domingo, 25 de setembro de 2011

ITÁLIA 1 - VENEZA 1

O meu roteiro na Itália abrangeu o norte: regiões de Veneto, Emília Romana e a Toscana. As cidades visitadas foram: Venezia, Padova e Verona (no Veneto), Bologna (Emília Romana) e Firenze, Siena e a área campestre de Chianti (Toscana). As cidades onde me hospedei foram Veneza e Florença. Daí, você pode partir para as excursões.
UMA PEQUENA INTRODUÇÃO SOBRE A ITÁLIA
A Itália – il bel paese - continua a apaixonar o mundo, pelas suas majestosas e belas paisagens que incluem numerosos monumentos renascentistas, igrejas barrocas, ruínas e tesouros do antiquíssimo Império Romano, além de vilas e cidades charmosas incrustadas na paisagem.  É extraordinário o encanto de lugares como Roma e Veneza, o legado artístico de Florença, o charme das pequenas vilas e do campo (norte e centro), como a Toscana, e a vibrante paisagem de cores e de energia em Nápoles e na Sicília.
FOTO 1 – Uma das paisagens símbolos de Veneza – Bacia San Marco - pontuada de gôndolas e, ao longe, a Iha de San Giorgio Maggioricom a igreja de mesmo nome. Que outro lugar poderia ser?

A Itália foi o país de onde legiões de romanos partiram para conquistar e construir um imenso império – que abrangia quase toda a Europa ocidental e o mediterrâneo, sob o domínio absoluto dos Césares, mas que terminou em 476 quando invadido pelos chamados povos bárbaros. A sede do Império foi transferida para Bizâncio (Constantinopla), construída pelo Imperador Constantino em 330, e invadida pelos turcos em 1453, dando fim ao grande Império Romano do Oriente. Na Idade Média, as poderosas cidades-estados na região da Itália eram totalmente independentes, como Florença, Gênova e Veneza. Entretanto, a Itália só foi unificada e reunida como Estado em 1861. Um país tão jovem, mas com um patrimônio tão antigo, que está celebrando este ano apenas 150 anos!
A partir da rica herança grega, a Itália desenvolveu uma civilização que deixou um legado inestimável para o mundo em todas as áreas– literatura, música, teatro, escultura, pintura e arquitetura. Centro da Igreja Católica Apostólica Romana, com suas numerosas basílicas e igrejas, a Itália também influenciou toda a cultura ocidental cristã. Pátria do latim, língua oficial do Império Romano e da Igreja Católica e que deu origem às línguas latinas, entre as quais se incluem o italiano, o português e o espanhol e o francês, além de ser fonte de vocabulário para as ciências e academia, incluindo o Direito.
Foi durante os séculos 14 e 15 que a Itália ressurgiu como protagonista no mundo das artes, durante o Renascimento, considerado o mais importante e famoso movimento artístico do mundo ocidental, inovando padrões de expressão artística com excelência. A lista dos destaques seria imensa e, com certeza, constestada, pois a Itália cria arte para todos os matizes. Grandes mestres da literatura: Dante, Petrarca, Boccacio, Machiavel. Na arquitetura, pintura e escultura:  Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Caravaggio, Paládio e muitos outros.
FOTO 2 A belíssima igreja em estilo renascentista projetada pelo arquiteto Andrea Paládio – imponente, com harmonia e proporções perfeitas.

Também na música, a Itália tem destaques na ópera, com Verdi e Puccini, e nos concertos clássicos, com Vivaldi (cidadão veneziano).
Por tudo isso, e muito mais, a Itália é um dos maiores destinos turísticos do mundo, ocupando o quinto lugar, abaixo na Europa apenas da França e da Espanha (OMT, 2009). Mais de 43 milhões de turistas visitam, todos os anos, essa terra cujo patrimônio artístico é simplesmente deslumbrante. Em tempo, a gastronomia italiana é uma das mais famosas e diversificadas do mundo – apesar da preferência mundial pelas massas.
A Itália possui uma área de cerca de 300 mil km2,  8.000 metros de costa e cerca de 60 milhões de habitantes (2009). A forma do seu território assemelha-se a uma bota, que talvez seja aquela de “sete léguas”.
VENEZA – A PRINCESA/RAINHA DOS PÂNTANOS
Uma cidade flutuante, por onde caminha-se, ou melhor, navega-se por pequenos e grandes canais, que refletem seus palazzos luxuosos de mármore...sua igreja maior é decorada por mosaicos coloridos e dourados e cheia de tesouros  trazidos do Oriente. Os seus habitantes se escondem sob máscaras ricamente decoradas e brilhantes, durante sua maior festa profana...e vestem tecidos luxuosos como a seda, outrora fabricados no Oriente.
FOTO 3 – O Grande Canal, artéria principal de Veneza, adornado por palácios luxuosos. 

Uma cidade utópica ou imaginária? A que reflete ou é refletida?
Veneza certamente está presente em todas as categorias das cidades invisíveis, descritas pelo célebre viajante veneziano Marco Polo, ao grande imperador Kublai Khan. 'As Cidades Invisíveis', de Italo Calvino (italiano), um dos escritores mais importantes e instigantes da segunda metade do século XX, conta a narrativa fantástica das incontáveis cidades do imenso império do conquistador mongol (1260 a 1294).  Considero esse livro extraordinário para melhor compreender a paisagem urbana... a cidade tornada símbolo complexo e inesgotável da existência humana, aberta à construção através da memória, desejo, olhos, trocas, nomes, mortos...cobertos pelo céu...e transformada em estruturas delgadas, contínuas, ocultas...visíveis e/ou invisíveis.  Certamente, a sua imagem/imagens de Veneza serão únicas.
Uma cidade real – Veneza – na Itália.  A Sereníssima República ou La Bella Venezia  reinou por mais de mil anos, desde o século 7º até o final do século 18, tornando-se a maior potência econômica e política do Mediterrâneo, e governada pelos poderosos “doges”.

FOTO 4 – Poder e Religião estavam associados na Bella Venezia – Um detalhe da Basílica de São Marcos, construída pelos Doges e influenciada pela rica arte decorativa de Bizâncio.


Levou mais de setecentos anos para que um grupo de ilhas nos manguezais da Laguna Veneto, na entrada do mar Adriático, e habitada por gente humilde como pescadores, artesãos e fabricantes de barcos se transformasse em um poderoso centro militar e comercial do mundo ocidental.
Essa república funcionava como a grande porta entre o Oriente (Império Romano do Oriente) e o Ocidente (Império Romano do Ocidente), importando e exportando mercadorias, artes, costumes e ideias. Veneza conquistou várias terras longínquas no mar Egeu, como a ilha de Creta. As relações com Bizâncio (Oriente) no comércio eram privilegiadas e estreitas, e foram mantidas durante muito tempo. Com a descoberta de novas rotas marítimas, pelos portugueses e  espanhóis, Veneza começou a perder o domínio sobre o mar, e com isso, sua principal fonte de renda – as taxas e lucros sobre importações.
Seguiu-se um período de declínio, mas Veneza voltou-se para a arte e o prazer. Tornou-se reconhecida em toda a Europa pela sua arte e luxúria.  O carnaval de Veneza, um dos mais conhecidos do Mundo, durava 3 meses (superava o do Brasil em tempo de celebração). Por ser lugar de numerosas chegadas e estadas breves, um tipo de serviço desenvolveu-se bastante – o do serviço sexual. Cortesãs (profissionais) eram autorizadas  e registradas através de um número de identificação e pagavam impostos ao Estado. No século 15, estatísticas locais contavam 14 mil profissionais do sexo em Veneza. Um paraíso para o Casanova e para muitos.
Talvez pela sua arte inovadora, pelo espírito e comportamento independentes e por negociar e conviver com povos não-cristãos do Oriente, a relação de Veneza com o Vaticano (Igreja Católica) sempre foi tensa, e por vezes conflituosa.
FOTO 5 – Um cenário como este, há centenas de anos, propiciava encontros furtivos em uma Veneza voltada para a arte e o prazer.

Veneza também também foi cenário de muitas desgraças: foi assolada pela peste em duas ocasiões, invadida pelos franceses (Napoleão tomou a cidade em 1797) e, posteriormente, ocupada pelos austríacos (1848-49). Apenas em 1866, Veneza reuniu-se, finalmente, ao Estado Italiano.
Numerosos viajantes, sonhadores, amantes legendários, ditadores e aventureiros se apaixonaram por Veneza. Escritores e cineastas imortalizaram as imagens de Veneza como Byron e Thomas Mann (Morte em Veneza), filmado por Visconti.  Alguns personagens famosos que viveram e atuaram em Veneza foram: Marco Polo, grande navegador e mercador veneziano, que encantou o mundo com as narrativas de sua célebre expedição (que durou 24 anos) à China/Mongólia, em 1271; o célebre amante e escritor Casanova... sugiro assistir ao belo filme Casanova, que apresenta belíssimas paisagens de Veneza, inclusive com cenas no interior do luxuoso Pallazo Ducale: http://www.youtube.com/watch?v=Hzs_uDZUYzY.  Entre os músicos: Antonio Vivaldi (veneziano), Cláudio Monteverdi (diretor musical da Basílica San Marco), Tomaso Albinoni, Guiseppe Verdi, Gioacchino Rossini. No século 17, Veneza era considerada a capital mundial da ópera.
A arte veneziana destacou-se no renascimento italiano,  caracterizando-se pela ousadia, sensualidade e romantismo através de suas cores vibrantes e tratamento informal das questões sociais e religiosas. São extraordinários os pintores Tintoretto, Tiziano Vecelli, Giovanni Bellini e Veronese (de Verona, mas que atuou em Veneza). Entre os arquitetos que contribuíram para a beleza de Veneza, criando um estilo único – o gótico veneziano - destaco Sansovino, Paládio e Baldassare Loghena, Giovanni/Bartolomeu Bonn.
Hoje, Veneza enfrenta outros perigos e desafios: um turismo de massa predatório e o risco de submersão (é inundada pelas águas altas – acqua alta – por quase 200 dias por ano).  Entretanto, essa cidade conserva o seu encanto e romantismo, atraindo mais de 20 milhões de habitantes por ano, que buscam conhecer a magia de sua paisagem aquática, povoada de histórias, monumentos e gôndolas!
FOTO 6 - Um olhar sobre as águas em uma cidade pontuada de gôndolas.
Veneza é composta por uma ilha principal, o centro histórico, e por outras ilhas menores que fazem parte da Comuna Venezia, como Giudecca, Isola de San Giorgio, Lido, Torcello, Murano e Burano.
Essa ocupação singular é constituída por cerca de 117 ilhas, 150 pequenos e grandes canais e 400 pontes e pontilhões. A área total da Comuna de Veneza, incluindo parte da terra firme e de 268,70 km2, e a sua população é de 61.500.
Esta postagem tem como foco a ilha principal de Veneza, mas pretendo abordar as outras ilhas em um outro momento.
Para se orientar em Veneza, tenha como referência, o Canal Grande, de cerca de 3.500 metros, que serpenteia ao longo de toda a área histórica. O Grande Canal liga a Piazza San Marco à Estação Ferroviária.
FOTO 7 - O Canal Grande – no trecho da Ferrovia, lugar de chegadas e partidas em Veneza.

Veneza é dividida em 6 distritos – sestieres.  A leste (considerando o sentido Piazza San Marco – Estação Ferroviária, à direita) estão: San Marco, Castello e Cannaregio. A oeste (à esquerda, considerando a mesma direção) estão o Dorsoduro, Santa Croce e San Polo.
No site: http://maps.veniceconnected.it/en , veja o mapa virtual em 360 graus , clique nos ícones dos atrativos e admire-os enquanto “gira o seu ponto de vista”. Escolha um dos roteiros turísticos, veja o percurso e calcule as distâncias.
Andar a pé é a melhor forma de conhecer e ser surpreendido por recantos, monumentos e campi (praças) desvendando o intricado labirinto das artérias venezianas. Não se preocupe, você se acha rapidinho, pois todos os caminhos chegam ao Canal Grande. Perder-se faz parte da aventura de estar em Veneza. Siga os sinais, eles desaparecem em algum momento, mas tornam a aparecer.
FOTO 8 - Perder-se em caminhos como esse faz parte da aventura de estar em Veneza.

Apresento, a seguir, a minha lista de favoritos em Veneza:
Melhor espaço público/praça: Piazza San Marco
Melhor passeio: Ao longo do Canal Grande de Vaporetto
Melhor Música/Compositor: Le quatro stagione de Vivaldi
Compartilho com vocês um belíssimo vídeo sobre Le quatro stagione - Inverno, no cenário de Veneza, em: http://www.youtube.com/watch?v=nGdFHJXciAQ&feature=related

Melhor Prato: Antipasti (Cicchetti) de Frutos do Mar e outros acompanhados de um copo de vinho branco local
Melhor Bebida: Prosecco/Bellini (o Bellini é originário de Veneza, foi criado no famoso Harry’s Bar e favorito de célebres frequentadores do bar. A base de prosecco, suco de pêssego e licor de cereja)
Tomar um café/capuccino em uma bandeja de prata, no Bar Florian, na Piazza San Marco, é recomendado como uma das experiências gastronômicas.
Segundo Blasi (2010) em seu livro “Mil dias em Veneza” Veneza exige que se escolha claramente entre se aproximar dos clichês ou se afastar deles. O sangue do seu coração corre logo abaixo de sua máscara. Veneza só exige um pouco de coragem como preço para adentrar as suas trilhas sentimentais.

FOTO 9 - Veneza só exige um pouco de coragem como preço para adentrar as suas trilhas sentimentais.

INFORMAÇÕES ÚTEIS
Você chega em Veneza através da Estação Santa Lúcia, e a partir daí esqueça os veículos terrestres: você está em Veneza! A Estação de Mestre (a principal), no continente, é a estação anterior. Todos os trens para Veneza param em Mestre (a apenas 15 minutos de distância).  A Ponte da Liberdade conecta Veneza à terra firma.
Não há carros em Veneza, todo o transporte público passa no Canal Grande. O ônibus se chama “vaporetto” – ônibus aquático. A passagem custa 6 euros. Também tem o taxi “water taxi”, muito caro. Se você vai passar mais de 3 dias em Veneza, é mais econômico comprar o cartão transporte – que dá direito a viagens ilimitadas de vaporetto (incluindo o percurso às ilhas). Você vai adorar navegar pelo Canal Grande diversas vezes em diferentes momentos do dia.
FOTO 10 - Diferentes meios de transporte para descobrir Veneza: táxi aquático, vaporetto, gôndolas e trachettos... Abaixo os automóveis!

Veja o mapa da rede de navegação em Veneza em:
Para maiores informações turísticas sobre Veneza, consulte online: www.turismovenezia.it  (o site oficial da Provincia de Venezia) . Outros: www.meetingvenice.it (gosto da galeria de fotos e informações sobre eventos, tem também o mapa do Google Earth). O http://www.hellovenezia.com/ funciona como concorrente (ou parceiro?): http://www.veniceconnected.com/ .
Os nomes Hellovenezia e Venezia Connected podem confundir o visitante, mas, na realidade, fazem o mesmo tipo de serviço: venda de tickets de transporte (travel card) e tickets para museu (museum card), além de prestar informações.  Ambos atendem online e em quiosques no local. Assim que chegar à Estação Santa Lúcia visite o centro de informação turística onde você pode comprar, além do museum card, o travel card.
No site do Venezia Connected, você pode adquirir o cartão para o transporte (Tourist Travel Card ACTV) com opções para 36, 48, 72 horas e 7 dias;  tickets para os museus (duração de 6 meses); tickets para toiletes; uso de Wi-Fi; etc.  ACVT é a companhia de transportes de Veneza. Você economiza se comprar online. 
A hierarquia do sistema viário em Veneza é caracterizada por cerca de 6 tipos de vias, diferentes em larguras, formatos e funções: a salizzada (mais larga), a fondamenta (ao longo dos canais), a ruga (passagem ladeada de comércio), o rio terra, rio aterrado. Aos poucos, você vai se adaptando a essa peculiar e única trama urbana.
Antes de se aventurar pelos caminhos tortuosos e fascinantes de Veneza, sugiro um city tour pelo Canal Grande. Pegue o vaporetto nº 1 na Ferrovia e pare em San Zaccaria (próxima a San Marco). Esse percurso dura cerca de 1 hora e tem 14 paradas, excelente para um reconhecimento e tirar belas fotos.
FOTO 11 - Pegue o Vaporetto no Canal Grande e faça um passeio ao longo de seu trajeto de mais de 3.500 metros de pura beleza.

VENEZA VISTA DO ALTO
Não precisa voar para apreciar Veneza do alto, basta subir no Campanário (Campanille), na Piazza San Marco. Nada de subir escadas, podemos subir de elevador! Recomendo começar por aqui, pois facilita e orienta, além de proporcionar belas panorâmicas da cidade.
Selecionei algumas fotos que cobrem 360 graus de muita beleza, mostrando Veneza do alto.
FOTO 12 - Veneza vista do alto no sentido NORTE – Ao longe a ponte da Liberdade que liga Veneza a Terra Firma.

FOTO 13 - Veneza vista do alto no sentido LESTE –  Riva degli Schiavone e ao longe o Arsenale – lugar onde os navios eram construídos.

FOTO 14 - Veneza vista do alto no sentido SUL – Ilha de San Giorgio Maggiori
FOTO 15 - Veneza vista do alto no sentido OESTE– Ilha GIUDECCA

UM OLHAR SOBRE AS ÁGUAS
Olhar Veneza significa olhar sobre suas águas, a partir de suas bordas que se debruçam sobre suas centenas de canais. A mais conhecida das perspectivas é a visão da bacia de San Marco – Canal de San Marco, a partir da Piazzale de San Marco.
A visão do Canal, a partir desse recinto, é a bela Veneza dos Cartões Postais, a mais fotografada de todas. Não dá pra inovar, todas as fotos se parecem pois todos parecem querer captar a mesma imagem. Ao longe, flutua a Ilha San Giorgio Maggiori.
FOTO 16 – UM OLHAR SOBRE AS ÁGUAS, na Bacia de San Marco - Cartão Postal de Veneza


É no anoitecer que o olhar sobre as águas transforma-se em magia, refletindo as luzes douradas de um pôr-do-sol mágico.
FOTO 17 – VENEZA AO ANOITECER 1. A locanda onde me hospedei, a apenas 5 minutos da Piazza San Marco
FOTO 18 - VENEZA AO ANOITECER 2


CANAL GRANDE E OS PALÁCIOS




O grande e sinuoso “S” do Canal Grande tem cerca de 3.500 metros de comprimento.  É a principal artéria que alimenta o coração de Veneza, por onde circulam todos os seus fluxos: de bens, serviços e pessoas. Uma vitrine de esplendor e riqueza. Apenas três pontes atravessam o Canal Grande: ponte dell’Academia (próxima a Galeria della Academia, ponte di Rialto (Centro Comercial de Rialto) e ponte degli Scalzi (próxima à Estação Santa Lucia).
FOTO 19 – O Grande Canal em Veneza – grande e sinuoso – conectando todos os lugares.


A visão da riqueza e da diversidade de estilos dos palácios de Veneza (bizantino, gótico, renascentista, barroco) ou da mistura de todos eles, debruçados e refletidos ao longo do Canal Grande, é um espetáculo à parte e gratuito.
FOTO 20 – Possuir um palácio na beira do Grande Canal era símbolo de status social para os mais ricos e importantes de Veneza. Observe os belos afrescos.

Bilionários têm transformado os palazzi luxuosos em espaços para exposições de arte contemporânea. Um excelente negócio para os venezianos e turistas que navegam pelo Canal Grande. Alguns são mais simples mas nem por isso menos encantadores.
FOTO 21 - Fachada dos palácios – ILLUMINATION – Tema Da Bienale Arte 2011 Di Venezia.
Selecionei alguns dos meus palácios favoritos:
Pallazo Rezzonico – Ca’Rezzonico (Musei dei Settecento Italiano). Imponente edificação do século 17 – trabalho de Baldassari Longhena e Giorgio Massari. Portal central glorioso, que ocupa quase toda a extensão do pavimento térreo.
FOTO 22 - Palácio Ca’Rezzonico – Musei Dei Settecento Italiano ao longo do Canal Grande
Pallazo Ca’ D’Oro - Belíssimo exemplo de arquitetura gótica em Veneza, na inventividade de seus elementos decorativos e no jogo de cheios e vazios. Arquitetura gótica, mas interpretada ao gosto oriental. Construído entre 1421-1440 pelos arquitetos Matteo Raverti e a família Bon.
Pallazo Ca’Pesaro (1623) – Um exemplo marcante do estilo barroco,  com fachada majestosa de Baldassare Longhena. Hoje funciona como Galeria de Arte Moderna e Museu de Arte Oriental.
Fondaco dei Turchi – antigo centro de comércio turco. Concluído pelos arquitetos Spavento e Abbondi em 1508.
Outros belos palácios renascentistas: Palazzo Grimani at San Luca (sec. 15-16), projetado por Sanmicheli e Palazzo Corner-Spinelli (sec 15-16) projetado por Mauro Corducci.
FOTO 23 - Exemplo do estilo gótico veneziano em um dos palácios ao longo do Canal Grande.

OS PEQUENOS CANAIS E CAMINHOS DE VENEZA – SUAS PONTES
Veneza oferece perspectivas charmosas de suas vielas estreitas e de mais de uma centena de pequenos canais e pontes.
Apresento a seguir algumas imagens capturadas ao caminhar pelos canais e caminhos tortuosos de Veneza.
FOTO 24 - Um passeio pelos caminhos de Veneza 1
FOTO 25 - Um passeio pelos caminhos de Veneza 2

FOTO 26 - Um passeio pelos caminhos de Veneza 3



OS PRINCIPAIS ATRATIVOS DE VENEZA
A seguir, listo e comento outros atrativos imperdíveis.
PIAZZA DI SAN MARCO
Se Veneza é considerada uma das dez cidades mais lindas do mundo a Piazza San Marco é o coração e o marco referencial mais importante da cidade. Napoleão a considerava o hall de entrada/a sala de visitas da Europa.
FOTO 27 – A memória coletiva de Veneza: vista da PIAZZA SAN MARCO a partir do Canal de São Marco. Em ordem, da esquerda para a direita: Procuratie Nova, Libreria Sansoviana, o campanário e a Basílica (no segundo plano) e o Palácio dos Doges.
Só existe uma Piazza em Veneza: a Piazza San Marco.  É delimitada por duas piazzetas (praças menores), uma em cada lado da Basílica: a piazetta dei Leoncini e a piazzeta San Marco, voltada para o Canale di San Marco.
A partir do Canal, a visão do recinto é reforçada por um imenso pórtico, ladeado por duas imensas colunas, coroadas pelos maiores símbolos de Veneza: o Leão de São Marcos (à direita), e São Teodoro (à esquerda), Santo Padroeiro de Veneza (santo guerreiro e grande mártir da Igreja Cristã Ortodoxa do Oriente). Como naquela época Veneza era subordinada ao Império Romano do Oriente, a adoção de São Marco como padroeiro foi considerada um gesto de independência.
FOTO 28 - O Portal de Veneza – duas colunas, coroadas pelos maiores símbolos de Veneza. A partir do Canal: à direita, o Leão de São Marcos (o padroeiro); e à esquerda, São Teodoro (antigo padroeiro).
FOTO 29 - Detalhe do Leão de São Marcos – símbolo de Veneza.

FOTO 30 - Detalhe de São Teodoro (santo guerreiro), ao invés do dragão, um jacaré.

Entre essas colunas eram armados os palcos, tanto para festas quanto para execuções. Essa Piazza tem sido o cenário  dos momentos históricos e festivos de Veneza como as procissões, carnavais, execuções e vitórias, desde os tempos mais antigos.
Esse espaço majestoso, em formato quadrangular, é cheio de símbolos que compreendem elementos arquitetônicos construídos em diferentes momentos, mas que dialogam e reforçam o valor excepcional desse lugar (considerando a entrada pelo Canale di S. Marco, iniciando pela direita): o Palácio dos Doges (Palazzo Ducale), Basilica di San Marco, a Torre do Relógio (Torre dell’Orologio), a Procuradoria Antiga (Procuratie Vecchie), a Procuradoria Novíssima (Procuratie Nuovissime), a Procuradoria Nova (Procuratie Nuove) que abriga parte do Museo Correr e o Museo Archeologico; a Biblioteca Marciana (Libreria Sansoviniana)  e o Campanário (Campanile e Loggetta).
FOTO 31 - Vista do Quadrilátero da Piazza San Marco – Na ordem: Procuratie Nuove, Procuratie Nuovissime e a Procuratie Vecchie (sentido esquerda – direita).

PALÁCIO DOS DOGES – PALAZZO DUCALE
Símbolo da República, o Palácio dos Doges (séculos 14 e 16) é um exemplo magnífico da arquitetura gótica bizantina. O palácio tinha 3 funções: residência privada do Doge, sede do Governo e Corte de Justiça. Por duas vezes incêndios o destruíram, mas foi reconstruído. Parece que esse monumento inverte os princípios básicos da arquitetura, ao situar a parte da estrutura mais pesada em cima de colunas e pórticos (no piso térreo) que sustentam o primeiro pavimento com 38 pilastras decoradas. O destaque vai para as esquinas que exibem esculturas de Noé e seus filhos, Adão e Eva e o Julgamento de Salomão.
FOTO 32 – O PALAZZO DUCALE, magnífico exemplo da arquitetura gótica bizantina – sede do governo da República Sereníssima.
A entrada principal do Palácio é a Porta della Carta (Bartolomeo Bon).

FOTO 33 - PORTA DELLA CARTA – Entrada triunfal do Palácio dos Doges, um belíssimo trabalho de Bartolomeu Bon, representando o Doge e do símbolo de Veneza: o Leão de São Marcos.
No interior do Pátio, destaca-se a Scala d’Oro – a escada dourada – que começa no primeiro piso e liga a entrada principal ao apartamento do Doge (Sansovino).
FOTO 34 - Belíssima Escada dos Gigantes no pátio interior do Palácio dos Doges.
Destaques no interior do palácio: Sala do Conselho dos 10 (pinturas de Veronese); salas que exibem os armamentos (impressionante variedade);  Sala do Conselho Maior (sala de 54 metros comprimento por 25 de largura por 15,40 metros de altura) sem colunas. Observe a pintura PARAISO de Tintoreto (uma das maiores pinturas do mundo com 23x7 metros) e os retratos dos 78 doges de Veneza; Sala do Escrutínio, com belíssimas pinturas que têm como tema a glorificação de Veneza.
A PONTE DOS SUSPIROS - PONTE DEI SOSPIRI
Antes de sair do Palácio, visite a passagem coberta sobre o canal que liga o Palácio (tribunais) às prisões – A Ponte dos Suspiros. Essa ponte tornou-se famosa durante a era romântica, evidenciando o sofrimento dos condenados, que a atravessavam –  e a débil voz dos prisioneiros em forma de suspiros. O seu exterior é visto através da Ponte della Paglia, sobre o Rio di Pallazo di Paglia que limita a face oposta do Palazzo Ducale.
FOTO 35 - Ponte dos Suspiros – Talvez o último olhar na paisagem dos prisioneiros, a partir da parte interna da ponte que levava às prisões.
A BASILICA DE SÃO MARCO – BASILICA DI SAN MARCO
FOTO 36 – A grandiosa e suntuosa BASILICA DE SÃO MARCOS, símbolo do poder religioso em Veneza, dedicada à São Marcos.
Essa imponente Basílica, de 5 domos, é símbolo do poder e riqueza dos Doges que a cobriram de ouro, pérolas e trabalhos de arte de valor inestimável. Uma pequena capela foi construída no século 9º para abrigar as relíquias de San Marco, trazidas do Egito em 828. Depois, no século 11, foi erigida uma nova igreja, de forte influência bizantina (inspirada na Igreja de Santa Sofia de Istambul). Sofreu várias reformas e acréscimos de novos elementos no decorrer dos séculos, no entanto, mantendo-se um conjunto de perfeita harmonia. Hoje a fachada exterior expressa a mistura e os traços dos diferentes estilos gótico, bizantino, romanesco.
FOTO 37 - Detalhe do Leão de São Marcos, na fachada da Basílica de São Marcos.
Os mosaicos (característicos da arquitetura bizantina) refletem o brilho e dão cores a episódios do Novo e Antigo Testamentos. No interior, os milhares de mosaicos são deslumbrantes. Não deixe de visitar o Pala d’Oro (sec. 14), um “retábulo de ouro” decorado com ouro e pedras preciosas e, também, a cripta de San Marco. Visite o museu da Basílica, no primeiro pavimento, que dá acesso ao amplo terraço, onde estão expostos os 4 cavalos (os originais estão expostos no interior) trazidos de Istambul (1204).
 FOTO 38 – Os 4 cavalos de bronze foram trazidos de Bizâncio para Veneza e hoje adornam a Basílica de São Marcos.
A visão da Piazza e do Canal de San Marco é extraordinária – aproveite para tirar boas panorâmicas. Você paga taxas para visitar o retábulo (altar) e o museu.
A história do transporte do corpo de San Marco descreve uma aventura arriscada: conta-se que o seu corpo foi escondido no fundo de um barril com carne de porco, para que os árabes não o revistassem – o que realmente aconteceu.
CAMPANÁRIO - CAMPANILE E LOGGETA. Esse campanário, construído de tijolos, tem uma altura de 98,60 metros. No topo, fica a estatua dourada de um anjo. Em 1902 a torre desabou, mas foi substituída por uma cópia idêntica. Considera-se um milagre que o anjo dourado e a famosa taça de vidro de Murano, utilizada na inauguração, tenham sido achados intactos. Cada um dos cinco sinos da torre tem diferentes funções: como o Pregadi, que anunciava os encontros do Senado, e o Maleficio, que anunciava as execuções.
FOTO 39 - Vista do CAMPANÁRIO, na Piazza San Marco. Em primeiro plano, os cavalos no terraço da Basílica.
Nesse campanário está um dos mais antigos sinos de San Marco – o MARANGONA. O seu toque, solene e grave, marcou por 15 séculos o início e o fim do dia para os trabalhadores. Dizem que se o velho sino soar para uma pessoa que chega a Veneza, é sinal de que ela tem uma alma veneziana e de que o sino se lembra dela. Fique atento ao Marangona quando chegar à Veneza, talvez você tenha uma alma veneziana...
FOTO 40 - Detalhe do Campanário com o anjo dourado, no seu topo.
A loggeta de Sansovino (1537-1539), na base da torre, possui elegantes esculturas que adornam a fachada. Pequeno espaço que era destinado aos encontros e discussões, e também funcionava como posto de guarda.
TORRE DELL’OROLOGIO - TORRE DO RELÓGIO
A Torre (1496-1499) foi construída pelo arquiteto Mauro Codussi para completar a vista do canal, preenchendo o vazio entre a Procuratie Vecchie e o edifício ao lado da Basílica.
Esse elemento se harmoniza perfeitamente com o ambiente. Na frente, há vários detalhes decorativos, em ordem: no topo da Torre - terraço -  estão os “mouros” (árabes). Os MORI representam pastores, um velho e um jovem que tocam as horas no sino; nesse caso, eles não badalam a hora exata, mas a hora que passou e a hora do futuro, respectivamente. 
Em seguida, vem o Leão de Veneza (símbolo da cidade), com o livro de “São João”. No fundo há um belo painel em azul e estrelas douradas.
FOTO 41 - A Torre do Relógio com os MORI no topo e o leão símbolo de Veneza.
Logo a seguir vêm a Madona e o menino, em uma base circular.
FOTO 42 - A Madona com o menino na torre do relógio. No lado esquerdo, a hora em algarismos romanos, e à direita, em algarismos arábicos.
Depois, o belíssimo relógio circular (um brilhante exemplo de engenharia do século 15, de Ranieri) que mostra os signos do zodíaco, as fases da lua, as horas.
FOTO 43 – O relógio da Torre do Relógio marca horas, fases da lua e signos do zodíaco.
PROCURADORIA ANTIGA – PROCURATIE VECCHIE – projetada por Mauro Coducci (séculos 15-16).
PROCURATIE NUOVISSIME –construída sob o comando de Napoleão, depois que a Igreja de S. Geminiano foi demolida (em frente à Basílica). Hoje é a entrada do Museo Correr.
PROCURADORIA NOVA – PROCURATIE NUOVE - projetada por Vincenzo Scamozzi (século 16).
Nessa edificação funcionam o MUSEO CORRER (primeiro e segundo andares) e o MUSEU ARQUEOLÓGICO – MUSEO ARCHEOLOGICO, que expõe uma rica coleção de esculturas greco-romanas e fragmentos de esculturas egípcias, assírias e babilônicas.
BIBLIOTECA MARCIANA - LIBRERIA SANSOVINIANA.  Construída por Sansovino (século 16), essa obra-prima de estilo renascentista destaca-se pelo supremo equilíbrio e harmonia entre suas partes componentes: molduras, colunas e as esculturas, que coroam o edifício. O átrio no grande hall interior é decorado com obras de Ticiano, Tintoreto e Veronese.  Contém uma coleção espetacular da Biblioteca Marciana.
FOTO 44 -LIBRERIA SANSOVINIANA, obra-prima do estilo renascentista - supremo equilíbrio entre colunas e esculturas.


CENAS DO COTIDIANO NA PIAZZA SAN MARCO
Apresento a seguir, algumas cenas atuais do cotidiano turístico da Piazza di San Marco:
FOTO 45 - Cotidiano na Piazza San Marco 1 – Serviço de Fotos Digitais na Piazza
FOTO 46 - Cotidiano na Piazza San Marco 2 – O Café Florian - Lugar histórico na Praça onde você pode apreciar o belíssimo cenário e uma boa música enquanto toma um capuccino servido em bandeja de prata.


FOTO 47 - Cotidiano na Piazza San Marco 4 – Turistas alimentando pombos.
FOTO 48  Cotidiano na Piazza San Marco 4– Vendedores

RIALTO – CENTRO COMERCIAL


A vibrante e histórica área comercial é o coração de Veneza. O nome vem de Rio Alto – lugar onde surgiu o primeiro povoado de Veneza. Era ali que desde tempos imemoriais os comerciantes do mundo inteiro vinham negociar naquele que foi considerado, naquele tempo, o centro comercial e financeiro do mundo. Até hoje, o Rialto é o coração libertino do comércio veneziano.
Visite a Pescheria (Mercado do Peixe), onde as regras antigas de compra e venda estabeleciam que a sardinha não deveria ter menos de 7 centímetros de comprimento. A feira de frutas e legumes é tradicional, e você pode saborear variados tipos de pêssegos suculentos, além de outras frutas e legumes frescos.
Descubra o comércio variado e popular dessa área. Depois, escolha uma mesa em um dos vários restaurantes à beira do canal. Experimente os pratos típicos venezianos enquanto admira a belíssima ponte do Rialto.
FOTO 49 - A belíssima e brilhante Ponte di Rialto, no coração comercial de Veneza.
A PONTE DI RIALTO é um dos cartões postais de Veneza, e foi construída entre 1587 e 1591. Foi resultado de um concurso para construir uma nova ponte mais sólida para suportar o transporte de mercadorias, em substituição à antiga ponte de madeira. Vários nomes famosos concorreram, como Michelangelo, Palladio e Sansovino. Entretanto, o projeto vencedor foi de Andrea da Ponte. Sua estrutura é em arco simples, e possui duas filas de lojas e três passagens de pedestres.
IGREJAS E CONFRARIAS (SCUOLE)
As igrejas de Veneza (mais de 100), com mais de mil anos de história, fé e arte, conservam um dos mais extraordinários tesouros do mundo: edifícios, pinturas, esculturas, objetos de arte... A Associação Chorus (Associazione Chiese di Venezia) tem como objetivo a recuperação, conservação e valorização das igrejas de Veneza. Consulte mais informações sobre as igrejas em: www.chorusvenezia.org. Dezesseis igrejas fazem parte dessa Associação (Não inclui a Básilica de San Giorgio Maggiori nem a Basilica di Santa Maria della Saude).
Duas grandes epidemias de peste que ceifaram a vida de milhares de pessoas deram origem às belíssimas igrejas do Redentor e a Igreja de S. Maria della Salute, erigidas em agradecimento após o término das epidemias de 1575/1577 (mais de 60 mil mortes) e aquela de 1630/1631 (mais de 42 mil mortes).
As minhas igrejas favoritas são:
BASILICA DE SAN GIORGIO MAGGIORI, uma das obras primas de Palladio (1566-1610), na pequena ilha de San Giorgio Maggiore – na bacia de San Marcos, com a visão privilegida da Piazza San Marco. A paisagem é deslumbrante e a igreja, também, em forma de um tempo clássico, com proporções perfeitas. Na igreja, veja a última ceia de Tintoretto.

FOTO 50 - Vista da Bacia di San Marco a partir de San Giorgio Maggiori.
BASILICA DI SANTA MARIA DELLA SAÚDE, um dos grandes marcos da cidade, iniciada em 1631 em agradecimento à Virgem pelo fim da praga que assolou a cidade em 1630. Obra prima do arquiteto Baldassare Loghena, em formato octogonal, com dois domos na península entre o Grande Canal. Sua entrada principal foi concebida como um arco do triunfo romano ornado com colunas coríntias.
FOTO 51 - Basílica de Santa Maria Della Saúde, construída para agradecer o final da Peste em Veneza.
CHIESA DEL SANTISSIMO REDENTORE (1576-1591), uma das mais famosas e veneradas igrejas em Veneza, centro de um dos eventos religiosos mais celebrados (Festa do Redentor, no terceiro domingo de julho). Foi patrocinada pelo senado como uma promessa durante a terrível praga de 1575-77. A igreja foi projetada por Andrea Palladio e concluída por Antonio da Ponte. Uma obra-prima da arquitetura renascentista. Fica na ilha de Giudecca.
BASILICA MARIA GLORIOSA DEI FRARI (1236 e 1338), levou mais de 160 anos e foi finalizada em 1492. É a expressão máxima da arquitetura veneziana, um dos mais importantes conjuntos eclesiásticos e franciscanos na Itália. Uma grandiosa nave central, com duas alas e sete capelas laterais. A basílica possui um tesouro de obras de arte excepcional.  Vale a pena ver os monumentos funerários de Ticiano, Canova e as obras de Ticiano (Madona e Assunção) e outros. Fica em San Polo.
FOTO 52 - BASILICA MARIA GLORIOSA DEI FRARI, expressão máxima de arquitetura veneziana. Um tesouro no seu interior.
CHIESA SANTA MARIA FORMOSA, iniciada em 1492, é uma das obras primas de Mauro Codussi, influenciado pela renascença toscana. Possui planta em cruz-latina, com uma nave central e duas alas. As duas fachadas têm dois estilos: um renascentista e outro barroco, e o campanário é belíssimo. Dizem que o bispo de Oderzo teve uma visão da virgem indicando aquele lugar para construção de uma igreja. Fica em Castello.
CHIESA DI SANTA MARIA DEL GIGLIO, igreja antiga fundada no século 9º. A igreja atual foi reconstruída na segunda metade do século 17. A sua fachada é uma obra-prima original e imaginativa de Giuseppe Sardi. Fica em San Marco.
FOTO 53 - SANTA MARIA DEL GIGLIO, fachada criativa de Giuseppe Sardi.
AS CONFRARIAS (SCUOLE) estimulavam o desenvolvimento da arte, religião e filantropia em Veneza. As mais importantes eram:  Scuola Grande di San Rocco, Scuola Grende di San Giovanni Evangelista, San Teodoro, San Marco, Santa Maria della Misericordia e Santa Maria della Carità. Elas aplicavam os três princípios em Veneza: caridade, fraternidade e a grande arte. Destaco a de San Rocco (1478), com um interior esplendido e dramático que reunindo cerca de 75 grandes obras de Tintoretto, além de obras de Ticiano, Giorgione e Tiepolo.
FOTO 54 - CHIESA DI SAN ROCCO, parte de uma das maiores Confrarias (SCUOLE) que se dedicaram às artes. Extraordinário acervo das obras-primas de Tintoretto.
Para saber mais sobre essas confrarias, consulte:

Concertos e exposições são geralmente promovidos nas igrejas de Veneza. Fique atento aos cartazes. Também há exposições temáticas variadas, como a que encontrei na Igreja de San Maurizio: “Antonio Vivaldi e il suo tempo”.
FOTO 55 - “Antonio Vivaldi e il suo tempo” na IGREJA DI SAN MAURIZIO
MUSEUS DE VENEZA – I MUSEI VENEZIANI
Para saber sobre os museus de Veneza e suas ricas coleções consulte:  http://www.museiciviciveneziani.it/, da Fundação dos Museus.
O Museum Card inclui o acesso aos 13 museus cívicos de Veneza. Outros museus particulares em igrejas e palácios são pagos, como a Galeria Academia, o Guggenheim, e o Museu da Basílica San Marco. Mesmo assim, ainda vale a pena adquiri-lo. Com o cartão, você pode visitar os museus situados na Piazza San Marco (Palácio dos Doges, a Biblioteca Nacional Marciana, o Museu Correr e o Museu de Arqueologia), bem como outros museus no centro histórico e nas ilhas, como o Museu do Vidro em Murano e o Museu de Rendas em Burano. Veja o mapa com os museus participantes em: http://www.museiciviciveneziani.it/frame.asp?sezione=museimappa. Clique no museu desejado e veja informações importantes e ricamente ilustradas sobre os serviços, eventos e sobre as coleções.
Fique atento aos cartazes que divulgam os eventos culturais de Veneza, que certamente vão incluir eventos de ópera estrelados no Gran Teatro La Fenice: http://www.teatrolafenice.it/
GALERIA DELL’ACADEMIA, está para Veneza assim como a Galeria Uffizi está para Florença. Possui uma das mais importantes coleções de pinturas venezianas, desde a sua origem até o século 18. Reconhecida mundialmente por seus raros e belos trabalhos de arte e pela alta qualidade de sua coleção.
A pintura veneziana foi influenciada pela decoração bizantina e pintura da Europa setentrional. Destaca-se, pelo brilho das superfícies e as cores suntuosas, no pioneirismo em retratar paisagens e na dramaticidade em retratar cenas religiosas. Iniciou e desenvolveu a técnica da pintura a óleo.
Meus destaques na galeria incluem pinturas que retratam a aparência de Veneza de outros tempos, como a Procissão na Piazza San Marco e O milagre da Cruz na Ponte dei Greci (Gentile Bellini). Aprecio a dramaticidade da representação das cenas religiosas de Tintoretto e as madonas serenas de Giovanni Bellini. Fiquei frustrada por não poder ver duas obras importantes: A tempestade (Giorgione), que estava emprestada para a Rússia e o desenho O homem vitruviano (Leonardo da Vinci), que estava em processo de restauração.
Descubra mais sobre as maravilhas da Galeria em: http://www.gallerieaccademia.org/sito/home.html
No Museo Correr havia uma belíssima exposição do renomado cineasta e artista Julian Schnabel:“Permanently Becoming and the Architecture of seeing”. Schnabel dirigiu os seguintes filmes : "Basquiat" (1996), "Before Night Falls" (2000) e "The Diving Bell and the Butterfly" (2007). Veja informações em:
COMÉRCIO EM VENEZA
Veneza não é certamente um lugar para shopping. Quer comprar lembranças de Veneza? Os vidros de Murano são uma boa opção, representando uma tradição veneziana de mais de mil anos. A variedade é imensa – pequenos objetos e bijouterias estão por toda a parte.  As máscaras são um dos símbolos maiores do famoso Carnaval Veneziano: em todos os materiais e cores. Joias também são uma boa opção: algumas reproduzindo símbolos da cidade.
FOTO 56 - Máscaras e Mascaras – Brilho e Brilho.
GASTRONOMIA
A gastronomia de Veneza, como não poderia deixar de ser, é rica em frutos do mar. Uma boa pedida é o antepasto tradicional: antipasti de frutti di mare, regado a azeite de oliva.
Comida: Frutos do Mar e Massas.

Bebidas: Bellini, Vin Santo, Prosecco.
Frutas: Pêssegos, de diversos tipos (Sugiro o Mercado de Rialto).
Fique atento aos “Bacari”, bares onde se bebe vinho e às Osterias, onde se come mais barato.
O QUE NÃO GOSTEI NA PAISAGEM DE VENEZA
Protesto aqui contra a publicidade em grande escala nos prédios históricos pelos patrocinadores de restauração de alguns dos mais importantes patrimônios da humanidade. Uma lástima que as autoridades venezianas permitam que fabricantes de celulares, relógios, etc., poluam uma das paisagens mais lindas do mundo, como na Piazza San Marco. Vejam como encontrei alguns dos ícones da Itália: O Museo Correr, a Biblioteca Marciana e a Ponte dos Suspiros. E vocês, o que acham?
FOTO 57 - Publicidade de celular na LIBRERIA SANSOVINIANA – Uma Lástima
FOTO 58 - PONTE DEI SUSPIRI poluída e acuada por publicidade de relógios
FOTO 59 – Publicidade de LOJAS e comércio ambulante na PIAZZA DI SAN MARCO

CONCLUINDO
UM AGRADECIMENTO:  Após essa Postagem ITALIA 1 - VENEZA 1 descobri que esse blog: LUGARES: REAIS E IMAGINÁRIOS está fazendo aniversário de um ano agora em Setembro. Graças a vocês, tenho muitos motivos a continuar: quase 10 mil visualizações (12 lugares maravilhosos) em vários recantos do mundo (apenas pela indicação de vocês). Fico emocionada quando penso, que por coincidência, o meu presente de aniversário para vocês é essa postagem de Veneza.  Obrigada, muito obrigada pelo incentivo e pelo interesse.
Quase terminando, compartilho  com vocês uma belíssima série que tem como tema Veneza, narrada por um veneziano nativo. Trata-se de uma série  produzida pela televisão “BBC” que me foi apresentada por Tony Crowle: Francesco's Venice. Desculpe, mas está em inglês. Encontre Marco Polo em: http://www.youtube.com/watch?v=oQtdXeMT3sE&feature=related e passeie pelo Canal Grande em: http://www.youtube.com/watch?v=oQtdXeMT3sE&feature=related
Gostaria de terminar me reportando a um convite: VENI ETIAM – termo em latim que significa VOLTEM OUTRA VEZ, que segundo alguns deu origem ao nome de Veneza.
Até mesmo o nome é um reflexo. Qual será a verdadeira imagem de Veneza? A imagem refletida? A que reflete? (Blasi em seu livro: Mil Dias em Veneza).
Eu voltei à Veneza e minha percepção de Veneza mudou também como os reflexos dos palácios e casarios nos seus espelhos d’água... Essa magnífica cidade flutuante, construída a partir da lama, continua a se transfigurar e a emocionar milhões de pessoas. Como disse o célebre Marco Polo, ao aconselhar sobre como captar um pouco do mistério das cidades: “De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que que nos dá às nossas perguntas”. Para Polo todas as vezes que ele descrevia uma cidade dizia algo a respeito de sua cidade natal: Veneza.
O Marangona não tocou quando eu cheguei a Veneza, mas não importa, a minha alma “não-veneziana” continua a se emocionar com a Princesa/Rainha dos Pântanos. Uma paisagem deslumbrante e misteriosa, aberta ao nosso imaginário.
Até a próxima!
Santamaria  
NOTA: Em Veneza senti-me arrasada por me ver impossibilitada de capturar imagens com a minha câmera, que acusou problemas técnicos. Fiz essas imagens de Veneza com uma pequena câmera, gentilmente emprestada por minha irmã.