sábado, 4 de abril de 2015

CHILE 1 - DESERTO DO ATACAMA


“Chile, Naturaleza que Conmmueve”. 
(slogan oficial do Chile, utilizado pelo Serviço Nacional de Turismo - SERNATUR)

1 - UMA INTRODUÇÃO
Depois de uma longa  pausa,  retorno com um fantástico conjunto de postagens sobre um país encantador, surpreendente e de paisagens estupendas – CHILE.

Eu planejei uma série de postagens para vocês que incluirão 4 (quatro) roteiros no Chile e 1 (um) na Patagônia Argentina, que realizei:

CHILE 1 – DESERTO DO ATACAMA
CHILE 2 – SANTIAGO
CHILE 3 - VALPARAÍSO E VINA DEL MAR
CHILE 4 - PATAGÔNIA CHILENA
ARGENTINA 2 - PATAGONIA ARGENTINA & BARILOCHE

Foto 1 – A belíssima Lagoa Minique, que fica a mais de 5.000 metros de altitude, no Altiplano do Deserto do Atacama.


A viagem foi realizada em 15 dias (sem incluir a viagem de ida para o Chile e retorno para o Brasil), no mês de novembro, e abrangeu 4 regiões do Chile.  O Chile está dividido em 15 regiões, 54 províncias (correspondentes aos estados brasileiros) e 346 comunas (correspondentes aos municípios brasileiros). As regiões visitadas foram:

II – Região de Antofagasta  – Capital da região: Antofagasta (Norte). Possui 3 províncias: Antofagasta (capital - Antofagasta), El Loa (capital Calama) e Tocopilla (Capital Tocopilla).
RM – Região Metropolitana de Santiago – Capital: Santiago (Central)
V – Região de Valparaíso – Capital: Valparaíso (Centro)
X – Região de Los Lagos – Capital: Puerto Montt (Sul)



Foto 2 – A paisagem da capital Santiago, tendo ao fundo a imponente Cordilheira dos Andes, vista do Parque Metropolitano (Cerro San Cristóbal).

2. ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O CHILE

O Chile é o país da América do Sul que possui um formato inusitado: uma longa e estreita faixa costeira, com largura máxima de 175 km (é o país mais estreito do mundo), e cerca de 4.300 km de comprimento. Está contido à oeste pelo Oceano Pacífico e a leste pela Cordilheira dos Andes, a maior cadeia de montanhas da Terra, com mais de 8 mil quilômetros, que vai da Venezuela (Norte) até a Patagônia (Sul). O Pais tem fronteiras, ao norte com o Peru, a nordeste com a Bolívia e a leste com a Argentina. Esta situação geográfica peculiar confere ao país uma diversidade de climas e de paisagens estupendas.


Foto 3 – Valparaíso, debruçada às margens do Pacífico, é uma cidade colinosa, vibrante, artística e colorida. 
O Chile tem todos os climas do planeta, com exceção do clima tropical: do deserto mais seco do mundo passando pelo clima do tipo mediterrâneo, ao centro, e atingindo o clima frio, com neve, sujeito a temperaturas árticas. Como resultado, as paisagens se alternam: ao Norte, o Deserto no Atacama, com vulcões, salares, cordilheiras e lagos; ao Sul: a Patagônia com florestas e pastagens, adornadas por cadeias de montanhas, vulcões, lagos e também a  Costa Sul, recortada por penínsulas, onde estão os fiordes, enseadas, canais e ilhas e, finalmente, o território gelado da Antárdida.  A paisagem dramática da Cordilheira dos Andes acompanha toda a fronteira oriental chilena e o litoral do Pacífico se estende por quase 6.500 km.

A área do país é de 756.950 km2, onde habita uma população de mais de 17 milhões de pessoas (estimativa para 2011), resultando em uma densidade de apenas 22km/km2.


Foto 4 - A cidade de Puerto Varas, a margem do imenso lago Llanquihues é a porta de entrada para a Patagônia Chilena.

2.1 UM POUCO DA ECONOMIA

O Chile é um dos países mais estáveis e prósperos da América Latina, com um alto indice de desenvolvimento humano.

O país tem uma economia dinâmica e caracterizada por um elevado nível de comércio exterior. Durante a década de 1990, a reputação do Chile era de um modelo desejável de reforma econômica. Políticas econômicas sólidas, mantidas constantes nas décadas de 80 e 90, contribuíram para um crescimento estável e reduziram significativamente as taxas de pobreza.  O país tem recebido um grande montante de investimentos estrangeiros e mantém acordos internacionais de livre comércio com vários países e blocos econômicos como Estados Unidos da América e a União Europeia.

O turismo no Chile também tem experimentado um crescimento sustentado nas últimas décadas. De acordo com o Serviço Nacional de Turismo (Sernatur), 2 milhões de pessoas por ano visitam o país. A maioria destes visitantes vêm de outros países do continente americano, principalmente Argentina, seguido por um número cada vez maior dos Estados UnidosEuropa e Brasil. O turismo de natureza se destaca, como a vocação mais forte do país.

Foto 5 – O Palácio de La Moneda, a histórica sede do Governo, um dos principais atrativos de Santiago.

 2.2 UM POUCO DA HISTÓRIA

Os habitantes nativos eram os Mapuches que habitavam o centro e sul e os Incas que dominavam o norte.
Os primeiros europeus, foram liderados por Fernão Magalhães que em 1520, descobriu o caminho das Indias, navegando do Atlântico para o Oceano Pacífico no ponto onde fica (hoje) a cidade de Punta Arenas, Patagônia.

Pedro de Valdívia, um militar e conquistador espanhol, fundou a cidade de Santiago, capital, em 1540 e foi governador por vários anos, no século 16.

O movimento de independência do Chile entre os anos de 1817 e 1818, liderado por Bernardo O'Higgins, libertou o país da histórica dominação espanhola.  A proclamação da república do Chile ocorreu no dia 18 de setembro de 1818.

Um dos maiores eventos bélicos do Chile foi a Guerra do Pacífico (1879-83), na qual o país venceu o Peru e a Bolívia e conquistou as regiões do norte.

O Chile vivenciou seu dramático “11 de setembro”, em 1973, que mudou radicalmente sua história, quando o golpe militar, chefiado pelo General `Pinochet derrubou o presidente socialista Salvador Allende. Foram 17 anos de ditadura (1973-1990), uma das mais sangrentas da América Latina, no século 20, que matou mais de três mil pessoas.

2.3 UM POUCO DE CULTURA

Os chilenos chamam seu país de "país de poetas". A poetisa, educadora e diplomata Gabriela Mistral foi a primeira chilena a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura (1945). O mais famoso poeta chileno, no entanto, é Pablo Neruda, que também ganhou o Prêmio Nobel de Literatura (1971), mundialmente conhecido por sua extensa obra que inclui como temas o romance, natureza e política.  As três casas de Neruda, altamente personalizadas, localizadas em Isla NegraSantiago e Valparaíso, são os atrativos turísticos mais populares.

Foto 6 – A memória do grande poeta Pablo Neruda, um dos maiores orgulhos dos chilenos, está em todos os lugares, como na obra deste pintor na Plaza de Armas (Centro de Santiago).

Também são reconhecidos mundialmente os escritores Roberto Bolano e Isabel Allende (filha de um primo de Salvador Allende).


2.4 UM POUCO DA GASTRONOMIA

O Chile é o paraíso para aqueles que apreciam peixes e frutos do mar.
Ao longo de toda a extensa costa chilena é possível achar uma variedade incrível de frutos do mar. Os peixes que você encontrará são: congro, corvina, mero, reineta e salmão, incluídos em pratos como o caldo de congro, congro frito, corvina ao forno com molho de mariscos, salmão com alcaparra; além de todo tipo de mariscos, como caranguejos, ouriços-do-mar, machas, ostras, choritos (mexilhões) em diferentes pratos.

Na zona norte, a cozinha típica tem a influencia das culturas atacamenhas e aymaras do altiplano andino, como também dos changos, povo pesqueiro da costa. O norte do Chile também é rico em peixes e mariscos. Em vales mais férteis, como o vale de Azapa, produzem-se frutas tropicais e também azeitonas, onde os pequenos produtores fazem azeite de oliva.

Na zona central, experimente as empanadas (de carne, queijo ou mariscos), os generosos sanduiches, a cazuela (cozido ou ensopada de carne e peixe), o pastel de choclo (pastel salgado de milho), as humitas (como as pamonhas brasileiras), os porotos granados (cozido de feijões), as lingüiças e diversos pratos com carne de bovino ou suíno.

Foto 7 – O Chile é rico em frutos do mar como pode ser visto em uma das bancas do Mercado Central, em Santiago.
Mais ao sul, na Patagônia, você pode desfrutar de carnes de animais não tradicionais como o javali e o avestruz, o famoso cordeiro assado no pau e as aranhas-do-mar. Existem lojas especializadas que oferecem geléias picantes ou de vinho, mel orgânico, condimentos mapuches como o merkén e excelentes azeites de oliva.

E PARA BEBER? Os vinhos chilenos são mundialmente reconhecidos por sua qualidade com variedade de cepas e preços para todos os orçamentos. Alguns dos melhores vinhos do mundo são produzidos nos vales vitivinícolas da zona central. A bebida tradicional é a famosa e deliciosa “caipirinha chilena"  o Pisco, ou "Pisco Sour", preparada com cachaça de uva, suco de limão, açúcar e clara de ovo. Uma delícia!



Ao longo do tempo, os pratos chilenos misturaram influências nativas e europeias. Nas grandes cidades se desenvolveu nos últimos anos uma ampla oferta de gastronomia fina criada com produtos típicos do Chile.

3. CHEGANDO EM SANTIAGO

Você chega ao Chile pelo Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez (www.aeropuertosantiago.cl), Pudahuel, a 20 quilômetros do centro da capital e a cerca de trinta minutos do Centro.

Há serviço de ônibus entre o aeroporto e o Centro. A empresa Tur-Bus (www.turbus.cl) opera entre 5h30/0h, chegando e saindo da Calle de la Moneda, esquina com San Martín e do metrô Los Héroes.  A corrida de táxi pode sair em torno de $ 9000 pesos chilenos. O transfer realizado por vans, na frente do Aeroporto, é bastante utilizado e custa cerca de 11 dólares americanos. Recomendo este último.

Na ocasião, com pequenas variações, o câmbio do peso chileno era de 215 reais e 495 dólares.


4.  O DESERTO DE ATACAMA – INFORMAÇÕES GERAIS

O slogan do Chile é: “Chile, Naturaleza que Conmueve.”, em português: Chile, Natureza que Comove expressa a mais pura verdade e o Deserto do Atacama, com certeza, é um dos destinos mais comoventes. O povo atacamenho lhe dá as boas vindas na lingua kunza:

ALABATI, ALABATI! (BEM VINDO, BEM VINDO!) 

Na língua atacamenha (kunza) e no Português.

O Chile pertence a um cinturão de fogo do Pacífico, zona de intensa atividade sísmica (resultado da colisão de duas placas: Nazca e Sulamericana) onde se produziram os dez mais fortes terremotos desde 1900. Com efeito, o país possui mais de 150 vulcões ativos e cerca de 10% dos vulcões do planeta. O vulcão Lascar, na região, é o mais ativo do Chile (entre Toconao e Soçaire). Mas, não se assuste, pois a ocorrência deste tipo de fenômeno é monitorada. Você não vai deixar de visitar este paraíso na terra por conta desta atividade geológica, não é?

Foto 8 – Na Cordilheira dos Andes ocorrem a maior parte dos 150 vulcões ativos como no altiplano chileno do Deserto do Atacama.

O Deserto do Atacama possui 104.000 km2 e abrange terras de quatro países: Argentina, Chile, Bolívia e Peru. A paisagem é composta por salinasgêiseresvulcõeslagoas coloridas, vales verdes e cânions de água cristalina. O deserto é muito procurado por variados tipos de turistas. O praticante de eco-turismo e turismo de aventuras vai se sentir desafiado. Os  arqueólogos e interessados em arqueologia tem uma ampla área de pesquisa, em função dos importantes sítios/artefatos arqueológicos e históricos, assim como, geólogos e profissionais das ciências da natureza. Na região foram encontradas múmias com mais de 1.000 anos. O turismo de astronomia também é um forte atrativo na área, que possui um dos “firmamentos” mais propícios para observações dos corpos celestes, o que pode ser comprovado pela instalação de observatórios astronômicos mais modernos e avançados do mundo como o Observatorio Paranal  e o maior projeto astronômico do mundo ALMA, ambos localizados no Deserto do Atacama.



Foto 9 - San Pedro é a Capital Arqueológica do Chile, onde se encontra as ruínas da Aldeia de Tulor, um conjunto milenar do período pre-colombiano (800 a.C – 500 d.C). 

Qualquer que seja o turista, ele ficará encantado com a paisagem deslumbrante. Não há limite de idade ou perfil para viver uma relação de amor com este lugar tão surreal.

4.1. SAN PEDRO DE ATACAMA

San Pedro de Atacama está localizada na Região II do Chile, em um oásis, no Deserto de Atacama, o mais árido do mundo. Esta vila está situada em uma depressão, de 2.438 metros de altitude, na desembocadura do rio San Pedro, às bordas do Salar de Atacama.

Segundo o sítio oficial da Prefeitura, San Pedro é a capital arqueológica, turística e astronômica do Chile

O pequeno povoado tem uma população de cerca de 3.000 pessoas.

A vila oferece uma ótima infraestrutura turística, a exemplo de bons restaurantes, várias lojas de artesanato e agências de turismo, mercadinhos, pousadas e muitos outros serviços. Em uma contagem rápida, identifiquei 47 opções de hospedagem e 21 agências de turismo. Não se preocupe com troca de dinheiro, pois há várias casas de câmbio no lugar.

Foto 10 – A rua Toconao, em San Pedro de Atacama, com várias lojas e agências de turismo.



5.  QUANDO VISITAR? POR QUANTO TEMPO?

Visitei o Deserto em Novembro. A melhor época para visitá-lo é na primavera (entre setembro e novembro) e no outono (entre março e maio) quando as temperaturas são mais amenas.

O tempo recomendado é de permanecer, no mínimo, por quatro dias, o que já permite ter uma breve visão do Deserto, para quem não pretende fazer esportes da natureza. Como as distâncias percorridas nas excursões e passeios são longas, você pode gastar mais de 3 horas no percurso de ida e volta. Sem contar o dia de chegada e volta, fiquei três dias completos em San Pedro. Para quem pretende ficar por 3 dias inteiros, o programa tem que ser intensivo, com duas excursões por dia.


6. COMO CHEGAR, SE ORIENTAR E SE LOCOMOVER

Da capital Santiago, partem voos diários de diversas companhias: LAN CHILE, PAL e Sky Airline. A viagem dura cerca de 2 horas e 15 minutos. O aeroporto de Calama, em Calama, é pequeno, mas bem estruturado e movimentado. No próprio ambiente do aeroporto você tem balcões de várias empresas que fazem serviço de transfer para San Pedro, por cerca de 10.000 pesos, em uma viagem de cerca de 105 km (cerca de uma hora e alguns minutos). A rodovia que liga Calama a San Pedro é a 23. As vans são confortáveis e a estrada é super bem-conservada. Aliás, fiquei impressionada com a conservação das estradas no Chile e na região do deserto. Fui informada que eles usam um produto derivado do sal para conservar o pavimento das vias. Mesmo em San Pedro, onde o piso das ruas é em terra natural, a conservação é muito boa.

Foto 11 – O moderno e movimentado Aeroporto em Calama, ponto de chegada ao Deserto do Atacama.
Algumas informações e marcos referenciais são importantes para se orientar no lugar.

A rodovia 23 corre no sentido noroeste – sudeste (Calama – San Pedro) e quando atinge San Pedro, deflete mais fortemente no sentido sudeste. Após o povoado, a rodovia 27 segue em direção oeste, chegando até a Argentina.

A Cordillera de Domeyko e Cordillera de La Sal ficam a oeste e Cordillera de los Andes a leste, onde faz a fronteira com a Bolívia, mais ao norte e marca a borda com a Argentina mais ao sul. O Deserto transborda em terras da Bolívia (muito próximo) e da Argentina. Há algumas operadoras locais que oferecem passeios de San Pedro até o Salar de Uyuni na Bolívia. O rio San Pedro corre no sentido norte – sul.

Uma boa referência para se localizar na região sãos os vulcões. Isso mesmo, eles são imponentes e tem uma cara, quer dizer formato bem peculiar, marcando fortemente a paisagem. A gente logo aprende a reconhecê-los. A grande Cordilheira dos Andes, a leste, é marcada por uma cadeia de vulcões como o Volcán Licancabur (5.900 metros); Águas Calientes (5.964 metros); Vólcan Lascar (5.154 metros); e Acamarachi (6.046 metros). O vulcão Licancabur é um dos meus preferidos, mais próximo de San Pedro.

Os povos nativos consideravam os vulcões como divindades, contavam suas histórias e os utilizavam como guias. Conta a lenda atacamenha que há um eterno vínculo de amor entre a “montanha macho” Licancabur (a leste) e a “montanha fêmea” Quimal (a leste). O amor é consumado a cada solstício de inverno, quando a sombra de seus picos se encontram e fertilizam a terra.


Foto 12 - O vulcão Licancabur, venerado pelos nativos, é uma referência marcante em San Pedro e entorno. Esta é a visão do Licancabur, do interior de uma habitação, nas ruínas da vila histórica de Tulor.



7. INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

Recomendo visitar a “Oficina de Informacion Turística”, na Rua Toconao, 405, próxima a Praça Principal. O centro de turismo oferece uma boa folheteria e mapas da região.

Segue alguns sítios para você planejar melhor sua viagem ao Atacama:


As agências locais de passeios podem complementar as informações.


8. GASTRONOMIA

Toda a culinária do Chile pode ser apreciada em San Pedro. Há restaurantes muito bons. Você pode experimentar outros pratos além dos frutos do mar. Que tal apreciar um prato de llama?

Segue a lista de alguns restaurantes visitados:

LA CASONA (Calle Caracoles, 195): A parrillada (churrasco), por 32.000 pesos, serve bem três pessoas. O restaurante oferece muitas opções, os pratos são generosos e o lugar é agradável. Serve o Lomo a Lo Pobre e o Pastel de Choclo. Eu avalio como muito bom. 


Foto 13 - A “parrilada” (churrasco) gigante do restaurante La Casona, uma delícia que serve bem 3 pessoas.


CKUNA (Tocopilla 359): Serve pratos da culinária local, com esmero. Experimentei o “Champinon salteado com salsa chanar” mais quinoa. Este prato não é indicado para os carnívoros. Preço do prato: 26.400 pesos chilenos. Os pratos são individuais. Excelente! Veja o sitio: http://www.ckunna.cl/

CAFÉ PEREGRINO (Gustavo Le Paige): Oferece uma boa opção de lanches e bebidas. O local é muito agradável, em frente a praça principal. Serve o tradicional chá de coca. Vale a pena conhecer e fazer um lanche.

DELÍCIAS DA CARMEM (Caracoles): É um restaurante mais popular, com generosas porções e cardápio bem variado. Fica na Calle Caracoles. O ambiente é agradável. Muito bom.

TODO NATURAL (Caracoles, 271): Otima opção para os apreciadores de comida vegetariana ou natural.  A comida é boa e variada e o ambiente é muito agradável.  Veja o sitio: http://www.tierratodonatural.cl/


Foto 14 – As “empanadas” deliciosas do restaurante Delícias da Carmem.
Aproveite para visitar as mais altas sorveterias do mundo (Fábrica de Sorvetes), como a Heladeria Tierra de Sol (Caracoles com Calama) e a Babalu (Caracoles, 160/419) . Os sorvetes artesanais incluem sabores locais e exóticos, como: algarrobo, o chanar, rica rica, hoja de coco, quinoa, coca e muitos outros. A variedade é muito rica. É uma delícia tomar um sorvete em um calor de mais de 30 graus.


9. COMPRAS

Fique atento aos horários diferenciados de abertura e fechamento do comércio em San Pedro. Os horários das lojas são: 9-14 e 17-22. Os restaurantes e agências de viagem funcionam de 8 da manhã a 1 da madrugada.

O artesanato é muito rico. Os tecidos nativos, fabricado artesanalmente pelos índios, são lindos, criativos, coloridos e ainda aquecem o corpo contra o frio. São xales, mantas, gorros, camisas e ponchos feitos, na grande maioria, de alpaca e lhama. Além dos tecidos, podem ser encontrados objetos em prata, cerâmica, cobre e outros materiais. O lápis-lazuli (da cor azul) é a pedra oficial do Chile. Esta pedra já era utilizada em peças ornamentais pelos faraós (há 7.000 anos a.C) e tinham origem nas minas no Afeganistão.

Foto 15 – Há muitas opções de lojinhas de artesanato e galerias como esta, na rua Caracoles.

O lugar onde há uma maior concentração de lojas de artesanato é a Caracoles (rua de pedestres), a mais animada da Vila e onde também se encontra quase tudo. Um bom local para comprar artesanato é o Mercado das Artes, na Praça principal, com bons preços.

Foto 16 – Uma boa opção para compras de artesanato é o Mercado de Artes, em frente a Praça Principal, na rua Gabriela Mistral.




10. ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA SOBREVIVER NO DESERTO
                                                                                                                                               
Por conta da grande oscilação térmica: de graus negativos a noite e bem cedo da manhã até mais de 30 graus durante o dia, é recomendável usar roupas leves (de verão) para o dia e roupas mais quentes para a noite, incluindo luvas e um bom casaco. Você pode vestir algumas camadas de roupa de forma a tirar/colocar quando necessário. Recomendo usar bastante protetor solar, hidratante e beber muita água. Não se esqueça de sempre levar água nos passeios. Chapéus, óculos de sol, lanternas e binóculos também devem fazer parte de sua mala. Não se esqueça do maiô ou calção de banho, pois você pode usá-los para nadar nas lagoas. 

Se você tem hipertensão não deve subir a altitudes maiores de 4 mil metros, fáceis de encontrar na região, também não se exercite, até que o seu corpo se adapte. Como diz o ditado: devagar se vai ao longe, aqui significa subir as alturas. Nada é tão difícil de seguir para que você tenha uma experiência inesquecível desta viagem. Os passeios atendem a todos os interesses e graus de dificuldade, seja para crianças, idosos ou sedentários.


11. ROTEIRO SUGERIDO E PRINCIPAIS ATRAÇÕES DO DESERTO DE ATACAMA


11.1 OPERADORAS: COMO ESCOLHER?

É difícil escolher uma entre as dezenas de agências espalhadas por toda a vila. Algumas são maiores e superestruturadas e outras são menores, mas tamanho não deve ser o critério básico. Algumas oferecem outros mimos: café-da-manhã, drinques e lanches. O papel do guia é fundamental, mas fica difícil avaliar este item.

Por cerca de 65.000 pesos chilenos você pode fazer os passeios básicos, distribuídos em 5 (cinco) roteiros que fiz. Procure negociar todos os passeios com uma única agência, o que permite conseguir um bom desconto.
Foto 17 - Cartaz com oferta de roteiros em uma Agência de Turismo, em San Pedro. Não estou fazendo propaganda, pois como esta há dezenas de outras.


11.2 PRINCIPAIS RECURSOS NATURAIS – UM GRANDE PATRIMÔNIO

Grande parte do Deserto do Atacama no Chile é uma reserva nacional protegida. Com uma superfície de 73.986 hectares, a Reserva Nacional Los Flamencos tem uma diversidade enorme de atrativos para os visitantes, que incluem montanhas, salares, formações rochosas, lagoas, zonas arqueológicas, além de flora e fauna nativas.

A reserva é dividida em sete setores compreendidos pelo Salar de Tara, o Salar de Aguas Calientes, o Salar de Puisa, as Lagunas Miscanti e Miñiques, o setor Soncor e Laguna Aguas de Quelana do Salar de Atacama, o Valle de La Luna e Tambillo, localizados a diferentes alturas (os setores que visitei estão em negrito).

Em cada um destes setores, as condições climáticas são particulares e, portanto, possuem diferentes populações de animais e vegetais.

Apesar da escassez de água, esta área desértica desenvolveu através de séculos, uma exuberante economicidade em relação aos recursos naturais, onde a presença de alguns lagos com água quase todo o ano, servem de fonte de vida tanto para os habitantes quanto para animais da região. Todos os seres vivos interagem de forma modelar, em um delicado equilíbrio do ecossistema.

Segue algumas informações adicionais sobre o Deserto do Atacama:

http://www.visitchile.com.br/reserva-nacional-los-flamencos/mapa.htm

O relevo geral desta região constitui-se de Punas, Quebradas, Salar de Atacama, Cordillera de la Sal e Cordillera de Domeyko.


Foto 18 - Para entender melhor o relevo desta região, veja o esquema que encontrei no Museu Arqueológico Le Paige, em San Pedro.

A Puna é um “piso ecológico” localizado ente 3.600 e 4.200 metros, ocupado por grandes extensões de gramíneas de consistência dura e aspecto amarelado, conhecida como coirones e pajas bravas. Estas se mesclam com outras plantas como as llaretas que crescem em rochas, de cerca de 4.000 metros de altitude.

Este lugar concentra uma grande variedade de animais. Entre os mamíferos destacam-se o guanaco, a vicuna, o quirquincho e roedores como a vizcacha, o raton chinchilla e el chululo. Entre as aves tem importância o suri (avestruz andino), a kiula (perdiz gigante), a tagua gigante, uma variedade de patos e tres espécies de parinas (flamingos).

O Salar, localizado a 2.400 metros de altitude, foi formado pela lenta acumulação de sais trazidos pelas águas pluviais dos picos dos Andes. Ao descer na forma de pequenos rios e riachos subterrâneos, as águas dissolveram os sais até a base da bacia, onde são acumulados.

No seu entorno, ocorrem vegetações adaptadas à alta salinidade como a grama salda os cachiyuyos, a brea e outras. Apesar da grande salinidade, se desenvolvem alguns crustáceos, algas microscópicas, insetos e aranhas que permitem a vida de espécies como flamencos, chorios, lagartijas e zorros.


Foto 19 – O Salar do Atacama, setor Soncor, com suas incríveis lagoas salgadas, habitat dos flamingos.

No Deserto do Atacama, os parques e atrativos são administrados através de um programa de conservação participativa que envolve as comunidades nativas, sob a supervisão da CONAF – Corporación Nacional Forestal, responsável pelo desenvolvimento e manejo sustentável dos recursos florestais. Esta corporação de direito privado tem todas as funções de uma agência governamental e está vinculada ao Ministério de Agricultura do Chile. A CONAF adota um modelo preservacionista segundo a perspectiva cultural do Povo Nativo, numa proposta ecológica e étnica. São os nativos que participam dos serviços de proteção dos parques, atuando como recepcionistas, guias e outros.


12. PRIMEIRO DIA - MANHÃ

ROTEIRO 1: TOUR LAGUNAS ALTIPLANICAS E SALAR DE ATACAMA: A Reserva National "Los Flamencos" com as lagoas Miscanti e Miñiques ; a Vila Socaire ; a Laguna de Chaxa (no setor Soncor). Vila de Toconao.


Foto 20 – O cenário do entorno da Lagoa Miniques, no altiplano chileno, localizado a mais de 5.000 metros de altitude é majestoso.

 LOCALIZAÇÃO: Fica ao sul de San Pedro de Atacama, acesso pela rodovia (carretera 23).
-          Lagoas Miscanti e Miniques (115-117 km);
-          Vila Socaire (86-90 km).
-          Salar do Atacama : Setor Soncor com a Laguna Chaxa (62Km)
-          Vila de Toconao (38 km)

PERÍODO DA VISITA: Manhã (8 – 13 horas).

ENTRADA INTEIRA: Entrada: 5.000 pesos chilenos

PRINCIPAIS ATRATIVOS E CARACTERÍSTICAS:

LAGOAS MISCANTI   E MIÑIQUES

Esta região, há milhares de anos atras, era uma área onde cursos de água desciam livremente a alta cordilheira em frente aos vulcões dos mesmos nomes das lagoas. Cerca de mil anos atras, uma erupção do Vulcão Miniques bloqueou o fluxo d`água e formou as duas lagoas, que ficam bem próximas (você percorre a pé o percurso). A lagoa Miniques é a mais alta (5.910) e fica a uma cota de 5 metros acima da lagoa Miscanti, esta última recebe da primeira a alimentação subterrânea.


Foto 21 – A Lagoa Miniques é o lugar de reprodução da ave tágua cornuda, espécie ameaçada de extinção.
Fauna e Flora : Há vários tipos de ambientes, lagoas, áreas pantanosas, colinas de rochas, colinas de arbustos, áreas rochosas inclinadas. Neste local vivem 94 espécies de vertebrados, a maioria de aves (69 espécies), 18 espécies de mamíferos, 6 tipos de répteis e um tipo de anfíbio. Uma das espécies mais observadas são : Wari ou Tagua Cornuda (espécie protegida pela sua vulnerabilidade), o pato  Juarjual, a vicuna ou Telir, o Tzambú ou Guanaco, o Aitizir ou a Vizcacha, entre outros.

As Lagoas Miniques e Miscanti é o lugar de reprodução mais importante (vertente ocidental) da Tagua Cornuda, espécie ameaçada de extinção. Esta ave constroi seus ninhos  em plantas aquáticas e põe de 2 a 5 ovos que levam 30 a 35 dias para eclodir. No entanto, a gaivota andina é apreciadora desses ovos.


Foto 22 – Há diferentes ambientes nesta área da Lagoa Miscanti, onde vivem mais de 94 espécies de vertebrados, na maioria aves. 

As vicunas usam rotas de circulação denominadas `corredores biológicos`.

No inverno, a temperatura chega a 30 graus Celsius negativos e a superfície das águas se congelam.

Por conta da preservação dos habitats, você não tem acesso às bordas das lagoas, ficando um pouco distante. No entanto, há pontos de mirantes para você admirar a paisagem, fotografar, sentar e até áreas para tomar um bom café da manha.


Foto 23 – Um café da manhã especial, em uma ambiente especial de preservação, na Lagoa Miniques.


A área é administrada pela comunidade atacamenha de Socaire, cuja população tem históricamente tem se dedicado a agricultura, criação de animais, artesanato e hoje se recuperam, com esforço.

A paisagem é belíssima, com superfícies líquidas coloridas rodeada de vulcões e colinas. Para mim, a Miniques é uma das lagoas mais bonitas do Atacama.

Foto 24 – Por conta da preservação rigorosa, o acesso é vedado às margens da Lagoa Miscanti.

SOÇAIRE

Soçaire é o povoado dos atacamenhos, distante 120 km de San Pedro. Está situado a 3.300 metros de altitude. Possui construção em pedra que marca identidade dos povos andinos. Seus habitantes vivem da agricultura, criação de animais, atividades e mineração. 




Foto 25 – A pequena capela de Soçaire, de onde você pode observar a prática da agricultura milenar em terraços.





O povoado dispõe de alojamentos, restaurante, lojinha de artesanato e duas igrejas. A igreja do centro possui paredes de adobe com 4 metros de altura, tetos de madeira com vigas de chanar e cactus, coberto com palha. No interior observa-se antigas pinturas religiosas.



 SALAR DO ATACAMA - LAGUNA DE CHAXA (NO SETOR SONCOR)

O Salar do Atacama fica ao sul de San Pedro, tem uma altitude de 2.300 e uma superfície de 320.000 hectares. Trata-se de uma grande bacia, uma depressão pré-andiana, delimitada a oeste, pela Cordillera de Domeyko e paralela a esta a Cordillera de la Sal, e a leste a Cordillera dos Andes. Na superfície afloram cristais de sais, produzidos pela evaporação da água subterrânea de intensa carga de sal, alimentadas pelas águas dos Andes que dão origem a diversas lagoas de baixa profundidade, unidas por canais naturais (Burro Muerto, Chaxas e Barros Negros). Este lugar, altamente salinizado, possibilita a vida de formas microscópicas de vidas como algas e microinverterbrados, como o minúsculo crustáceo Artêmia (de menos de 1cm), que são a dieta dos flamingos e de outras aves migratórias. Também fazem parte deste sistema a Laguna Tebinquinche e a Laguna Cejar.


Foto 26 – No Salar do Atacama, cristais de sais produzem um ambiente altamente salinizado, mas que é essencial para a vida dos flamingos e outras aves migratórias.


O setor Soncor, um sistema de lagoas e zonas úmidas, fica no Salar de Atacama. Possui uma superfície de 5.016,7 ha, legalmente protegidas que formam parte da Reserva Nacional dos Flamingos. (62km de San Pedro). É um dos doze sítios prioritários do país e um dos quatro da região orientado para a conservação e uso sustentável das áreas úmidas, de acordo com a convenção internacional RAMSAR. Constitui-se o habitat de aves aquáticas migratórias e onde se pode observar os três tipos de flamingos do País.

Foto 27 – O Salar de Atacama é um dos sítios prioritários do Chile para a conservação e uso sustentável das áreas úmidas.


Fauna e Flora



Neste ambiente extremamente adverso, com poucas espécies de grama e arbustos pequenos, você pode apreciar uma avifauna muito abundante, diversificada e valiosa como as três espécies de flamingos, que se destacam pela beleza e elegância. Também estão presentes a gaivota andina, o caiti, o chorio de la Puna, o aguilucho e o playero de Baird.


Foto 28 – Você pode observar na lagoa de Chaxa, os três tipos de flamingos chilenos : Flamingo Andino (Parina Grande), Flamingo Chileno  e Flamingo James (Parina Chica).



A visita a esse setor, é uma das mais bem organizadas do Atacama, com uma trilha interpretativa (que dispõe de placas informativas sobre a área) de 400 metros e que pode ser percorrida em cerca de 45 minutos. Esta área é administrada pela comunidade atacamenha de Toconao.



TOCONAO (VALLE ESCONDIDO) – VALLE DE  JERE

Os habitantes, são originários de 11.000 anos a.C. A população atual  da Vila é de cerca de 700 habitantes que praticam  atividades antigas e tradicionais, e se consideram uma parte integrante e unida do meio ambiente local que o cerca: animais, vegetação, água, terra, sol e montanha.



Foto 29 – A histórica Torre Campanário, vista do interior da Igreja em Toconao.



As frutas e hortaliças, cultivadas em pomares regados por antigos sistemas de irrigação, junto com o artesanato são as principais fontes de trabalho, complementada pela mineração.

O Povoado é construído inteiramente em pedra Liparita, de origem vulcânica extraída do local. O principal atrativo é a Torre Campanário construída em 1750. Ela é composta de três corpos de pedra e barro, integrado a praça do povoado, e possui valor histórico, estético e arquitetônico. 

Foto 30 - O altar da Igreja de Toconao é dedicado ao patrono São Lucas.




13. PRIMEIRO DIA - TARDE



ROTEIRO 2 - VALE DE LA LUNA & VALE DE LA MUERTE



Foto 31 – O Valle de La Luna tem uma paisagem semelhante ao solo lunar onde se encontram várias cavernas.
LOCALIZAÇÃO: Fica a oeste de San Pedro de Atacama, acesso pela rodovia (carretera) 23 e via local

PERÍODO DA VISITA: Tarde (4 - 8 :30 horas).

ENTRADA INTEIRA: 2.000 pesos chilenos

PRINCIPAIS ATRATIVOS E CARACTERÍSTICAS

-    Mirante na Cordillera de La Sal;
-    Valle de La Muerte (3km).
-    Valle de La Luna (4km) que inclui : Cavernas, Las Tres Marías (Estátuas) e a Grande Duna  (Sendero Duna Mayor) na área central do Vale da Lua.


Foto 32 - Valle de la Morte conforma uma paisagem extremamente árida e sem vida, mas de rara beleza.

A Cordilheira teve sua origem em um lago que emergiu e os sedimentos são datados ao redor de 23 milhões de anos, durante movimentos na crosta terrestre que originou os Andes e criou estas formações. Parece uma paisagem sem fim, surpreendente com diversas formações arenosas e rochosas que adquiriram diversos formatos e silhuetas. A famosa Roca del Coyote é bastante conhecida.


Foto 33 - O passeio do grupo pelo Valle de la Morte que compreende belas formações e um relevo inusitado.


Após a caminhada no Valle da Morte, em direção ao Valle de La Luna, a paisagem continua a surpreender com largas extensões de areia, salpicadas na cor branca e dunas modeladas pela ação dos ventos, que lembram a superfície lunar.

Uma das atividades mais interessantes na área é visitar uma das cavernas: o equipamento de luz é fornecido pela Agência.

No interior do Parque, estão as Três Marias, esculturas compostas de granito, argila, quartzo e gemas. A idade dessas formações rochosas, marcada por intensos processos de erosão e desgaste é de aproximadamente um milhão de anos.


Foto 34 - Paisagem do Valle da Luna com indicação da direção das esculturas Três Marias.


Foto 35 – As Três Marias são formações rochosas que devido ao intenso processo de erosão se assemelham a três mulheres.



A Associação Indígena atacamenha que faz parceria para a administração do Valle de la Luna, é integrada por seis comunidades: Coyo, Larache, Quitor, Sequitor, Solor e San Pedro de Atacama. Elas são encarregadas da conservação, proteção e uso sustentável do patrimônio natural e cultural.



Foto 36 - Ao entardecer, vale a pena se esforçar (10 a 15 minutos) na subida das dunas de areia e chegar – Sendero Duna Mayor - para ver o por do sol, espetáculo indescritível e de rara beleza.


14. SEGUNDO DIA - MANHÃ

ROTEIRO 3 - GEYSERS DEL TATIO


Foto 37 – Os Geysers del Tatio, imensos jatos de água quente, em temperatura de ebulição,  jorram da terra, na madrugada gelada.


LOCALIZAÇÃO: Fica a norte de San Pedro de Atacama, acesso pela via local B-245 (carretera).

PERÍODO DA VISITA: Manhã (4 :30 – 12 :00 horas).

ENTRADA INTEIRA: 5.000 pesos chilenos

PRINCIPAIS ATRATIVOS E CARACTERÍSTICAS

-          Geysers del Tatio (Campo Geotermal): 115 km
-          Machuca – Povoado (54km)
-          Vado Putana


GEYSERS DEL TATIO

Os Geysers del Tatio se localizam em uma bacia geotérmica de cerca de 129 km e a uma altitude de  4.320 metros. Este campo de geysers se destaca entre os 24 principais campo geotermais do mundo.

Foto 38 - O espetáculo dos imensos jatos d’agua dura cerca de uma hora quando acontece a liberação de vapores e gases das fissuras da crosta terrestre (Geysers del Tatio).

Os imponentes jatos de água, em temperaturas de ebulição, e gases que emergem da superfície através de fissuras da crosta terrestre alcançam uma temperatura de 85 graus centígrados e alcançam até 10 metros de altura. Este fenômeno se origina do contato do rio gelado subterrâneo com as rochas quentes. Neste campo, se concentram mais de quinhentas manifestações termais de superfícies. Este espetáculo impressionante acontece muito cedo, nas primeiras horas da manhã (entre 6 e 7 horas), em um ambiente com temperaturas abaixo de zero grau.



Foto 39 -  A medida que amanhece, a paisagem torna-se colorida realçando os Geysers del Tatio.


Fauna e Flora


Além desta maravilha, você pode apreciar a natureza do entorno com sua variada flora, onde se destacam a llareta, cactus gigantescos de até 7 metros de altura, jaja brava, bofedal e tolar e a fauna nativa que compreende espécies de camelos andinos (selvagens) como vicunas e guanacos; zorros culpeo; aves como nandues, e roedores como rheas e vizcachas.

As atividades na área incluem o café da manhã, além da caminhada e observação dos geysers, banho na piscina térmica, para quem tem coragem de sair da água quente das piscinas (em torno de 40 graus) e encarar temperaturas quase negativas do lado de fora. Além disso, você pode apreciar a variada flora e fauna.


Foto 40 – Muitos apreciam o banho em piscinas com águas em torno de 40 graus,  nada mal para um exterior extremamente frio (Geysers del Tatio). 

As numerosas gaivotas andinas são atraídas pelo seu café da manhã. Uma curiosidade é que algumas pessoas põem caixas de leites para esquentar nas fissuras da superfície, até, ouvi dizer, costumavam fritar ovos.

Considero este roteiro, um dos melhores de todo o Deserto. Entretanto, para apreciar com segurança e conforto este espetáculo, evitando acidentes faz-se necessário ter algumas precauções: caminhar obedecendo a orientação do guia, pois alguns pontos da superfície são muito frágeis, manter uma distância prudente dos geysers, não inalar os gases que podem ser tóxicos, não correr, vestir-se para temperaturas abaixo de zero: gorros, luvas, acasalhos, meias, sapatos confortáveis e quentes.

O Campo geotérmico de El Tatio é administrado pela Sociedade Tatio Mallku, integrada pelas comunidades atacamenas de Caspana e Toconce, criada em 2006, pelos próprios nativos, para administrar a atividade turística deste patrimônio paisagístico e cultural.


Foto 41 – A estrada de acesso aos Geysers já é um atrativo :  sinuosa, segue serpenteando as montanhas, de onde se descortina uma paisagem exuberante a cada curva, em uma altitude de mais de 4 mil metros.


VILLA MACHUCA - EL PUEBLO DE MACHUCA

É um pequeno e pitoresco povoado de pastores atacameños, que desenvolvem atividades de criação de llamas e alpacas. O aglomerado está situado a cerca de de 4 mil metros de altitude e distante cerca de 97 kilómetros de San Pedro de Atacama.



O povoado tem sofrido com a migração de seus habitantes, que tem esvaziado o local.


Foto 42 – Na volta, descortinamos o encantador povoado de Machuca, que parece sair de um livro de estórias.



Fiquei maravilhada com este povoado, que parece ter saído de alguma história encantada, de algum lugar de sonho ou estória de contos. Ele é singelo e harmonioso, com suas minúsculas casas brancas, pousadas nas colinas. Nas cobertas de palha, havia cruzes para expulsar os demônios.


Foto 43 - No ponto mais alto de Machuca está a  capela parecendo coroar e abençoar o lugar.


Muito estranho este lugar: todas as casas estavam fechadas e não se encontrava nenhuma criança, mulher ou idoso nas casas ou nos caminhos. Um lugar fantasma? Encontramos apenas duas pessoas: uma nativa que vendia espetinho de lhama e um senhor que cuidava de uma construção chamada casa de hóspedes, logo na entrada da vila.


Foto 44 – A incrível e singela capela de Machuca, com sua arquitetura primitiva e graciosa.

VADO PUTANA

No retorno passamos pelo Vale do rio Putana, um oásis pungente e cheio de água no meio do Deserto, onde habita a ilustre “tágua cornuda.


15. SEGUNDO DIA - TARDE

ROTEIRO 4 - LAGUNA CEJAR & LAGUNA TEBINQUINCHE


Foto 45 - Lagoa Cejar, no salar de Atacama, formada a partir de um antigo lago de elevada salinidade.


LOCALIZAÇÃO: Fica ao sul de San Pedro de Atacama, acesso pela rodovia (carretera) 23 e via local

PERÍODO DA VISITA: Tarde (16 – 20:30 horas).

ENTRADA INTEIRA: 4.000 pesos chilenos

PRINCIPAIS ATRATIVOS E CARACTERÍSTICAS

-          Laguna Cejar (30km)
-          Laguna Piedra (30km)
-          Ojos del Sal (30 km)
-          Laguna Tebinquinche (30km)

Entre dunas, na bacia do Salar de Atacama, na parte mais baixa e úmida do Salar, encontram-se as charmosas lagoas de Cejar e Piedra. O lugar tem uma paisagem belíssima, onde se destacam a oeste os vulcões Licancabur, Lascar e Corona.

As LAGUNAS CEJAR E PIEDRA, possuem uma intensa cor de esmeralda com bordas cristalizadas por sal. A medida que o sol se põe, um espetáculo de cores acentua o azul turquesa, e apresenta uma grande beleza cênica.

Os OJOS DEL SALAR, dois poços de água doce no meio do deserto, se assemelha a dois círculos (olhos) de água de cor verde, no meio do deserto.



Foto 46 – Um dos dois poços de água doce de intensa cor verde, um dos olhos do Salar.
  
A LAGUNA TEBINQUINCHE, uma imensa superfície de água, possui uma crosta de sal branca como neve e vários materiais que acentuam os matizes de cores à luz do por-do-sol e refletem a beleza dos Andes nas suas águas.



Foto 47 – Caminhando em direção a Laguna Tebinquinche, uma imensa lagoa azul salpicada de cristais de sais. 


Fauna e Flora

Um aspecto importante da hidrologia da Laguna Cejar  é a existência de uma faixa pantanosa, em torno da lagoa, rica em vegetação que favorece uma diversificada vegetação de Paja Brava, Carrizal e Brea. Os animais encontrados são flamencos, patos e zorros. Esta característica das lagoas teve um papel fundamental, através dos tempos, no abastecimento dos povos nativos, com água abundante e pasto para animais.

Atividades e recomendações

Primeiramente, passeamos no entorno da Laguna Cejar, um cenário natural onde predomina o verde, com vegetação abundante e aves aquáticas, depois fizemos uma parada para nadar na Laguna Piedra. Você também pode nadar nos dois poços de água doce – Ojos del Salar.


Foto 48 - Na laguna Piedra é possível nadar e desfrutar do efeito de gravidade (produzido pela grande quantidade de sal concentrada) que faz o corpo flutuar facilmente.


Finalmente, para terminar o dia apreciamos o por-do-sol, na lagoa Tebinquinche, degustando um lanche de salgadinhos e pisco sour (bebida típica chilena).


Foto 49 – Na lagoa Tebinquinche, os cristais e materiais brilham ao sol poente.
Não deixe de levar protetor solar, roupa de banho, toalhas, saída de banho e sandálias. Evite andar descalço, pois o solo é muito irregular e as bordas das lagoas são cortantes. Evite sair dos caminhos na Lagoa Tebinquinche.

Este setor é administrado pela comunidade atacamenha de Solor, que cuidam da área, fornecem informações, orientam e guiam os visitantes. Existem estacionamentos, guardas-sóis e toaletes com banhos.


Foto 50 - Um lugar extraordinário para desfrutar o por-do-sol: as margens da Lagoa Tebinquinche.

16. TERCEIRO DIA - MANHÃ

ROTEIRO 5 - TOUR ARQUEOLÓGICO


Foto 51  - Pukará de Quitor foi um grande complexo de uso misto (de defesa, comercial e habitacional) construído pelos atacamenhos no século 900 d.C.

A ocupação desta região do Deserto remonta ao período 9.000/8.500 a.C – 1.500 a.C.  Os primeiros humanos a habitar o território atacamenho eram caçadores e coletores que seguiam a migração dos camelos, roedores e aves e se adaptaram as condições  da “Puna Andina”. Entre os anos 1.500 a.C - 400 d.C datam os assentamentos permanentes e semipermanentes, que se dedicavam ao pastoreio e agricultura.

Sempre houve na antiguidade um contato muito forte entre o noroeste argentino e o altiplano boliviano. Antes da chegada dos incas os atacamenhos possuíam sua fisionomia cultural, com língua própria (el cunza) e mantiveram unidade e independência em relação aos outros estados andinos. No entanto, ao longo dos tempos, dominados pelos incas e depois pelos colonizadores espanhóis foram perdendo sua identidade.

LOCALIZAÇÃO: Pukará de Quitor fica a noroeste de San Pedro de Atacama, acesso por via local, bem próximo a área urbana. A aldeia de Tulor fica a sudoeste e o acesso é feito pelo bypass San Pedro de Atacama e via local.  Este roteiro pode ser feito de forma independente, por bicicleta ou até caminhada, mas recomendo contratar o roteiro na Agência, pois os guias informam sobre a cultura, formação e outros aspectos destes atrativos.

PERÍODO DA VISITA: Manhã (9 – 12 horas).

ENTRADA INTEIRA: Aldeia de Tulor : 5.000 pesos chilenos. Pukará de Quitor : 3.000 pesos chilenos. Museu Arqueológico Le Paige : 2.500 pesos chilenos.

PRINCIPAIS ATRATIVOS E CARACTERÍSTICAS

- Ruinas de Tulor (8 km).
- Quitor Pukará (3 km)
- Museu Le Paige (na vila)

RUINAS DE TULOR (800 a.C - 500d.C)

Na Aldeia de Tulor se localiza um antiquíssimo conjunto habitacional, milenar pré-colombiano, descoberto em 1956 pelo sacerdote Gustavo Le Paige.


Foto 52 - Entrada do Parque Arqueológico de Tulor, vila que se originou 800 anos antes de Cristo.
Tulor é composta por uma série de estruturas circulares interconectadas entre si que possuíam diversos usos e funções de acordo com as atividades cotidianas desenvolvidas no seu interior. Esta aldeia corresponde a um dos sítios arqueológicos sedentários mais antigos do Norte do Chile.

Há hipóteses de que este sítio funcionou até o século 5 d.C., época em se iniciaram as influências culturais do Estado de Tiwanaku, proveniente do Lago Titicaca (atual Bolívia).


Foto 53 - O avanço das dunas de areia aliado aos efeitos da chuva e do vento foram responsáveis pelo bom estado de conservação de Tulor.


O sítio mostra a consolidação de um novo modo de vida, voltado para as práticas agrícolas. Os seus habitantes mantiveram um intenso intercâmbio de produtos, funcionando como um centro de comércio na era cristã, através de caravanas de lhamas, que permitiram integrar uma vasta área do território do Atacama (Altiplano, Puna, Deserto do Atacama e Costa). Esta grande mobilidade e intercâmbio econômico e social podem ser comprovados pela grande quantidade de achados feitos de conchas do mar, cerâmicas de outros povos e outros bens culturais. As estratégias econômicas pré-colombianas incluíram o uso de materiais como argila, madeira, osso, cobre, pedras, couro e têxteis.


Foto 54  - Réplica de uma habitação nativa em Tulor, mostrando o modo de vida dos Atacamenhos.


Este sítio constitui a primeira experiência nacional participativa de conservação e manejo de um bem histórico repassado a uma comunidade indígena - a Comunidade de Coyo – em parceria com a Corporação Nacional Florestal, o Conselho de Monumentos Nacionais e a Corporação Nacional de Desenvolvimento Indígena.



PUKARÁ DE QUITOR

Este sítio faz parte da pré-história história atacamenha, entre 900 d.C – 1450 d.C, período, após a dissolução do vínculo com o estado de Tiwanaku. Durante este período a ocupação foi intensa com novas tecnologias de construção em terraços, e implantados novos sítios, ao mesmo tempo em que aconteceram muitos conflitos sociais. Nesta época os incas estabeleceram o seu domínio com uma forte diferenciação e desigualdade social.



Foto 55 – A tecnologia alcançada permitiu a construção em terraços, em Pukará de Quitor, ainda no século 12.



A Fortaleza pré-incaica, construída em pedra, data do século 12. Está localizada em um trecho da colina da Cordillera de la Sal, à apenas 3 km do centro de San Pedro. Com ampla visão do rio San Pedro, servia para controlar a rota de comércio, dominada pelo Império Inca. Foi invadida pelos espanhóis,  montados a cavalo e com armas de fogo, em 1540 que capturaram os nativos e decapitaram os caciques. O complexo foi reconstruído em 1981 e declarado Monumento Nacional em 1982.


Foto 56 – Pukará de Quitor, uma fortaleza pré-incaica, foi invadida pelos incas e pelos espanhóis.A subida é um pouco ingreme, mas vale a subida para ver a vista de todo o entorno.



Pukará de Quitor, é um modelo do assentamento, de caráter estratégico e defensivo e ao mesmo tempo um habitacional de caráter permanente. As novas técnicas construtivas de ocupação em terraços e de contenção permitiram a alta densidade do local. O conjunto é composto por 200 estruturas que formavam conjuntos arquitetônicos conectados por vias de acesso e espaços comuns. As estruturas menores correspondiam às habitações com dormitórios, cozinhas, pátios interiores, enquanto que as maiores funcionavam como praças, espaços de uso comunal e zonas ao ar livre.


Foto 57 – Este modelo de assentamento  permitiu a alta densidade construtiva e formaram conjuntos arquitetônicos que conectavam habitações e espaços comunitários. Lá embaixo, o vale verde do Rio San Pedro e a Vila.



Este sítio é administrado pela comunidade Atacamenha de Quitor.

O sítio é belíssimo e vale a pena visitá-lo pelo seu significado histórico e paisagem deslumbrante.


MUSEU ARQUEOLÓGICO LE PAIGE

Gustavo Le Paige – Jesuita belga chegou ao Chile em 1953. Ele visitou pela primeira vez o Povoado de San Pedro de Atacama em 1954 e instalou a paróquia (dos sete povos da zona do Salar do Atacama) em 1955, onde permaneceu até a morte em 1980. O Jesuíta, muito interessado na cultura da comunidade,  desenvolveu estudos arqueológicos e contribuiu para o resgate da identidade dos Atacamenhos deixando um legado inestimável para os povos e sociedade chilena.


Foto 58 -  Fachada do Museu Arqueológico Le Paige – em homenagem ao seu fundador Gustavo Le Paige, um jesuíta belga que reuniu um material de imenso valor arqueológico.



O Padre Le Paige começou a percorrer os cemitérios préhistóricos, campos e lugares habitados pela cultura atacamenha, e pouco a pouco coletou material de incalculável valor arqueológico, agora em exibição no museu.

O museu Arqueológico G. Le Paige, fundado por ele próprio, está vinculado a Universidade Católica del Norte: Instituto de Investigaciones Arqueológicas y Museo. O espaço tem laboratórios e biblioteca. Este instituto conta com uma coleção de aproximadamente 380 mil peças encontradas no território atacamenho, desde as  origens da cultura até a chegada dos espanhóis.


Foto 59 – Interior do Museu Arqueológico Le Paige que abriga  uma coleção arqueológica de 380 mil peças encontradas pelo padre no território atacamenho.


Para o visitante, o museu arqueológico é uma visita muito interessante e obrigatória, pois permite que o mesmo conheça os aspectos mais relevantes da história de San Pedro de Atacama e de seus povos.

Até o ano de 2007, o museu exibia corpos humanos pre-históricos bem preservados (múmias). Para atender pedido do povo Lickanantay, o museu retirou as múmias da área de exibição. A discussão foi muito polêmica e reuniu muitas lideranças e especialistas. Hoje você pode assistir a um vídeo sobre esta questão.

 Endereço: Gustavo Le Paige 380, San Pedro de Atacama, Chile

Recomendo alguns sítios para conhecer mais sobre o museu e seu acervo:


17. TERCEIRO DIA - TARDE

PASSEIO PELA VILA DE SAN PEDRO

7240 Foto 60 – rua Caracoles, exclusiva de pedestres, uma das mais movimentadas e importantes de San Pedro. Muitas bicicletas e mobiliário urbano rústico.

A ideia foi deixar o último dia para descansar um pouco e passear pela Vila. Nossa intenção era ter mais  tempo para comprar algumas lembranças, visitar as lojas, inclusive de artesanato. apreciar o movimento e  despedir-se da San Pedro.

A vila é muito formosa, limpa e conservada. Ela é um oásis no meio do deserto. O traçado de San Pedro, de origem colonial, é irregular com ruas estreitas com uma tipologia construtiva de pequenas e singelas construções, sem recuos. Na área central, grande parte das construções tem paredes de adobe, madeira de chanar ou algarobo, além de tetos de palha e barro com estrutura em madeira de cactos. A Vila conserva o modo de construir tradicional e guarda uma estética agradável com uma sinalização harmoniosa.

As ruas de terra, bem conservadas, se harmonizam ao conjunto e são tratadas com um produto derivado dos salares – a vichufita. A rua principal de acesso a vila é a Lincancabur. No sentido longitudinal (leste-oeste), as ruas principais são: Calama, Tocopilla e Toconao, enquanto no sentido longitudinal (norte – sul) estão: Gustavo Le Paige e Caracoles. Tudo acontece entre poucas quadras do centro, ao longo da Toconao, Caracoles e Gustavo Le Paige.


Foto 61 – A rua Toconao, em terra, segue o traçado padrão e abriga diversas agências de turismo e pousadas. O aluguel de bicicletas é muito comum na vila e vale a pena fazer um passeio ciclístico pelas redondezas.



Procure se hospedar próximo ao centro, para que possa desfrutar da atmosfera agradável e animada do local. A melhor hora para desfrutar deste lugar é a partir das 16 horas, quando o clima é mais ameno.

Compartilho o mapa de San Pedro de Atacama:

Você pode percorrer a vila em poucos minutos e desfrutar de encontros com visitantes de todo o mundo.

Alguns pontos de destaque são: as ruas Caracoles e entorno, Toconao e G. Le Paige, Plaza San Pedro de Atacama (Praça Principal), onde no seu entorno encontra-se a igreja e a prefeitura (El Cabido). Também vale visitar o Pueblo de Artesanos.

A igreja, atualmente em reforma, é dedicada ao padroeiro San Pedro. O local já funcionava como paróquia em 1641.  A sua nave foi construída com muros de adobe, no século 18. Em 1951 foi declarada Monumento Nacional.



Foto 62 – A Igreja de San Pedro, declarada monumento nacional em 1951,  já funcionava como paróquia em 1641.



A praça principal é bem arborizada, muito agradável e ponto de encontro de todos os visitantes. Na sua frente e entorno estão a sede da Prefeitura e dos Carabineiros, a Igreja, o Centro de Informações Turísticas, lojas e restaurantes.


Foto 63 - Praça principal surpreende pela arborização exuberante, em relação ao entorno. Um ponto de encontro para fazer a siesta, relaxar, fazer um lanche, conversar e planejar o dia seguinte.



A Caracoles é hoje um grande passeio muito movimentado, exclusivo de pedestres, com dezenas de lojas, agências, restaurantes e bares. Você encontra quase tudo.

Foto 64 – Caracoles, o lugar onde tudo acontece, a rua de lazer da Vila, em pleno sol do início da tarde, ainda esvaziada.



Pueblo de Artesanos

O projeto deste lugar, financiado pelo governo regional, tem por objetivo estimular o artesanato local e promover as atividades culturais e  recreacionais.




Foto 65 – Pueblo de Artesanos é um lugar planejado para estimular a produção artesanal e promover atividades culturais, em San Pedro.




O desenho e o mobiliário urbano do lugar é muito criativo, com estruturas rústicas e bem construídos. Lá você pode encontrar os artesãos que trabalham artesanalmente as matérias primas do local (como lã, cerâmica, pinturas, pedras) e comercializam seus produtos inclusive os frutos locais como a quinoa e o chana.


Foto 66 – O desenho e mobiliário urbano é original e rústico no Pueblo de Artesanos, San Pedro.



O espaço também funciona para espetáculos culturais tais como conjuntos folclóricos, atividades musicais, dança e outros tipos de entretenimento.

Poucos artesãos no local foram encontrados no local, não sei se devido a hora em que visitamos a área. O projeto é muito importante e espero que atinja o seu objetivo de promover a cultura e o artesanato.

Como chegar? Siga pela Caracoles, no sentido oeste, entre na Avenida Ignacio Carrera Pinto, até avistar o Pueblo.


Foto 67 – Artesã nativa, trabalhando os tecidos em Pueblo de Artesanos.



18. OS MEUS FAVORITOS

Melhor Restaurante: La Casona (ambiente rústico e comida deliciosa e farta).
Melhor rua: Caracoles (um espaço de lazer, encontro, lojas simpáticas e casario rústico e harmonioso).
Melhor roteiro visitado: Geysers del Tatio e Lagunas Altiplânicas - Miscanti e Miniques.  (pela beleza da paisagem e ambiente inusitado).
Melhor sorvete:  Rica rica com pisco sour (apenas um dos exóticos sabores de muitos)
Melhor bebida: Pisco Sour, pisco sour... (Só experimentando esta maravilha de drinque chileno – beba como moderação)
Melhor prato: Parrila (um churrasco à moda chilena).
Melhor espaço cultural e Personagem: Museu Arqueológico Le Paige e seu fundador – Gustavo Le Paige (pela coleção extraordinária e pelo resgaste da cultura atacamenha).
Melhor Vilarejo: Machuca (pela singeleza da arquitetura e pelo sítio incrível a mais de 4 mil metros de altitude cercado de montanhas)
Meu animal preferido: a Vicunha (pequena, ágil e selvagem, habitante das punas, foi duramente caçada pelo alto valor de sua pele, desde os tempos pré-colombianos, agora está livre da extinção).
Minha ave preferida: a Tagua cornuda (pelo inusitado ninho no meio das águas das lagoas)
Minha planta preferida: o Tamarugo (Prosópis tamarugo – uma beleza de árvore sempre verde que cresce até 25 metros e busca seu alimento em uma profundidade de até 100 metros de um ambiente altamente árido e salinizado Você pode observar uma plantação, promovida pelo governo na área de Toconao).
Meu fruto preferido: Chañar (Geoffroea decorticans - o Néctar do Deserto – um fruto carnoso, doce e comestível. Experimente o mel delicioso).



19. CONCLUSÃO

O roteiro sugerido (de 3 dias inteiros) neste Blog é suficiente para visitar os principais atrativos, de forma intensiva, cobrindo os cinco principais roteiros descritos nesta Postagem.

No entanto, para praticar outras atividades e esportes de aventuras (trekking, montanhismo, ciclismo em montanhas, escaladas, cavalgadas e outras), será necessário, planejar mais tempo no Deserto de Atacama. Você precisa também de mais tempo para explorar, de maneira mais aprofundada os lugares mais próximos e planejar visitar lugares mais distantes de San Pedro, próximo às fronteiras com a Argentina e Bolívia.

Recomendo reservar o "Tour Astronômico" logo no primeiro dia, pois as vagas são limitadas.

Visitar o Deserto do Atacama foi uma experiência maravilhosa  que me estimula a voltar mais vezes. Há fortes razões para tanto, um ambiente repleto de natureza e de cultura. Sem dúvida, um dos lugares que você deve visitar antes de morrer!

Eu quero registrar um agradecimento especial à minha companheira de viagem no Chile - Alena, pela iniciativa, disposição, ajuda e compartilhamento de momentos inesquecíveis.

Também gostaria de agradecer a minha sobrinha Liana, pelas dicas sobre os passeios no Atacama.

Um Grande Abraço e até a próxima, em Santiago,

Antonia Santamaria


REFERÊNCIAS:

As fontes consultadas foram os materiais informativos e de divulgação turística oficial, folhetos recebidos na recepção dos atrativos, fontes de exibição do Museu Arqueológico Le Paige (sobre a história, arqueologia e cultura) e sítios online oficiais, registrados ao longo do texto.