da imponente e grandiosa catedral de Granada, construída para ser o símbolo do cristianismo em Granada.

A construção imponente representa uma mistura de estilos, projetada como gótico (Enrique Egas), foi construída como renascentista e a fachada, projetada por Alonso Cano, é barroca. As imensas colunas da nave central causam espanto em relação à escala humana.

Foi dedicada a Virgen de la Encarnation e concluída em 1583.

Foto 34  – Fachada da Catedral de Granada, concluída em 1583, vista da janela do nosso quarto.

CAPELA REAL

Ao lado da catedral, na capela real, estão enterrados os restos mortais de Fernando e Isabel, os "Reyes Católicos" famosos por financiarem a viagem de Colombo ao novo mundo.

Alguns meses antes de morrer, em 1504, Isabel I de Castela (la Católica) assinou juntamente com o rei Fernando II de Aragão, a ordem de construir seu panteão em Granada, em uma capela perto da Catedral. Mas até 1521, ambos ficaram enterrados provisoriamente por anos perto de Alhambra, de onde os corpos foram transladados para esta capela Real.

A capela foi construída no estilo gótico tardio, conhecido na Espanha como isabelino.


SEGUNDO DIA – TARDE E NOITE

LA ALHAMBRA DE GRANADA


La Alhambra, principal construção árabe de Granada, é um dos mais belos complexos arquitetônicos do mundo, um espetacular fortaleza-palácio muçulmano que nos remete à história árabe da cidade. Os seus elementos construídos como tetos e paredes trabalhados detalhadamente, lindas fontes, esculturas e vastos jardins fazem da Alhambra o destino mais exótico da Europa e o mais visitado da Espanha.

Foto 35  – La Alhambra é considerada um dos mais belos complexos arquitetônicos do mundo.

O conjunto recebe o nome pelos seus muros avermelha­dos. Em árabe, qa’lat al-Hamra’ significa castelo vermelho. O complexo está localizado no alto da colina de al-Sabika, na ribeira esquerda do rio Darro, no oeste da cidade de Granada e diante dos bairros do Albaicín e da Alcazaba. O conjunto está localizado em um ponto estratégico, com vistas sobre toda a cidade e a ribeira, rodeado por muralhas e tem um formato irregular.

Foto 36 - Palácio del Generalife, parte do complexo, lugar de descanso dos sultões de Granada.

Os primeiros documentos históricos sobre La Alhambra são do século IX. Eles mencionam que Sawwar ben Hamdun, no ano de 889, teria se refugiado na Alcazaba. Com a chegada do primeiro rei da dinastía Nazarí, Muhammad Ibn Al-Ahmar (Muhammad I, 1238-1273), no século XIII, a re­sidência real finalmente foi estabelecida em La Alhambra. Este evento marcou o começo do período mais glorioso de La Alhambra. Várias reformas e melhorias foram efetuadas até 1391.

Carlos V ordenou a demolição de parte do complexo para poder construir o palácio com seu nome. A partir do século XVIII, La Alhambra foi abandonada.

A cidadela árabe compreende várias zonas distintas como a Alcazaba (fortaleza), o Generalife (palácio de verão e jardins), o Palácio de Carlos V e os Palácios Nazariies, coração da Alhambra e sede dos sultões, além da muralha. Nos palácios, viviam os sultões com muito luxo e conforto.

Foto 37 – Parte do complexo da Alhambra, a fortaleza (Alcazaba), principal ponto de defesa da cidade, teve a construção original no século 11.

Por conta do esgotamento dos ingressos, com dois meses de antecedência, a nossa visita a Alhambra ocorreu em dois períodos distintos:

À tarde: Visita às áreas externas: Generalife com os Jardins, o Palácio de Carlos V e a fortaleza (Alcazaba)

À noite (22 horas): Visita noturna aos Palácios Nazáries


VISITA DA TARDE

- EL GENERALIFE E JARDINS

Era o lugar de descanso para os sultões de Grana­da quando queriam fugir dos assuntos oficiais do palácio. Os jardins são floridos e simétricos, com muitos espelhos d’água.

Foto 38 - Palácio del Generalife ao fundo com os jardins simétricos, floridos e espelhos d’agua.

Ele ocupa as ladeiras do Cerro del Sol, que conta com vistas completas da cidade (com ruelas estreitas e casas brancas características da arquitetura islâmica) e dos vales do rios Genil e Darro. A interpretação mais popular sobre o significado do nome é de que seria o Jardim do Arquiteto (alarife).

Uma inscrição de 1319 explica que o jardim foi construído du­rante o século XIII e redecorado pelo rei Isma’il I (1314-1325).



Foto 39 – O palácio El Generalife e os jardins do entorno, utilizados para descanso.

Apesar da sua proximidade com La Alhambra e do estreito relacionamento entre os dois complexos, o Generalife não era con­siderado como parte do conjunto.

Jardines Bajos

Ocupam o espaço que existia entre o Palacio del Generalife e a Alhambra.

Os jardins foram construídos ao longo do século XX. Em 1921, quando o governo es­panhol comprou o Generalife, a opinião pública foi favorável à criação de um parque público no espaço que na época estava ermo.

Foto 40 -  Os Jardins do Generalife, foram construídos ao longo do século 20, como um espaço público para recreação da população de Granada.

O primeiro jardim que ficou pronto, em 1931, está situado na parte mais próxima do Palacio del Generalife. É um jardim-la­birinto, com roseiras e ciprestes.

Em 1951, foi realizada uma ampliação, inspirada em um jardim árabe, incluindo espaços com água e acrescentando mais ci­prestes. O projeto foi concluído em 1952 com um anfiteatro ao ar livre, onde é celebrado o Festival Internacional de Música y Danza de Granada.

Foto 41- Os Jardins foram ampliados tendo por inspiração o paisagismo árabe, rico em fontes, espelhos d’águas e ciprestes.

O Patio del Descabalgamiento, é a entrada principal ao Palacio del Generalife. A sua aparência externa é rural, como se fosse uma casa de campo e não um palácio.

Patio de la Acequia 

A entrada no Patio de la Acequia é feita pelo Pabellón Sur do palácio. Foi o pavilhão mais importante, mas hoje pouco resta de sua fachada. Um espelho d’água do canal de irrigação da Alhambra divide o pátio em duas partes. O espelho d’água está rodeado por pe­quenos jorros de água e tem um piso de pedra nos lados.

Jardines Altos

Faziam parte da área do Palácio do Generalife. Situados acima dele, ofereciam as melhores vistas do complexo. Seu elemento mais destacado, além das vistas do complexo do Generalife, é a Escalera del Agua, que conta com um corrimão por onde desce água dos canais de irrigação da Alhambra.

- PALÁCIO DE CARLOS V

Na passagem para o Palácio de Carlos V e Alcazaba, passamos pela Iglesia Santa Maria de la Alhambra.

A Mezquita Mayor foi derrubada após a conquista de Granada pelos Reis Católicos. O local foi usado para construir a Iglesia Santa María de la Alhambra, que foi concluída no século XVII. A igreja não tem particular interesse. Ela fica próxima ao Palácio.


6056 Foto 42 – Ao fundo, a direita, o Palácio de Carlos V, com obras iniciadas iniciadas no século 16, para servir de residência ao imperador Carlos V e sua família.

As obras do Palácio começaram em 1527 e foram concluídas unicamente em 1957, já no século XX, para servir de residência ao  Imperador Carlos V e sua família. O palácio é hoje a sede do Museo de la Alhambra (com ingresso gratuito), focado na cultura e na arte hispano-muçulmana. e no andar superior do Museo de Bellas Artes (com ingresso pago).


Foto 43  – Fachada do Palácio de Carlos V, um gigantesco palácio renascentista que contrasta fortemente com os palácios nasridas elegantes e delicados.

Webster descreve o Palácio de Carlos V:

E no meio de tudo aquilo, um gigantesco palácio renascentista semelhante a uma praça de touros construído pelo imperador Carlos V. Pesado e atarracado, era um constante lembrete da conquista da cidade feita pelos avós dele, em nome da cristandade: uma mensagem de afirmação de superioridade no coração  de uma civilização outrora orgulhosa que dizia: Isto é nosso”

O oposto do palácio nasrida, elegante elegante e delicado!

- ALCAZABA

A fortaleza Alcazaba, erguida na época das taifas, ainda no século 11, era o principal ponto de defesa da cidade. O complexo atual foi obra de Muhammad I, que levantou as for­tificações ao redor do antigo castelo e três novas torres: a Torre Quebrada, a Torre del Homenaje e a Torre de la Vela.

Foto 44 – A Alcazaba, fortaleza e palácio, erguidos pelos árabes, ainda no século 11.

Como re­sultado, a Alcazaba se tornou uma verdadeira fortaleza, onde o rei estabeleceu sua residência. Seu filho Muhammad II também residiu na Alcaza­ba, antes de mudar-se para os Palacios Nazaríes. Depois, a Alcazaba foi utilizada unicamente como fortaleza militar.

Foto 45 – Na Alcazaba, pisos e paredes de formas irregulares são resquícios das antigas moradias da guarda real e de suas famílias.

Ao norte, paredes e pisos formam figuras irregulares com casas de diferentes tamanhos mas com estruturas similares. Eram as moradias da guarda real e suas famílias.

A vista do alto é maravilhosa, permitindo contemplar a cidade de Granada, Sierra Nevada, a ribeira e os vilarejos nas redondezas.


- PUERTA DEL VINO

É a entrada principal à Medina da Alhambra e servia para conectar o distrito residencial e artesanal dentro da fortaleza amuralhada. É provavelmente uma das estruturas mais antigas do complexo.

Foto 46 - Porta do Vinho, principal entrada para a Medina da Alhambra.

Foi construída durante o reinado de Muhammad III (1302-1309), apesar de da decoração das fachadas ser de outros períodos.

Foto 47 - Porta do Vinho, construída no século 12 é provalmente uma das estruturas mais antigas da Alhambra.

Neste ponto, termina aqui a visita da tarde a Alhambra. Voltamos a noite para visitar os Palácios Nazaries.


- PALACIOS NAZARÍES

O conjunto conhecido como Palácios Nazaríes representa o que é de mais valioso e característico da arquitetura árabe.

Foto 48 – Conjunto dos Palácios Nazaries, o mais valioso e carcterístico da arquitetura árabe visto do Albaicin.




Foto 49 – Conjunto dos Palácios Nazaries, o mais valioso e característico da arquitetura árabe, visto da Alhambra.

Nota: As fotos acima foram capturadas antes da nossa visita a noite.


Sobre os Palácios Nazaries, Webster os descreve:

Alguma coisa em sua forma, a elegância de suas colunas, aos pares, finas como agulhas, refletidas em espelhos d’água ondulantes, seus textos de escultura delicada como cristais de neve, as arcadas secretas e infinitos arabescos, despertaram uma força incomum dentro de mim...

Foto 50 – O Pátio de Comares: “Elegancia de suas colunas...refletidas em espelhos d’água ondulantes...”

Pujante e belíssimo, como tanta coisa relacionada com a Espanha mourisca, o Alhambra também era uma mistura bizarra - uma mescla de estilos e arquiteturas de diferentes eras, tanto islâmicas, quanto cristãs.


Foto 51 – Detalhe 1 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos.



Foto 52 – Detalhe 2 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos.

Na verdade, os Palácios Nazaries estão formados por três áreas independentes. Os na­zaríes foram a última dinastía árabe que governou na Península Ibérica.

1 - O Mexuar corresponde com a parte semi-pública do palácio, ou selamlik, o lugar para a administração de justiça e dos assuntos de estado.
2 - O Palácio de Comares era a residência oficial do sultão.
3 - O Palácio de los Leones era a parte privada do palácio, onde estava localizado o harém.

As três áreas se diferenciam não só pelas suas funções, mas pelos seus estilos artísticos também. O Mexuar e o Palacio de Comares apresentam um estilo típico muçulmano. Já o Palácio de los Leones tem influências cristãs, provavelmente como resultado da amizade entre Muhammad V e Pedro I, el Cruel.

O palácio Alcazár Nazarí de Comares é marcado por belíssimos espaços, como o Patio de los Leones, cercado por 124 colunas de mármore e uma fonte no meio, com 12 leões.

O grande espelho d’agua do Pátio de los Arrayanes, que reflete com perfeição o céu e os belos arcos do palácio, é um dos cartões postais do lugar.

A Sala de los Abencerrajes é caracterizada pela decoração rebuscada. O teto, inspirado geometricamente no Teorema de Pitágoras, é uma versão estilosa do céu.


Foto 53 – Detalhe 3 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos.



Foto 54 – Detalhe 4 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos.

Os seus pátios são oásis e cheio de luz, as verdadeiras joias do lugar.

Pátio de los Arrayanes, no Palácio de Comares, tem assoalho de placas de mármores, colunas com capitéis de formas geométricas incompreensíveis.


Foto 55 – Detalhe 5 - Colunas com capitéis de formas geométricas incompreensíveis.


Pátio dos Leões, no palácio do mesmo nome, costumava ser o harém do rei. É um dos mais fotografados com seus tetos de muquarnas intricadas, semelhantes à stalactites de gelo e a fonte central cercada por doze leões de pedra, parecendo animais de um manuscrito medieval expandido em 3 dimensões.


Foto 56 – Pátio dos Leões, fonte central cercada por doze leões de pedra, parecendo animais de um manuscrito medieval expandido em 3 dimensões

Como chegar a Alhambra: É possível fazer a subida a pé, mas achamos uma grande perda de tempo, além do fato de que você já vai caminhar, e muito, visitando o complexo de La Alhambra.

A linha de ônibus que sobe até La Alhambra é a C3. O ponto inicial fica na Calle Padre Suárez, bem do lado da Plaza Isabel la Católica, que foi visitada no começo do roteiro. O ônibus é pequeno e conta com saídas frequentes.

Desça no ponto final da linha, Alhambra-Generalife, que fica próximo da bilheteria do complexo.

Para comprar ingressos: http://www.alhambra-patronato.es/



TERCEIRO DIA: MANHÃ


ALBAICIN (ANTIGO BAIRRO ARABE)

O bairro é completamente diferente de outras partes da cidade. Na época muçulmana contava com 40 mil habitantes e 30 mesquitas. Quando os Reis Católicos conquistaram Granada, todos os muçulmanos da cidade foram transferidos para o Albaicín.


Foto 57 – Perspectiva 1 - Ruelas do bairro árabe do Albaicin, um mergulho no passado árabe de Granada.

Com a posterior expulsão dos árabes, as mesquitas foram convertidas em igrejas. Em 1994, a UNESCO o declarou Patrimônio Mundial da Humanidade, reconhecendo seu rico conjunto de casas árabes integradas às casas construídas seguindo o estilo tradicional da Andaluzia.


Foto 58 - Perspectiva 2 - Ruelas do bairro árabe do Albaicin, um mergulho no passado árabe de Granada.
Parte desse percurso foi feito de passagem no primeiro dia, no fim da tarde.

INÍCIO: Plaza Nueva, no centro de Granada.


PLAZA NUEVA

Quando os Reis Católicos conquistaram Granada, teve início uma série de reformas urbanísticas que mudou a cara da cidade. No lugar ocupado pela antiga e pequena Rahbāt al–Hattābín, a “Praça dos Lenhadores”, foi aberto um novo espaço no estilo da Castela, completa - Plaza Nueva. Hoje a praça foi transformada em um ponto de encontro que reúne ao seu redor muitos bares, hotéis e restau­rantes.


Foto 59 – Plaza Nueva, parte das reformas urbanísticas que mudou a cara de Granada.

REAL CHANCILLERÍA

A Real Chancillería era um Tribunal de Justiça foi construída pelos Reyes Católicos em 1494, para tratar dos assuntos de justiça dos territórios da coroa ao sul do rio Tejo. Sua primeira sede estava na cidade de Ciudad Real. Mas a rainha Isabel quis transferir a Cancillería para Granada. O Imperador Carlos V, neto dos Reis Católicos, começou as obras da nova sede em 1531, finalizadas em 1587, já no reinado de seu filho Felipe II.



Foto 60 - Real Chancilleria, Tribunal da Justiça construído pelos Reyes Católicos em 1494.

A fachada, que é a obra em estilo maneirista mais importante na cidade de Granada, conta com dois níveis e três portas. No nível superior, uma janela central está coroada por um grande escudo da Espanha e duas figuras que representam a Fortaleza e a Justiça.

PLAZA DE SANTA ANA E IGREJA

Há dois elementos de destaque na praça. À direita, a Fuente de Plaza Nueva, uma das mais lindas de Granada, construída com pedra cinzenta.

Foto 61 - Igreja Santa Ana, construída no espaço anteriormente ocupado por uma mesquita em 1537.

Na frente, a Iglesia de Santa Ana y San Gil. Sua construção co­meçou em 1537, no espaço ocupado anteriormente pela mes­quita Jīma Almanzora. A única parte que restou da mesquita foi seu minarete, convertido em campanário mudéjar.



Foto 62  – Encantador chafariz, com água potável, na Plaza de Santa Ana, junto a Igreja Santa Ana.

IGLESIA DE SAN PEDRO Y SAN PABLO

Esta igreja nos estilos mudejar e renascentista foi edificada no século 16 entre os anos de 1559 – 1567. No seu interior observe as ricas imagens dos santos.

Foto 63 - Igreja de San Pedro e San Pablo, construída em estilo mudejar e renascentista. Observe a Alhambra no alto a direita.


CARRERA DEL DARRO

Uma das ruas mais charmosas e fotografadas de Granada. A rua, estreita e com algumas curvas, acompanha o rio Darro, sob o olhar da impressionante La Alhambra lá no alto. É a artéria principal que comunica o centro histórico de Granada com o Al­baicín, testemunha viva do passado árabe da cidade.

Ao longo do caminho, você pode observar, em alguns pontos, você pode observar (à direita) a perspectiva da Alhambra, no alto da colina. 


Foto 64 – Carrera del Darro, que comunica o centro histórico com o bairro do Albaicin.

EL BAÑUELO

Contem os restos de um hamman, que eram os ba­nhos públicos árabes, do século XI. Granada chegou a contar com 21 banhos espalhados pela cidade. É um dos restos arquitetônicos mais antigos da Granada muçul­mana, salvando-se da destruição de todos os elementos da cul­tura árabe que seguiu à conquista de Granada por parte dos Reis Católicos. Eles foram fechados décadas mais tarde, pelo rei Felipe II, que considerou o Bañuelo um lugar de pecado. El Bañuelo foi declarado Monumento Nacional em 1918.

CASA DE ZAFRA

No bairro, há várias casas ou palácios de arquitetura hispano-mulçumano que merecem uma visita, se você tiver tempo, como a Casa de Castril – onde hoje funciona o  Museo Arqueológico y Etnológico; a  Casa de Horno de Oro e a Casa del Chapiz. No entanto, escolhemos para visitar a Casa de Zafra, que recomendo.

Foto 65 - Patio da Casa de Zafra, de arquitetura hispano-mulçumana.

É um exemplo muito bem preservado de casa hispano-muçulmana, dos sécu­los XIV e XV. E também a sede do Centro de Interpretación del Albacín. A casa foi construída no século XIV, no período nazarí. Os na­zaríes foram a última dinastia muçulmana em Granada, até ser conquistada pelos Reis Católicos em 1492. Um convento (Convento de Santa Catarina de Siena) foi construído ao redor da casa, mas ela foi preservada.


Foto 66 - A Alhambra vista do Pátio da Casa de Zafra.

PASEO DE LOS TRISTES

Continuação da Carrera del Darro. Em português: Passeio dos Tristes. Este era o lugar por onde passavam os cortejos fúnebres a caminho do cemitério. Hoje, ao contrário, é um lugar vivo e alegre, com as casas do Albaicín de um lado, e a impressionante Alhambra do outro. Uma escultura, no começo do passeio, homenageia o bailaor fla­menco Mario Maya (1937-2008), que aprendeu sua arte dançan­do flamenco nas covas do Sacromonte de Granada.

Foto 67 - Paseo de Los Tristes – Escultura que homenageia o bailarino flamenco Mario Maya, que aprendeu a dançar nas covas do Sacromonte em Granada.

IGLESIA DEL SALVADOR

A Iglesia del Salvador foi levantada no lugar que era ocupado pela Mesquita Maior do Albaicín. A mesquita foi construída no final do século XIII por árabes vindos de outras partes de Al-Andalus. Em 1936, a igreja foi destruída por um incêndio e novamente reconstruída em 1950.

A nossa visita que inclui apenas o período da manhã, foi finalizada com um almoço na Calle de las Teterias. 


CALLE CALDERERÍA NUEVA / CALLE DE LAS TETERÍAS (TETERÍA ALFAGUARA)

Passear pela Calle significa dar um mergulho na Granada mais árabe. No passado, a Calderería Nueva era o endereço de ateliés que produziam todo tipo de peças artesanais, entre elas os cal­deirões que deram nome à rua.

Além das lojas, há várias casas de chá árabes (as teterías que dão o apelido à rua). A Calle Calderería Nueva termina na Calle Elvira.

A especialidade da Teteria Alfaguara são os chás, com um cardápio variado que inclui chás árabes (o tradicional té moruno, típico de Mar­rocos, é delicioso), além de chás orientais e outros tipos de in­fusões. A casa também oferece pratos da culinária marroquina, como falafel, cous cous ou tajín.

Foto 68 - Interior e decoração árabe da Teteria Alfaguara, onde degustamos um delicioso lanche.
Recomendo fortemente, apreciar os seus chás e pratos típicos.

Endereço: Calle Calderería Nueva, 7. Abre de Segunda a domingo, 13h a 24h.


8 - OS MEUS FAVORITOS EM GRANADA

Melhor conjunto urbano: Bairro de Albaicin
Melhor passeio: Alameda ao longo do rio Darro
Melhor vista do conjunto urbano: Dos miradores e de alguns pontos da Alhambra
Melhor ponto central: A catedral
Melhor local de compras: Conjunto de ruas comerciais, na Gran Via de Colon e Alcaíceria
Melhor experiência: La Allambra
Melhor experiência gustativa: Experimentar os chãs e temperos. Comer em um dos restaurantes do bairro de Albaicin.
Melhor espaço público: Calle Reyes Católicos / Calle Del Darro

9 - CONCLUSÃO

Granada é mágica e marcada pela influência islâmica com fortes registros e evidências da cultura árabe. A Alhambra possui um efeito mágico que fascina e transporta para um mundo diferente, de deslumbramento e ausência de tempo.

Segundo Webster, em Andaluz – Desvendando o Mistério da Espanha Moura, a Alhambra simboliza não só Al-Andalus, mas o que há de melhor daquele período de história do país; é uma das construções mais magníficas da Europa inteira, bem como do mundo islâmico. Sem o Alhambra os mouros poderiam nunca ter existido na imaginação da maioria das pessoas: como em um conto de fadas.

Com esta postagem termino a série do roteiro na Andaluzia!