Foto 5 – O Palácio de La Moneda, a histórica
sede do Governo, um dos principais atrativos de Santiago.
2.2 UM
POUCO DA HISTÓRIA
Os habitantes
nativos eram os Mapuches que habitavam o centro e sul e os Incas que dominavam
o norte.
Os primeiros
europeus, foram liderados por Fernão Magalhães que em 1520, descobriu o caminho
das Indias, navegando do Atlântico para o Oceano Pacífico no ponto onde fica (hoje)
a cidade de Punta Arenas, Patagônia.
Pedro de Valdívia,
um militar e conquistador espanhol, fundou a cidade de Santiago, capital, em
1540 e foi governador por vários anos, no século 16.
O movimento
de independência do Chile entre os anos de 1817 e 1818, liderado por Bernardo O'Higgins, libertou o país da histórica dominação espanhola. A
proclamação da república do Chile ocorreu no dia 18 de setembro de 1818.
Um dos maiores
eventos bélicos do Chile foi a Guerra do Pacífico (1879-83), na qual o país venceu o Peru e a Bolívia e conquistou as regiões do norte.
O Chile vivenciou
seu dramático “11 de setembro”, em 1973, que mudou radicalmente sua história,
quando o golpe militar, chefiado pelo General `Pinochet derrubou o presidente
socialista Salvador Allende. Foram 17 anos de ditadura (1973-1990), uma das
mais sangrentas da América Latina, no século 20, que matou mais de três mil
pessoas.
2.3 UM POUCO DE CULTURA
Os chilenos chamam
seu país de "país de poetas". A poetisa, educadora e diplomata Gabriela
Mistral foi a primeira chilena a ganhar
o Prêmio Nobel de Literatura (1945). O mais famoso poeta chileno, no entanto, é Pablo Neruda, que também ganhou o Prêmio Nobel de Literatura (1971), mundialmente conhecido por sua extensa obra que inclui como temas o
romance, natureza e política. As três
casas de Neruda, altamente personalizadas, localizadas em Isla Negra, Santiago e Valparaíso, são os atrativos turísticos mais populares.
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Foto 6 – A memória do grande poeta Pablo Neruda, um dos maiores orgulhos dos chilenos, está em todos os lugares, como na obra deste pintor na Plaza de Armas (Centro de Santiago).
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Também são
reconhecidos mundialmente os escritores Roberto Bolano e Isabel Allende (filha
de um primo de Salvador Allende).
2.4 UM POUCO DA GASTRONOMIA
O Chile é o paraíso para aqueles que apreciam peixes e frutos do mar.
Ao longo de toda a extensa costa chilena é possível
achar uma variedade incrível de frutos do mar. Os peixes que você encontrará
são: congro, corvina, mero, reineta e salmão, incluídos em pratos como o caldo
de congro, congro frito, corvina ao forno com molho de mariscos, salmão com
alcaparra; além de todo tipo de mariscos, como caranguejos, ouriços-do-mar,
machas, ostras, choritos (mexilhões) em diferentes pratos.
Na zona
norte, a cozinha típica tem a influencia das culturas atacamenhas e aymaras do altiplano andino, como também dos changos, povo pesqueiro da costa. O
norte do Chile também é rico em peixes e mariscos. Em vales mais férteis, como
o vale de Azapa, produzem-se frutas
tropicais e também azeitonas, onde os pequenos produtores fazem azeite de
oliva.
Na zona central, experimente as empanadas (de carne, queijo ou
mariscos), os generosos sanduiches, a cazuela
(cozido ou ensopada de carne e peixe), o pastel de choclo (pastel salgado de milho), as humitas (como as pamonhas brasileiras), os porotos granados (cozido de feijões), as lingüiças e diversos pratos
com carne de bovino ou suíno.
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Foto 7 – O Chile é rico em frutos do mar como pode ser visto em uma das bancas do Mercado Central, em Santiago. |
Mais ao sul, na Patagônia, você pode desfrutar de carnes de animais não
tradicionais como o javali e o avestruz, o famoso cordeiro assado no pau e as
aranhas-do-mar. Existem lojas especializadas que oferecem geléias picantes ou
de vinho, mel orgânico, condimentos mapuches
como o merkén e excelentes azeites de
oliva.
E PARA BEBER? Os vinhos chilenos são mundialmente
reconhecidos por sua qualidade com variedade de cepas e preços para todos os
orçamentos. Alguns dos melhores vinhos do mundo são produzidos nos vales
vitivinícolas da zona central. A bebida tradicional é a famosa e deliciosa “caipirinha chilena" o Pisco, ou "Pisco Sour", preparada com cachaça de uva, suco de limão,
açúcar e clara de ovo. Uma
delícia!
Ao longo do
tempo, os pratos chilenos misturaram influências nativas e europeias. Nas
grandes cidades se desenvolveu nos últimos anos uma ampla oferta de gastronomia
fina criada com produtos típicos do Chile.
3. CHEGANDO EM SANTIAGO
Você chega ao Chile
pelo Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez (www.aeropuertosantiago.cl), Pudahuel, a 20 quilômetros do centro da capital e a cerca de trinta
minutos do Centro.
Há serviço de
ônibus entre o aeroporto e o Centro. A empresa Tur-Bus
(www.turbus.cl) opera entre
5h30/0h, chegando e saindo da Calle de la Moneda, esquina com San Martín e do
metrô Los Héroes. A corrida de táxi pode
sair em torno de $ 9000 pesos chilenos. O transfer
realizado por vans, na frente do Aeroporto, é bastante utilizado e custa
cerca de 11 dólares americanos. Recomendo este último.
Na ocasião, com
pequenas variações, o câmbio do peso chileno era de 215 reais e 495 dólares.
4. O DESERTO DE ATACAMA –
INFORMAÇÕES GERAIS
O slogan do Chile
é: “Chile, Naturaleza que Conmueve.”,
em português: Chile, Natureza que Comove
expressa a mais pura verdade e o Deserto do Atacama, com certeza, é um dos
destinos mais comoventes. O povo atacamenho lhe dá as boas vindas na lingua
kunza:
ALABATI, ALABATI! (BEM VINDO, BEM VINDO!)
Na língua atacamenha
(kunza) e no Português.
O Chile pertence a um cinturão de fogo do Pacífico, zona de intensa
atividade sísmica (resultado da colisão de duas placas: Nazca e Sulamericana) onde
se produziram os dez mais fortes terremotos desde 1900. Com efeito, o país
possui mais de 150 vulcões ativos e cerca de 10% dos vulcões do planeta. O
vulcão Lascar, na região, é o mais ativo do Chile (entre Toconao e Soçaire). Mas,
não se assuste, pois a ocorrência deste tipo de fenômeno é monitorada. Você não
vai deixar de visitar este paraíso na terra por conta desta atividade geológica,
não é?
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Foto 8 – Na Cordilheira dos Andes ocorrem a maior parte dos 150 vulcões ativos como no altiplano chileno do Deserto do Atacama.
O Deserto do
Atacama possui 104.000 km2 e abrange terras de quatro países: Argentina, Chile,
Bolívia e Peru. A paisagem é composta por salinas, gêiseres, vulcões, lagoas coloridas, vales verdes e cânions de água cristalina. O deserto é muito procurado por variados
tipos de turistas. O praticante de eco-turismo e turismo de aventuras vai se
sentir desafiado. Os arqueólogos e
interessados em arqueologia tem uma ampla área de pesquisa, em função dos
importantes sítios/artefatos arqueológicos e históricos, assim como, geólogos e
profissionais das ciências da natureza. Na região foram encontradas múmias com mais de 1.000 anos. O turismo de astronomia também é um
forte atrativo na área, que possui um dos “firmamentos” mais propícios para observações
dos corpos celestes, o que pode ser comprovado pela instalação de observatórios
astronômicos mais modernos e avançados do mundo como o Observatorio
Paranal e o maior projeto astronômico do mundo ALMA, ambos localizados no
Deserto do Atacama.
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Foto 9 - San Pedro é a Capital Arqueológica do Chile, onde se encontra as ruínas da Aldeia de Tulor, um conjunto milenar do período pre-colombiano (800 a.C – 500 d.C). |
Qualquer que seja o
turista, ele ficará encantado com a paisagem deslumbrante. Não há limite de
idade ou perfil para viver uma relação de amor com este lugar tão surreal.
4.1. SAN PEDRO DE ATACAMA
San Pedro
de Atacama está localizada na Região II do Chile, em um oásis, no Deserto de
Atacama, o mais árido do mundo. Esta vila está situada em uma depressão, de
2.438 metros de altitude, na desembocadura do rio San Pedro, às bordas do Salar
de Atacama.
Segundo o
sítio oficial da Prefeitura, San Pedro é a capital arqueológica, turística e
astronômica do Chile
O pequeno
povoado tem uma população de cerca de 3.000 pessoas.
A vila
oferece uma ótima infraestrutura turística, a exemplo de bons restaurantes, várias
lojas de artesanato e agências de turismo, mercadinhos, pousadas e muitos
outros serviços. Em uma contagem rápida, identifiquei 47 opções de hospedagem e
21 agências de turismo. Não se preocupe com troca de dinheiro, pois há várias
casas de câmbio no lugar.
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Foto 10 – A rua Toconao, em San Pedro de Atacama, com várias lojas e agências de turismo.
5. QUANDO VISITAR? POR QUANTO
TEMPO?
Visitei o
Deserto em Novembro. A melhor época para visitá-lo é na primavera (entre
setembro e novembro) e no outono (entre março e maio) quando as temperaturas
são mais amenas.
O tempo
recomendado é de permanecer, no mínimo, por quatro dias, o que já permite ter uma
breve visão do Deserto, para quem não pretende fazer esportes da natureza. Como
as distâncias percorridas nas excursões e passeios são longas, você pode gastar
mais de 3 horas no percurso de ida e volta. Sem contar o dia de chegada e
volta, fiquei três dias completos em San Pedro. Para quem pretende ficar por 3
dias inteiros, o programa tem que ser intensivo, com duas excursões por dia.
6. COMO CHEGAR, SE ORIENTAR E SE LOCOMOVER
Da capital
Santiago, partem voos diários de diversas companhias: LAN CHILE, PAL e Sky
Airline. A viagem dura cerca de 2 horas e 15 minutos. O aeroporto de Calama, em
Calama, é pequeno, mas bem estruturado e movimentado. No próprio ambiente do
aeroporto você tem balcões de várias empresas que fazem serviço de transfer
para San Pedro, por cerca de 10.000 pesos, em uma viagem de cerca de 105 km
(cerca de uma hora e alguns minutos). A rodovia que liga Calama a San Pedro é a
23. As vans são confortáveis e a estrada é super bem-conservada. Aliás, fiquei
impressionada com a conservação das estradas no Chile e na região do deserto.
Fui informada que eles usam um produto derivado do sal para conservar o
pavimento das vias. Mesmo em San Pedro, onde o piso das ruas é em terra
natural, a conservação é muito boa.
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Foto 11 – O moderno e movimentado Aeroporto em Calama, ponto de chegada ao Deserto do Atacama.
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Algumas informações
e marcos referenciais são importantes para se orientar no lugar.
A rodovia 23 corre
no sentido noroeste – sudeste (Calama – San Pedro) e quando atinge San Pedro, deflete
mais fortemente no sentido sudeste. Após o povoado, a rodovia 27 segue em
direção oeste, chegando até a Argentina.
A Cordillera de Domeyko e Cordillera de La Sal ficam a oeste e Cordillera de los Andes a leste, onde faz
a fronteira com a Bolívia, mais ao norte e marca a borda com a Argentina mais
ao sul. O Deserto transborda em terras da Bolívia (muito próximo) e da
Argentina. Há algumas operadoras locais que oferecem passeios de San Pedro até
o Salar de Uyuni na Bolívia. O rio
San Pedro corre no sentido norte – sul.
Uma boa referência para se localizar na região sãos os vulcões. Isso
mesmo, eles são imponentes e tem uma cara, quer dizer formato bem peculiar,
marcando fortemente a paisagem. A gente logo aprende a reconhecê-los. A grande
Cordilheira dos Andes, a leste, é marcada por uma cadeia de vulcões como o Volcán Licancabur (5.900 metros); Águas Calientes (5.964 metros); Vólcan Lascar (5.154 metros); e Acamarachi (6.046 metros). O vulcão Licancabur é um dos meus preferidos,
mais próximo de San Pedro.
Os povos
nativos consideravam os vulcões como divindades, contavam suas histórias e os
utilizavam como guias. Conta a lenda atacamenha que há um eterno vínculo de
amor entre a “montanha macho” Licancabur (a leste) e a “montanha fêmea” Quimal
(a leste). O amor é consumado a cada solstício de inverno, quando a sombra de
seus picos se encontram e fertilizam a terra.
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Foto 12 - O vulcão Licancabur, venerado pelos nativos, é uma referência marcante em San Pedro e entorno. Esta é a visão do Licancabur, do interior de uma habitação, nas ruínas da vila histórica de Tulor.
7. INFORMAÇÕES TURÍSTICAS
Recomendo visitar a “Oficina de
Informacion Turística”, na Rua Toconao, 405, próxima a Praça Principal. O
centro de turismo oferece uma boa folheteria e mapas da região.
Segue alguns sítios para você planejar melhor
sua viagem ao Atacama:
As agências locais de passeios podem
complementar as informações.
Toda a culinária do Chile pode ser
apreciada em San Pedro. Há restaurantes muito bons. Você pode experimentar
outros pratos além dos frutos do mar. Que tal apreciar um prato de llama?
Segue a lista de alguns restaurantes
visitados:
LA CASONA (Calle
Caracoles, 195): A parrillada (churrasco),
por 32.000 pesos, serve bem três pessoas. O restaurante oferece muitas opções,
os pratos são generosos e o lugar é agradável. Serve o Lomo a Lo Pobre e o Pastel de
Choclo. Eu avalio como muito bom.
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Foto 13 - A “parrilada” (churrasco) gigante do restaurante La Casona, uma delícia que serve bem 3 pessoas.
CKUNA (Tocopilla
359): Serve pratos da culinária local, com esmero. Experimentei o “Champinon
salteado com salsa chanar” mais quinoa. Este prato não é indicado para os carnívoros.
Preço do prato: 26.400 pesos chilenos. Os pratos são individuais. Excelente!
Veja o sitio: http://www.ckunna.cl/
CAFÉ
PEREGRINO (Gustavo Le Paige): Oferece uma boa opção de lanches e bebidas. O
local é muito agradável, em frente a praça principal. Serve o tradicional chá
de coca. Vale a pena conhecer e fazer um lanche.
DELÍCIAS DA
CARMEM (Caracoles): É um restaurante mais popular, com generosas porções e
cardápio bem variado. Fica na Calle Caracoles. O ambiente é agradável. Muito
bom.
TODO
NATURAL (Caracoles, 271): Otima opção para os apreciadores de comida
vegetariana ou natural. A comida é boa e
variada e o ambiente é muito agradável. Veja
o sitio: http://www.tierratodonatural.cl/
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Foto 14 – As “empanadas” deliciosas do restaurante Delícias da Carmem. |
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Aproveite
para visitar as mais altas sorveterias do mundo (Fábrica de Sorvetes), como a Heladeria Tierra de Sol (Caracoles com
Calama) e a Babalu (Caracoles,
160/419) . Os sorvetes artesanais incluem sabores locais e exóticos, como:
algarrobo, o chanar, rica rica, hoja de coco, quinoa, coca e muitos outros. A
variedade é muito rica. É uma delícia tomar um sorvete em um calor de mais de
30 graus.
Fique
atento aos horários diferenciados de abertura e fechamento do comércio em San
Pedro. Os horários das lojas são: 9-14 e 17-22. Os restaurantes e agências de viagem
funcionam de 8 da manhã a 1 da madrugada.
O
artesanato é muito rico. Os tecidos nativos, fabricado artesanalmente pelos índios,
são lindos, criativos, coloridos e ainda aquecem o corpo contra o frio. São
xales, mantas, gorros, camisas e ponchos feitos, na grande maioria, de alpaca e
lhama. Além dos tecidos, podem ser encontrados objetos em prata, cerâmica, cobre
e outros materiais. O lápis-lazuli (da cor azul) é a pedra oficial do Chile.
Esta pedra já era utilizada em peças ornamentais pelos faraós (há 7.000 anos
a.C) e tinham origem nas minas no Afeganistão.
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Foto 15 – Há muitas opções de lojinhas de artesanato e galerias como esta, na rua Caracoles.
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O lugar
onde há uma maior concentração de lojas de artesanato é a Caracoles (rua de
pedestres), a mais animada da Vila e onde também se encontra quase tudo. Um bom
local para comprar artesanato é o Mercado das Artes, na Praça principal, com
bons preços.
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Foto 16 – Uma boa opção para compras de artesanato é o Mercado de Artes, em frente a Praça Principal, na rua Gabriela Mistral.
10. ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA SOBREVIVER NO DESERTO
Por conta
da grande oscilação térmica: de graus negativos a noite e bem cedo da manhã até
mais de 30 graus durante o dia, é recomendável usar roupas leves (de verão)
para o dia e roupas mais quentes para a noite, incluindo luvas e um bom casaco.
Você pode vestir algumas camadas de roupa de forma a tirar/colocar quando
necessário. Recomendo usar bastante protetor solar, hidratante e beber muita água.
Não se esqueça de sempre levar água nos passeios. Chapéus, óculos de sol,
lanternas e binóculos também devem fazer parte de sua mala. Não se esqueça do
maiô ou calção de banho, pois você pode usá-los para nadar nas lagoas.
Se você tem
hipertensão não deve subir a altitudes maiores de 4 mil metros, fáceis de
encontrar na região, também não se exercite, até que o seu corpo se adapte.
Como diz o ditado: devagar se vai ao longe, aqui significa subir as alturas. Nada
é tão difícil de seguir para que você tenha uma experiência inesquecível desta
viagem. Os passeios atendem a todos os interesses e graus de dificuldade, seja
para crianças, idosos ou sedentários.
11. ROTEIRO SUGERIDO E PRINCIPAIS ATRAÇÕES DO DESERTO DE
ATACAMA
11.1 OPERADORAS: COMO ESCOLHER?
É difícil escolher uma entre as dezenas de agências espalhadas
por toda a vila. Algumas são maiores e superestruturadas e outras são menores,
mas tamanho não deve ser o critério básico. Algumas oferecem outros mimos: café-da-manhã, drinques e
lanches. O papel do guia é fundamental, mas fica difícil avaliar este item.
Por cerca de 65.000 pesos chilenos você pode fazer os
passeios básicos, distribuídos em 5 (cinco) roteiros que fiz. Procure negociar
todos os passeios com uma única agência, o que permite conseguir um bom
desconto.
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Foto 17 - Cartaz com oferta de roteiros em uma Agência de Turismo, em San Pedro. Não estou fazendo propaganda, pois como esta há dezenas de outras.
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11.2 PRINCIPAIS RECURSOS NATURAIS – UM
GRANDE PATRIMÔNIO
Grande parte do
Deserto do Atacama no Chile é uma reserva nacional protegida. Com uma
superfície de 73.986 hectares, a Reserva
Nacional Los Flamencos tem uma diversidade enorme de atrativos para os
visitantes, que incluem montanhas, salares, formações rochosas, lagoas, zonas
arqueológicas, além de flora e fauna nativas.
A reserva é dividida em sete setores compreendidos pelo Salar
de Tara, o Salar de Aguas Calientes, o Salar de Puisa, as Lagunas Miscanti e Miñiques, o setor
Soncor e Laguna Aguas de Quelana do Salar
de Atacama, o Valle de La Luna e
Tambillo, localizados a diferentes alturas (os setores que visitei estão em
negrito).
Em cada um destes setores, as condições climáticas são
particulares e, portanto, possuem diferentes populações de animais e vegetais.
Apesar da escassez de água, esta área desértica desenvolveu
através de séculos, uma exuberante economicidade em relação aos recursos
naturais, onde a presença de alguns lagos com água quase todo o ano, servem de
fonte de vida tanto para os habitantes quanto para animais da região. Todos os
seres vivos interagem de forma modelar, em um delicado equilíbrio do
ecossistema.
Segue algumas informações adicionais sobre o Deserto do
Atacama:
http://www.visitchile.com.br/reserva-nacional-los-flamencos/mapa.htm
O relevo geral desta região constitui-se de Punas, Quebradas,
Salar de Atacama, Cordillera de la Sal e Cordillera de Domeyko.
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Foto 18 - Para entender melhor o relevo desta região, veja o esquema que encontrei no Museu Arqueológico Le Paige, em San Pedro.
A Puna é um “piso ecológico” localizado ente
3.600 e 4.200 metros, ocupado por grandes extensões de gramíneas de
consistência dura e aspecto amarelado, conhecida como coirones e pajas bravas.
Estas se mesclam com outras plantas como as llaretas
que crescem em rochas, de cerca de 4.000 metros de altitude.
Este lugar
concentra uma grande variedade de animais. Entre os mamíferos destacam-se o guanaco, a vicuna, o quirquincho e
roedores como a vizcacha, o raton chinchilla e el chululo. Entre as aves tem importância o
suri (avestruz andino), a kiula (perdiz gigante), a tagua gigante, uma variedade de patos e
tres espécies de parinas (flamingos).
O
Salar, localizado a 2.400 metros de altitude, foi formado pela lenta
acumulação de sais trazidos pelas águas pluviais dos picos dos Andes. Ao descer
na forma de pequenos rios e riachos subterrâneos, as águas dissolveram os sais
até a base da bacia, onde são acumulados.
No seu entorno,
ocorrem vegetações adaptadas à alta salinidade como a grama salda os cachiyuyos,
a brea e outras. Apesar da grande
salinidade, se desenvolvem alguns crustáceos, algas microscópicas, insetos e
aranhas que permitem a vida de espécies como flamencos, chorios, lagartijas e zorros.
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Foto 19 – O Salar do Atacama, setor Soncor, com suas incríveis lagoas salgadas, habitat dos flamingos.
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No Deserto do Atacama, os parques e atrativos são
administrados através de um programa de conservação participativa que envolve
as comunidades nativas, sob a supervisão da CONAF – Corporación Nacional Forestal, responsável pelo
desenvolvimento e manejo sustentável dos recursos florestais. Esta corporação
de direito privado tem todas as funções de uma agência governamental e está
vinculada ao Ministério de Agricultura do Chile. A
CONAF adota um modelo preservacionista
segundo a perspectiva cultural do Povo Nativo, numa proposta ecológica e
étnica. São os nativos que participam dos serviços de proteção dos parques, atuando
como recepcionistas, guias e outros.
12. PRIMEIRO DIA - MANHÃ
ROTEIRO 1: TOUR
LAGUNAS ALTIPLANICAS E SALAR DE ATACAMA: A Reserva National "Los Flamencos" com as lagoas Miscanti e Miñiques ; a Vila
Socaire ; a Laguna de Chaxa (no
setor Soncor). Vila de Toconao.
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Foto 20 – O cenário do entorno da Lagoa Miniques, no altiplano chileno, localizado a mais de 5.000 metros de altitude é majestoso. |
LOCALIZAÇÃO: Fica ao sul de San Pedro de
Atacama, acesso pela rodovia (carretera 23).
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Lagoas Miscanti e Miniques (115-117 km);
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Vila Socaire (86-90 km).
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Salar do Atacama : Setor Soncor com a Laguna Chaxa (62Km)
-
Vila de Toconao (38 km)
PERÍODO DA VISITA: Manhã (8 – 13 horas).
ENTRADA INTEIRA: Entrada: 5.000 pesos chilenos
PRINCIPAIS ATRATIVOS E
CARACTERÍSTICAS:
LAGOAS MISCANTI E MIÑIQUES
Esta região, há milhares de anos atras, era uma área onde cursos de água
desciam livremente a alta cordilheira em frente aos vulcões dos mesmos nomes
das lagoas. Cerca de mil anos atras, uma erupção do Vulcão Miniques bloqueou o
fluxo d`água e formou as duas lagoas, que ficam bem próximas (você percorre a
pé o percurso). A lagoa Miniques é a mais alta (5.910) e fica a uma cota de 5
metros acima da lagoa Miscanti, esta última recebe da primeira a alimentação
subterrânea.
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Foto 21 – A Lagoa Miniques é o lugar de reprodução da ave tágua cornuda, espécie ameaçada de extinção. |
Fauna e Flora : Há vários tipos de ambientes, lagoas, áreas
pantanosas, colinas de rochas, colinas de arbustos, áreas rochosas inclinadas.
Neste local vivem 94 espécies de vertebrados, a maioria de aves (69 espécies),
18 espécies de mamíferos, 6 tipos de répteis e um tipo de anfíbio. Uma das
espécies mais observadas são : Wari
ou Tagua Cornuda (espécie protegida pela sua vulnerabilidade), o pato Juarjual,
a vicuna ou Telir, o Tzambú ou Guanaco, o Aitizir ou a Vizcacha, entre outros.
As Lagoas Miniques e Miscanti é o lugar de reprodução mais
importante (vertente ocidental) da Tagua
Cornuda, espécie ameaçada de extinção. Esta ave constroi seus ninhos em plantas aquáticas e põe de 2 a 5 ovos que
levam 30 a 35 dias para eclodir. No entanto, a gaivota andina é apreciadora desses ovos.
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Foto 22 – Há diferentes ambientes nesta área da Lagoa Miscanti, onde vivem mais de 94 espécies de vertebrados, na maioria aves. |
As vicunas usam rotas de circulação denominadas `corredores biológicos`.
No inverno, a temperatura chega a 30 graus Celsius negativos e a superfície
das águas se congelam.
Por conta da preservação dos habitats, você não tem acesso às bordas das
lagoas, ficando um pouco distante. No entanto, há pontos de mirantes para você
admirar a paisagem, fotografar, sentar e até áreas para tomar um bom café da
manha.
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Foto 23 – Um café da manhã especial, em uma ambiente especial de preservação, na Lagoa Miniques.
A área é administrada pela comunidade atacamenha de Socaire, cuja população
tem históricamente tem se dedicado a agricultura, criação de animais,
artesanato e hoje se recuperam, com esforço.
A paisagem é belíssima, com superfícies líquidas coloridas rodeada de
vulcões e colinas. Para mim, a Miniques é uma das lagoas mais bonitas do
Atacama.
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Foto 24 – Por conta da preservação rigorosa, o acesso é vedado às margens da Lagoa Miscanti. |
SOÇAIRE
Soçaire é o povoado dos atacamenhos, distante 120 km de San Pedro. Está
situado a 3.300 metros de altitude. Possui construção em pedra que marca
identidade dos povos andinos. Seus habitantes vivem da agricultura, criação de
animais, atividades e mineração.
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Foto 25 – A pequena capela de Soçaire, de onde você pode observar a prática da agricultura milenar em terraços.
O povoado dispõe de alojamentos, restaurante, lojinha de artesanato e duas
igrejas. A igreja do centro possui paredes de adobe com 4 metros de altura,
tetos de madeira com vigas de chanar e cactus, coberto com palha. No interior
observa-se antigas pinturas religiosas.
SALAR DO ATACAMA - LAGUNA DE CHAXA (NO SETOR SONCOR)
O Salar do Atacama fica ao sul de San Pedro, tem uma altitude de 2.300 e
uma superfície de 320.000 hectares. Trata-se de uma grande bacia, uma depressão
pré-andiana, delimitada a oeste, pela Cordillera
de Domeyko e paralela a esta a Cordillera
de la Sal, e a leste a Cordillera dos
Andes. Na superfície afloram cristais de sais, produzidos pela evaporação
da água subterrânea de intensa carga de sal, alimentadas pelas águas dos Andes
que dão origem a diversas lagoas de baixa profundidade, unidas por canais
naturais (Burro Muerto, Chaxas e Barros Negros). Este lugar, altamente
salinizado, possibilita a vida de formas microscópicas de vidas como algas e
microinverterbrados, como o minúsculo crustáceo Artêmia (de menos de 1cm), que
são a dieta dos flamingos e de outras aves migratórias. Também fazem parte
deste sistema a Laguna Tebinquinche e a Laguna Cejar.
Foto 26 – No Salar do Atacama, cristais de sais produzem um ambiente altamente salinizado, mas que é essencial para a vida dos flamingos e outras aves migratórias.
O setor Soncor, um sistema de lagoas e zonas úmidas, fica no Salar de
Atacama. Possui uma superfície de 5.016,7 ha, legalmente protegidas que formam
parte da Reserva Nacional dos Flamingos. (62km de San Pedro). É um dos doze
sítios prioritários do país e um dos quatro da região orientado para a
conservação e uso sustentável das áreas úmidas, de acordo com a convenção
internacional RAMSAR. Constitui-se o habitat de aves aquáticas migratórias e
onde se pode observar os três tipos de flamingos do País.
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Foto 27 – O Salar de Atacama é um dos sítios prioritários do Chile para a conservação e uso sustentável das áreas úmidas. |
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Fauna e Flora
Neste ambiente extremamente adverso, com poucas espécies de grama e
arbustos pequenos, você pode apreciar uma avifauna muito abundante,
diversificada e valiosa como as três espécies de flamingos, que se destacam
pela beleza e elegância. Também estão presentes a gaivota andina, o caiti, o chorio de la Puna, o aguilucho
e o playero de Baird.
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Foto 28 – Você pode observar na lagoa de Chaxa, os três tipos de flamingos chilenos : Flamingo Andino (Parina Grande), Flamingo Chileno e Flamingo James (Parina Chica).
A visita a esse setor, é uma das mais bem organizadas do Atacama, com uma
trilha interpretativa (que dispõe de placas informativas sobre a área) de 400
metros e que pode ser percorrida em cerca de 45 minutos. Esta área é
administrada pela comunidade atacamenha de Toconao.
TOCONAO (VALLE ESCONDIDO) – VALLE DE JERE
Os habitantes, são originários de 11.000 anos a.C. A população atual da Vila é de cerca de 700 habitantes que praticam
atividades antigas e tradicionais, e se
consideram uma parte integrante e unida do meio ambiente local que o cerca:
animais, vegetação, água, terra, sol e montanha.
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Foto 29 – A histórica Torre Campanário, vista do interior da Igreja em Toconao.
As frutas e hortaliças, cultivadas em pomares regados por antigos sistemas
de irrigação, junto com o artesanato são as principais fontes de trabalho,
complementada pela mineração.
O Povoado é construído inteiramente em pedra Liparita, de origem vulcânica
extraída do local. O principal atrativo é a Torre Campanário construída em
1750. Ela é composta de três corpos de pedra e barro, integrado a praça do
povoado, e possui valor histórico, estético e arquitetônico.
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Foto 30 - O altar da Igreja de Toconao é dedicado ao patrono São Lucas. |
13. PRIMEIRO DIA - TARDE
ROTEIRO 2 - VALE DE LA LUNA & VALE DE LA MUERTE
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Foto 31 – O Valle de La Luna tem uma paisagem semelhante ao solo lunar onde se encontram várias cavernas. |
LOCALIZAÇÃO: Fica a oeste de San Pedro
de Atacama, acesso pela rodovia (carretera) 23 e via local
PERÍODO DA VISITA: Tarde (4 - 8 :30
horas).
ENTRADA INTEIRA: 2.000 pesos chilenos
PRINCIPAIS ATRATIVOS E
CARACTERÍSTICAS
- Mirante na Cordillera de La Sal;
- Valle de La Muerte (3km).
- Valle de La Luna (4km) que inclui : Cavernas, Las Tres Marías (Estátuas)
e a Grande Duna (Sendero Duna Mayor) na
área central do Vale da Lua.
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Foto 32 - Valle de la Morte conforma uma paisagem extremamente árida e sem vida, mas de rara beleza.
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A Cordilheira teve sua origem em um lago que emergiu e os sedimentos são
datados ao redor de 23 milhões de anos, durante movimentos na crosta terrestre
que originou os Andes e criou estas formações. Parece uma paisagem sem fim,
surpreendente com diversas formações arenosas e rochosas que adquiriram
diversos formatos e silhuetas. A famosa Roca
del Coyote é bastante conhecida.
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Foto 33 - O passeio do grupo pelo Valle de la Morte que compreende belas formações e um relevo inusitado.
Após a caminhada no Valle da Morte, em direção ao Valle de La Luna, a
paisagem continua a surpreender com largas extensões de areia, salpicadas na
cor branca e dunas modeladas pela ação dos ventos, que lembram a superfície
lunar.
Uma das atividades mais interessantes na área é visitar uma das cavernas: o
equipamento de luz é fornecido pela Agência.
No interior do Parque, estão as Três
Marias, esculturas compostas de granito, argila, quartzo e gemas. A idade
dessas formações rochosas, marcada por intensos processos de erosão e desgaste
é de aproximadamente um milhão de anos.
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Foto 34 - Paisagem do Valle da Luna com indicação da direção das esculturas Três Marias.
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Foto 35 – As Três Marias são formações rochosas que devido ao intenso processo de erosão se assemelham a três mulheres.
A Associação Indígena
atacamenha que faz parceria para a administração do Valle de la Luna, é
integrada por seis comunidades: Coyo, Larache, Quitor, Sequitor, Solor e San
Pedro de Atacama. Elas são encarregadas da conservação, proteção e uso
sustentável do patrimônio natural e cultural.
Foto 36 - Ao entardecer, vale a pena se esforçar (10 a 15 minutos) na subida das dunas de areia e chegar – Sendero Duna Mayor - para ver o por do sol, espetáculo indescritível e de rara beleza.
14. SEGUNDO DIA - MANHÃ
ROTEIRO 3 - GEYSERS DEL TATIO
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Foto 37 – Os Geysers del Tatio, imensos jatos de água quente, em temperatura de ebulição, jorram da terra, na madrugada gelada.
LOCALIZAÇÃO: Fica a norte de San Pedro
de Atacama, acesso pela via local B-245 (carretera).
PERÍODO DA VISITA: Manhã (4 :30 –
12 :00 horas).
ENTRADA INTEIRA: 5.000 pesos chilenos
PRINCIPAIS ATRATIVOS E
CARACTERÍSTICAS
-
Geysers del Tatio (Campo Geotermal): 115 km
-
Machuca – Povoado (54km)
-
Vado Putana
GEYSERS DEL TATIO
Os Geysers del Tatio se localizam
em uma bacia geotérmica de cerca de 129 km e a uma altitude de 4.320 metros. Este campo de geysers se
destaca entre os 24 principais campo geotermais do mundo.
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Foto 38 - O espetáculo dos imensos jatos d’agua dura cerca de uma hora quando acontece a liberação de vapores e gases das fissuras da crosta terrestre (Geysers del Tatio).
Os imponentes jatos de água, em temperaturas de ebulição, e gases que
emergem da superfície através de fissuras da crosta terrestre alcançam uma
temperatura de 85 graus centígrados e alcançam até 10 metros de altura. Este
fenômeno se origina do contato do rio gelado subterrâneo com as rochas quentes.
Neste campo, se concentram mais de quinhentas manifestações termais de
superfícies. Este espetáculo impressionante acontece muito cedo, nas primeiras
horas da manhã (entre 6 e 7 horas), em um ambiente com temperaturas abaixo de
zero grau.
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Foto 39 - A medida que amanhece, a paisagem torna-se colorida realçando os Geysers del Tatio.
Fauna e Flora
Além desta maravilha, você pode apreciar a natureza do entorno com sua
variada flora, onde se destacam a llareta,
cactus gigantescos de até 7 metros de altura, jaja brava, bofedal e tolar e a fauna
nativa que compreende espécies de camelos andinos (selvagens) como vicunas e guanacos; zorros culpeo; aves
como nandues, e roedores como rheas e vizcachas.
As atividades na área incluem o café da manhã, além da caminhada e
observação dos geysers, banho na piscina térmica, para quem tem coragem de sair
da água quente das piscinas (em torno de 40 graus) e encarar temperaturas quase
negativas do lado de fora. Além disso, você pode apreciar a variada flora e
fauna.
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Foto 40 – Muitos
apreciam o banho em piscinas com águas em torno de 40 graus, nada mal para um exterior extremamente frio (Geysers
del Tatio). |
As numerosas gaivotas andinas são atraídas pelo seu café da manhã. Uma
curiosidade é que algumas pessoas põem caixas de leites para esquentar nas
fissuras da superfície, até, ouvi dizer, costumavam fritar ovos.
Considero este roteiro, um dos melhores de todo o Deserto. Entretanto,
para apreciar com segurança e conforto este espetáculo, evitando acidentes
faz-se necessário ter algumas precauções: caminhar obedecendo a orientação do
guia, pois alguns pontos da superfície são muito frágeis, manter uma distância
prudente dos geysers, não inalar os gases que podem ser tóxicos, não correr,
vestir-se para temperaturas abaixo de zero: gorros, luvas, acasalhos, meias,
sapatos confortáveis e quentes.
O Campo geotérmico de El Tatio
é administrado pela Sociedade Tatio
Mallku, integrada pelas comunidades atacamenas de Caspana e Toconce, criada
em 2006, pelos próprios nativos, para administrar a atividade turística deste
patrimônio paisagístico e cultural.
Foto 41 – A estrada de
acesso aos Geysers já é um atrativo :
sinuosa, segue serpenteando as montanhas, de onde se descortina uma
paisagem exuberante a cada curva, em uma altitude de mais de 4 mil metros.
VILLA MACHUCA - EL PUEBLO DE MACHUCA
É um pequeno e pitoresco povoado de pastores atacameños, que
desenvolvem atividades de criação de llamas e alpacas. O aglomerado está situado
a cerca de de 4 mil metros de altitude e distante cerca de 97 kilómetros de San
Pedro de Atacama.
O povoado tem sofrido com a migração de seus habitantes, que tem esvaziado o
local.
Foto 42 – Na volta, descortinamos o encantador povoado de Machuca, que parece sair de um livro de estórias.
Fiquei maravilhada com este povoado, que parece ter saído de alguma
história encantada, de algum lugar de sonho ou estória de contos. Ele é singelo
e harmonioso, com suas minúsculas casas brancas, pousadas nas colinas. Nas
cobertas de palha, havia cruzes para expulsar os demônios.
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Foto 43 - No ponto mais alto de Machuca está a capela parecendo coroar e abençoar o lugar.
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Muito estranho este lugar: todas as casas estavam fechadas e não se
encontrava nenhuma criança, mulher ou idoso nas casas ou nos caminhos. Um lugar
fantasma? Encontramos apenas duas pessoas: uma nativa que vendia espetinho de lhama
e um senhor que cuidava de uma construção chamada casa de hóspedes, logo na
entrada da vila.
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Foto 44 – A incrível e singela capela de Machuca, com sua arquitetura primitiva e graciosa.
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VADO PUTANA
No retorno passamos pelo Vale do rio Putana, um oásis pungente e cheio
de água no meio do Deserto, onde habita a ilustre “tágua cornuda.
”
15. SEGUNDO DIA - TARDE
ROTEIRO 4 - LAGUNA CEJAR & LAGUNA
TEBINQUINCHE
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Foto 45 - Lagoa Cejar, no salar de Atacama, formada a partir de um antigo lago de elevada salinidade.
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LOCALIZAÇÃO: Fica ao sul de San Pedro de
Atacama, acesso pela rodovia (carretera) 23 e via local
PERÍODO DA VISITA: Tarde (16 – 20:30 horas).
ENTRADA INTEIRA: 4.000 pesos chilenos
PRINCIPAIS ATRATIVOS E
CARACTERÍSTICAS
-
Laguna Tebinquinche (30km)
Entre dunas, na bacia do Salar de Atacama, na parte mais baixa e úmida do Salar,
encontram-se as charmosas lagoas de Cejar
e Piedra. O lugar tem uma
paisagem belíssima, onde se destacam a oeste os vulcões Licancabur, Lascar e Corona.
As LAGUNAS CEJAR E
PIEDRA, possuem uma intensa cor de esmeralda com bordas cristalizadas por sal. A
medida que o sol se põe, um espetáculo de cores acentua o azul turquesa, e
apresenta uma grande beleza cênica.
Os OJOS DEL SALAR, dois
poços de água doce no meio do deserto, se assemelha a dois círculos (olhos) de
água de cor verde, no meio do deserto.
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Foto 46 – Um dos dois poços de água doce de intensa cor verde, um dos olhos do Salar. |
A LAGUNA TEBINQUINCHE,
uma imensa superfície de água, possui uma crosta de sal branca como neve e
vários materiais que acentuam os matizes de cores à luz do por-do-sol e
refletem a beleza dos Andes nas suas águas.
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Foto 47 – Caminhando em direção a Laguna Tebinquinche, uma imensa lagoa azul salpicada de cristais de sais. |
Fauna e Flora
Um aspecto
importante da hidrologia da Laguna Cejar
é a existência de uma faixa pantanosa, em torno da lagoa, rica em
vegetação que favorece uma diversificada vegetação de Paja Brava, Carrizal e Brea. Os animais encontrados são flamencos, patos e zorros. Esta
característica das lagoas teve um papel fundamental, através dos tempos, no
abastecimento dos povos nativos, com água abundante e pasto para animais.
Atividades e recomendações
Primeiramente,
passeamos no entorno da Laguna Cejar,
um cenário natural onde predomina o verde, com vegetação abundante e aves
aquáticas, depois fizemos uma parada para nadar na Laguna Piedra. Você também pode nadar nos dois poços de água doce –
Ojos del Salar.
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Foto 48 - Na laguna Piedra é possível nadar e desfrutar do efeito de gravidade (produzido pela grande quantidade de sal concentrada) que faz o corpo flutuar facilmente.
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Finalmente,
para terminar o dia apreciamos o por-do-sol, na lagoa Tebinquinche, degustando
um lanche de salgadinhos e pisco sour
(bebida típica chilena).
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Foto 49 – Na lagoa Tebinquinche, os cristais e materiais brilham ao sol poente. |
Não deixe de levar
protetor solar, roupa de banho, toalhas, saída de banho e sandálias. Evite
andar descalço, pois o solo é muito irregular e as bordas das lagoas são
cortantes. Evite sair dos caminhos na Lagoa Tebinquinche.
Este setor é
administrado pela comunidade atacamenha de Solor, que cuidam da área, fornecem
informações, orientam e guiam os visitantes. Existem estacionamentos,
guardas-sóis e toaletes com banhos.
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Foto 50 - Um lugar extraordinário para desfrutar o por-do-sol: as margens da Lagoa Tebinquinche. |
16. TERCEIRO DIA - MANHÃ
ROTEIRO 5 - TOUR ARQUEOLÓGICO
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Foto 51 - Pukará de Quitor foi um grande complexo de uso misto (de defesa, comercial e habitacional) construído pelos atacamenhos no século 900 d.C. |
A ocupação desta
região do Deserto remonta ao período 9.000/8.500 a.C – 1.500 a.C. Os primeiros humanos a habitar o território
atacamenho eram caçadores e coletores que seguiam a migração dos camelos,
roedores e aves e se adaptaram as condições da “Puna Andina”. Entre os anos 1.500 a.C - 400
d.C datam os assentamentos permanentes e semipermanentes, que se dedicavam ao
pastoreio e agricultura.
Sempre houve na
antiguidade um contato muito forte entre o noroeste argentino e o altiplano
boliviano. Antes da chegada dos incas os atacamenhos possuíam sua fisionomia
cultural, com língua própria (el cunza) e mantiveram unidade e independência em
relação aos outros estados andinos. No entanto, ao longo dos tempos, dominados
pelos incas e depois pelos colonizadores espanhóis foram perdendo sua
identidade.
LOCALIZAÇÃO: Pukará de Quitor fica a
noroeste de San Pedro de Atacama, acesso por via local, bem próximo a área
urbana. A aldeia de Tulor fica a sudoeste e o acesso é feito pelo bypass San Pedro de Atacama e via
local. Este roteiro pode ser feito de
forma independente, por bicicleta ou até caminhada, mas recomendo contratar o
roteiro na Agência, pois os guias informam sobre a cultura, formação e outros aspectos
destes atrativos.
PERÍODO DA VISITA: Manhã (9 – 12 horas).
ENTRADA INTEIRA: Aldeia de Tulor :
5.000 pesos chilenos. Pukará de Quitor : 3.000 pesos chilenos. Museu
Arqueológico Le Paige : 2.500 pesos chilenos.
PRINCIPAIS ATRATIVOS E
CARACTERÍSTICAS
- Ruinas de Tulor
(8 km).
- Museu Le Paige
(na vila)
RUINAS DE TULOR
(800 a.C - 500d.C)
Na Aldeia de Tulor se
localiza um antiquíssimo conjunto habitacional, milenar pré-colombiano, descoberto
em 1956 pelo sacerdote Gustavo Le Paige.
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Foto 52 - Entrada do Parque Arqueológico de Tulor, vila que se originou 800 anos antes de Cristo. |
Tulor é composta
por uma série de estruturas circulares interconectadas entre si que possuíam
diversos usos e funções de acordo com as atividades cotidianas desenvolvidas no
seu interior. Esta aldeia corresponde a um dos sítios arqueológicos sedentários
mais antigos do Norte do Chile.
Há hipóteses de que
este sítio funcionou até o século 5 d.C., época em se iniciaram as influências
culturais do Estado de Tiwanaku, proveniente do Lago Titicaca (atual Bolívia).
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Foto 53 - O avanço das dunas de areia aliado aos efeitos da chuva e do vento foram responsáveis pelo bom estado de conservação de Tulor.
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O sítio mostra a
consolidação de um novo modo de vida, voltado para as práticas agrícolas. Os
seus habitantes mantiveram um intenso intercâmbio de produtos, funcionando como
um centro de comércio na era cristã, através de caravanas de lhamas, que
permitiram integrar uma vasta área do território do Atacama (Altiplano, Puna,
Deserto do Atacama e Costa). Esta grande mobilidade e intercâmbio econômico e
social podem ser comprovados pela grande quantidade de achados feitos de
conchas do mar, cerâmicas de outros povos e outros bens culturais. As
estratégias econômicas pré-colombianas incluíram o uso de materiais como
argila, madeira, osso, cobre, pedras, couro e têxteis.
Foto 54 - Réplica de uma habitação
nativa em Tulor, mostrando o modo de vida dos Atacamenhos.
Este sítio
constitui a primeira experiência nacional participativa de conservação e manejo
de um bem histórico repassado a uma comunidade indígena - a Comunidade de Coyo
– em parceria com a Corporação Nacional Florestal, o Conselho de Monumentos
Nacionais e a Corporação Nacional de Desenvolvimento Indígena.
Este sítio faz
parte da pré-história história atacamenha, entre 900 d.C – 1450 d.C, período,
após a dissolução do vínculo com o estado de Tiwanaku. Durante este período a
ocupação foi intensa com novas tecnologias de construção em terraços, e implantados
novos sítios, ao mesmo tempo em que aconteceram muitos conflitos sociais. Nesta
época os incas estabeleceram o seu domínio com uma forte diferenciação e
desigualdade social.
Foto 55 – A tecnologia alcançada permitiu a
construção em terraços, em Pukará de Quitor, ainda no século 12.
A Fortaleza pré-incaica,
construída em pedra, data do século 12. Está localizada em um trecho da colina
da Cordillera de la Sal, à apenas 3
km do centro de San Pedro. Com ampla visão do rio San Pedro, servia para
controlar a rota de comércio, dominada pelo Império Inca. Foi invadida pelos
espanhóis, montados a cavalo e com armas
de fogo, em 1540 que capturaram os nativos e decapitaram os caciques. O
complexo foi reconstruído em 1981 e declarado Monumento Nacional em 1982.
Foto
56 – Pukará de Quitor, uma fortaleza pré-incaica, foi invadida pelos incas e
pelos espanhóis.A subida é um pouco ingreme, mas vale a subida para ver a vista
de todo o entorno.
Pukará de Quitor, é um modelo do
assentamento, de caráter estratégico e defensivo e ao mesmo tempo um
habitacional de caráter permanente. As novas técnicas construtivas de ocupação
em terraços e de contenção permitiram a alta densidade do local. O conjunto é
composto por 200 estruturas que formavam conjuntos arquitetônicos conectados por
vias de acesso e espaços comuns. As estruturas menores correspondiam às
habitações com dormitórios, cozinhas, pátios interiores, enquanto que as
maiores funcionavam como praças, espaços de uso comunal e zonas ao ar livre.
Foto
57 – Este modelo de assentamento permitiu
a alta densidade construtiva e formaram conjuntos arquitetônicos que conectavam
habitações e espaços comunitários. Lá embaixo, o vale verde do Rio San Pedro e
a Vila.
Este sítio é
administrado pela comunidade Atacamenha de Quitor.
O sítio é belíssimo
e vale a pena visitá-lo pelo seu significado histórico e paisagem deslumbrante.
MUSEU ARQUEOLÓGICO
LE PAIGE
Gustavo Le Paige –
Jesuita belga chegou ao Chile em 1953. Ele visitou pela primeira vez o Povoado
de San Pedro de Atacama em 1954 e instalou a paróquia (dos sete povos da zona
do Salar do Atacama) em 1955, onde permaneceu até a morte em 1980. O Jesuíta,
muito interessado na cultura da comunidade, desenvolveu estudos arqueológicos e contribuiu
para o resgate da identidade dos Atacamenhos deixando um legado inestimável
para os povos e sociedade chilena.
Foto
58 - Fachada do Museu Arqueológico Le
Paige – em homenagem ao seu fundador Gustavo Le Paige, um jesuíta belga que
reuniu um material de imenso valor arqueológico.
O Padre Le Paige
começou a percorrer os cemitérios préhistóricos, campos e lugares habitados
pela cultura atacamenha, e pouco a pouco coletou material de incalculável valor
arqueológico, agora em exibição no museu.
O museu
Arqueológico G. Le Paige, fundado por ele próprio, está vinculado a Universidade Católica del Norte: Instituto de Investigaciones Arqueológicas y
Museo. O espaço tem laboratórios e biblioteca. Este instituto conta com uma
coleção de aproximadamente 380 mil peças encontradas no território atacamenho,
desde as origens da cultura até a
chegada dos espanhóis.
Foto
59 – Interior do Museu Arqueológico Le Paige que abriga uma coleção arqueológica de 380 mil peças
encontradas pelo padre no território atacamenho.
Para o visitante, o
museu arqueológico é uma visita muito interessante e obrigatória, pois permite
que o mesmo conheça os aspectos mais relevantes da história de San Pedro de
Atacama e de seus povos.
Até o ano de 2007,
o museu exibia corpos humanos pre-históricos bem preservados (múmias). Para
atender pedido do povo Lickanantay, o museu retirou as múmias da área de
exibição. A discussão foi muito polêmica e reuniu muitas lideranças e
especialistas. Hoje você pode assistir a um vídeo sobre esta questão.
Endereço: Gustavo
Le Paige 380, San Pedro de Atacama, Chile
Recomendo alguns sítios
para conhecer mais sobre o museu e seu acervo:
17. TERCEIRO DIA - TARDE
PASSEIO PELA VILA DE SAN PEDRO
7240 Foto
60 – rua Caracoles, exclusiva de pedestres, uma das mais movimentadas e
importantes de San Pedro. Muitas bicicletas e mobiliário urbano rústico.
A ideia foi deixar
o último dia para descansar um pouco e passear pela Vila. Nossa intenção era
ter mais tempo para comprar algumas lembranças,
visitar as lojas, inclusive de artesanato. apreciar o movimento e despedir-se da San Pedro.
A vila é muito
formosa, limpa e conservada. Ela é um oásis no meio do deserto. O traçado de
San Pedro, de origem colonial, é irregular com ruas estreitas com uma tipologia
construtiva de pequenas e singelas construções, sem recuos. Na área central,
grande parte das construções tem paredes de adobe, madeira de chanar ou
algarobo, além de tetos de palha e barro com estrutura em madeira de cactos. A
Vila conserva o modo de construir tradicional e guarda uma estética agradável
com uma sinalização harmoniosa.
As ruas de
terra, bem conservadas, se harmonizam ao conjunto e são tratadas com um produto
derivado dos salares – a vichufita. A rua principal de acesso a vila é a Lincancabur. No sentido longitudinal
(leste-oeste), as ruas principais são: Calama, Tocopilla e Toconao, enquanto no
sentido longitudinal (norte – sul) estão: Gustavo Le Paige e Caracoles. Tudo
acontece entre poucas quadras do centro, ao longo da Toconao, Caracoles e
Gustavo Le Paige.
Foto
61 – A rua Toconao, em terra, segue o traçado padrão e abriga diversas
agências de turismo e pousadas. O aluguel de bicicletas é muito comum na vila e
vale a pena fazer um passeio ciclístico pelas redondezas.
Procure se
hospedar próximo ao centro, para que possa desfrutar da atmosfera agradável e
animada do local. A melhor hora para desfrutar deste lugar é a partir das 16
horas, quando o clima é mais ameno.
Compartilho o mapa
de San Pedro de Atacama:
Você pode
percorrer a vila em poucos minutos e desfrutar de encontros com visitantes de
todo o mundo.
Alguns
pontos de destaque são: as ruas Caracoles
e entorno, Toconao e G. Le Paige, Plaza San Pedro de Atacama (Praça Principal), onde no seu entorno
encontra-se a igreja e a prefeitura (El Cabido). Também vale visitar o Pueblo de Artesanos.
A igreja, atualmente em
reforma, é dedicada ao padroeiro San Pedro. O local já funcionava como paróquia
em 1641. A sua nave foi construída com
muros de adobe, no século 18. Em 1951 foi declarada Monumento Nacional.
Foto 62 – A Igreja de San
Pedro, declarada monumento nacional em 1951,
já funcionava como paróquia em 1641.
A praça principal é bem
arborizada, muito agradável e ponto de encontro de todos os visitantes. Na sua
frente e entorno estão a sede da Prefeitura e dos Carabineiros, a Igreja, o
Centro de Informações Turísticas, lojas e restaurantes.
Foto 63 - Praça principal
surpreende pela arborização exuberante, em relação ao entorno. Um ponto de
encontro para fazer a siesta, relaxar, fazer um lanche, conversar e planejar o
dia seguinte.
A Caracoles
é hoje um grande passeio muito movimentado, exclusivo de pedestres,
com dezenas de lojas, agências, restaurantes e bares. Você encontra quase tudo.
Foto 64 – Caracoles, o
lugar onde tudo acontece, a rua de lazer da Vila, em pleno sol do início da
tarde, ainda esvaziada.
O projeto deste lugar, financiado pelo governo
regional, tem por objetivo estimular o artesanato local e promover as
atividades culturais e recreacionais.
Foto 65 – Pueblo de Artesanos é um lugar planejado
para estimular a produção artesanal e promover atividades culturais, em San
Pedro.
O desenho e o mobiliário urbano do lugar é muito criativo, com
estruturas rústicas e bem construídos. Lá você pode encontrar os artesãos que
trabalham artesanalmente as matérias primas do local (como lã, cerâmica,
pinturas, pedras) e comercializam seus produtos inclusive os frutos locais como
a quinoa e o chana.
Foto 66 – O desenho e mobiliário
urbano é original e rústico no Pueblo de
Artesanos, San Pedro.
O espaço também funciona para espetáculos culturais
tais como conjuntos folclóricos, atividades musicais, dança e outros tipos de
entretenimento.
Poucos artesãos no local foram encontrados no local,
não sei se devido a hora em que visitamos a área. O projeto é muito importante
e espero que atinja o seu objetivo de promover a cultura e o artesanato.
Como chegar? Siga pela Caracoles, no sentido oeste,
entre na Avenida Ignacio Carrera Pinto, até avistar o Pueblo.
Foto 67 – Artesã nativa,
trabalhando os tecidos em Pueblo de
Artesanos.
Melhor Restaurante: La Casona (ambiente rústico e comida
deliciosa e farta).
Melhor rua: Caracoles (um espaço de lazer,
encontro, lojas simpáticas e casario rústico e harmonioso).
Melhor roteiro
visitado: Geysers del Tatio e Lagunas
Altiplânicas - Miscanti e Miniques. (pela beleza da paisagem e ambiente
inusitado).
Melhor sorvete: Rica
rica com pisco sour (apenas um dos exóticos sabores de muitos)
Melhor bebida: Pisco Sour, pisco sour... (Só
experimentando esta maravilha de drinque chileno – beba como moderação)
Melhor prato: Parrila (um churrasco à moda chilena).
Melhor espaço
cultural e Personagem: Museu
Arqueológico Le Paige e seu fundador – Gustavo Le Paige (pela coleção extraordinária
e pelo resgaste da cultura atacamenha).
Melhor Vilarejo: Machuca (pela singeleza da arquitetura e pelo sítio incrível a mais de 4 mil metros de
altitude cercado de montanhas)
Meu animal
preferido: a Vicunha (pequena, ágil e selvagem, habitante das punas, foi
duramente caçada pelo alto valor de sua pele, desde os tempos pré-colombianos, agora
está livre da extinção).
Minha ave
preferida: a Tagua cornuda (pelo inusitado ninho no meio das águas das
lagoas)
Minha planta
preferida: o Tamarugo (Prosópis tamarugo – uma beleza de árvore
sempre verde que cresce até 25 metros e busca seu alimento em uma profundidade
de até 100 metros de um ambiente altamente árido e salinizado Você pode
observar uma plantação, promovida pelo governo na área de Toconao).
Meu fruto
preferido: Chañar (Geoffroea decorticans - o Néctar do Deserto – um fruto carnoso, doce e
comestível. Experimente o mel delicioso).
O roteiro sugerido (de 3 dias inteiros) neste Blog é
suficiente para visitar os principais atrativos, de forma intensiva, cobrindo
os cinco principais roteiros descritos nesta Postagem.
No entanto, para praticar outras atividades e
esportes de aventuras (trekking, montanhismo, ciclismo em montanhas, escaladas,
cavalgadas e outras), será necessário, planejar mais tempo no Deserto de Atacama. Você
precisa também de mais tempo para explorar, de maneira mais aprofundada os lugares
mais próximos e planejar visitar lugares mais distantes de San Pedro, próximo
às fronteiras com a Argentina e Bolívia.
Recomendo reservar o "Tour Astronômico" logo no
primeiro dia, pois as vagas são limitadas.
Visitar o Deserto do Atacama foi uma experiência
maravilhosa que me estimula a voltar
mais vezes. Há fortes razões para tanto, um ambiente repleto de natureza e de
cultura. Sem dúvida, um dos lugares que você deve visitar antes de morrer!
Eu quero registrar um agradecimento especial à
minha companheira de viagem no Chile - Alena, pela iniciativa, disposição,
ajuda e compartilhamento de momentos inesquecíveis.
Também gostaria de agradecer a minha sobrinha
Liana, pelas dicas sobre os passeios no Atacama.
Um Grande Abraço e até a próxima, em Santiago,
As fontes consultadas foram os materiais
informativos e de divulgação turística oficial, folhetos recebidos na recepção
dos atrativos, fontes de exibição do Museu Arqueológico Le Paige (sobre a
história, arqueologia e cultura) e sítios online oficiais, registrados ao longo
do texto.
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Um belo trabalho que complementa todos os documentários fotográficos que já assisti sobre o Atacama, aguardo pela "Patagônia", um abraço do seu eterno aluno!
ResponderExcluirOi Pedro, Fico contente que você tenha gostado. Podemos nos comunicar mais vezes através de outras mídias pra gente trocar figurinhas sobre arquitetura e urbanismo. Abraço.
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