sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

FRANÇA 2 - ARTE E ARQUITETURA NOS MONUMENTOS DE PARIS

Foto 1– A Tour Eiffel, um dos ícones da Europa, vista a partir dos Jardins do Trocadero.

Vocês puderam conhecer as minhas primeiras imagens da França 1, quando compartilhamos algumas imagens de Paris: Versailles, Notre Dame, Monet, Les Halles a La Defense.
Retorno a Paris, explorando agora novos lugares/monumentos que são símbolos, marcos referenciais indispensáveis que expressam o caráter e identidade da cidade, modelando sua paisagem e céu. Impossível imaginar Paris sem estas partes que formam seu tecido e órgãos vitais.
Paris – Arte em toda a parte! Focalizo alguns dos principais monumentos de Paris, na sua arte e arquitetura –para todos os seus apreciadores, uma vez que é função da própria arquitetura criar espaços que emocionem e atendam a todos os padrões de beleza (venustas), funcionalidade/utilidade (utilitas) e solidez (firmitas) como vértices do triângulo proposto há milênios por Vitrúvio – um grande arquiteto e engenheiro romano que viveu no século I antes de Cristo.
Selecionei alguns destes significativos monumentos:
1.      Palácio do Louvre/Museu do Louvre (Palais du Louvre/Museé du Louvre)
2.      Museu D’Orsay  (Musée D’Orsay)
3.      Centro Pompidou (Centre Pompidou -  Centre National d'Art et de Culture Georges Pompidou)
4.      Torre Eiffel (Tour Eiffel)
5.      Palacio de Chaillot  (Palais de Chaillot - Musée de La Cité et du Patrimoine)

Como estamos falando em museus, recomendo muito adquirir o “Paris Museum Pass”, o seu ticket de entrada para mais de 60 museus e monumentos em Paris e região (com exceção da Tour Eiffel, todos os grandes museus, inclusive o Louvre, estão comtemplados). Você economiza dinheiro e tempo de filas. Você tem a opção de comprar por 2, 4 e 6 dias. Não se empolgue tanto e faça um planejamento bem racional, afinal você tem que considerar que, de repente, depois daquele dia que você inspirou tanta beleza dentro de um Museu, você só está com vontade de andar sem rumo à beira do Sena ou pelo Quartier Latin, ou curtir algum parque ou magazine. Entre no site do Museum Pass e faça o seu planejamento, escolha os museus por nome, tema, área da cidade (tem informações detalhadas) receba o “pass” em domicilio: www.parismuseumpass.fr.



1.      Palácio do Louvre/Museu do Louvre  (Palais du Louvre/Museé du Louvre)


Foto 2 – O Museu do Louvre (1793) – magníficos interiores que abrigam grandes patrimônios da história da humanidade.

A História, o Lugar e a Arquitetura

O Louvre pode ser considerado o Museu dos Museus, com a excelência na arte de zelar e expor uma coleção imensa e riquíssima que cobre mais de 2 milênios da civilização humana - um patrimônio não só da França, mas de toda a humanidade. O Louvre coroa um dos extremos do eixo triunfal e histórico que inclui o Jardin de Tuileries, Place de La Concorde, Avenue des Champs Elisées e Place de L’Etoile, onde está o Arco do Triunfo.


Foto 3 – Vista de uma das fachadas do Museu do Louvre – belíssima ornamentação de um palácio.

O Louvre fica entre o Rio Sena e a Rua de Rivoli e tem várias entradas, mas a minha favorita é a da Rua do Rivoli, onde entramos no Cour de Napoleon e visualizamos uma perspectiva belíssima e contrastante da Pirâmide do Louvre.


Foto 4 – Vista das Pirâmides do Louvre a partir da entrada da Rua Rivoli (minha entrada preferida).

O castelo do Louvre foi fundado por Filipe II em 1190 e funcionou como uma fortaleza. Ao longo de séculos e reinados, foi transformada e ampliada em palácio até transformar-se em um conjunto imenso de prédios, hoje sediando um dos maiores museus do mundo.

Foto 5 – Detalhe da fachada do Louvre, ricamente ornamentada por esculturas.

O Palácio do Louvre é uma estrutura quase retangular que compreende a praça “Cour Carrée” e duas alas (norte e sul) ao longo do “Cour Napoléon”. No centro do complexo está a Pirâmide do Louvre, acima do centro dos visitantes. O museu é dividido em três alas: Ala Sully (leste), contém “Cour Carrée” e as partes mais antigas, a Ala Richelieu (norte) , e Ala Denon (sul), próximo ao Rio Sena.


Foto 6 – Cour Napoleon no Louvre – grande pátio, de onde se alcança a entrada principal. Vastos espelhos de água que circundam as pirâmides. Lugar de encontro e descanso!

Como monumento nacional de mais de 8 séculos, o Louvre precisava ser modernizado e expandido de forma a adequar os espaços de exposição aos novos conceitos museológicos, abrigar seus novos projetos e integrar-se aos novos tempos e tecnologias, oferecendo mais conforto aos milhões de visitantes. O grande projeto de expansão, modernização e reorganização - Grande Louvre - foi lançado pelo presidente da França François Mitterrand na década de 80.

O desafio foi imenso – atender a todos os requisitos de um grande e moderno museu - com o compromisso de preservar a integridade do patrimônio histórico.  O grande ganhador do concurso foi o arquiteto norte-americano de origem chinesa – I. M. Pei.

Segundo I.M. Pei em relação a sua preferência por superfícies em vidro: “o sólido é para os mortos, mas o transparente é para os vivos”.

A Grande Pirâmide do Louvre provocou uma imensa controvérsia, pois para muitos, este tipo de obra futurista prejudicava a arquitetura clássica do museu; outros foram favoráveis, pois consideraram que os estilos contrastantes resultaram em uma valorização da relação antigo-novo. E você, o que acha?


Foto 7 – A grande Pirâmide provocou uma imensa controvérsia, para alguns a obra futurista prejudicou a arquitetura clássica do museu.

Pei superou-se ao criar as pirâmides, obra cheia de simbolismo e significados. Apesar de tanta polêmica, acredito que a pirâmide agregou valor e conforto ao Louvre.

A grande pirâmide, que hoje serve como entrada principal do Louvre é uma estrutura de forma piramidal, ao redor da qual estão outras três pirâmides menores e a pirâmide invertida. Tem uma base de aproximadamente 35 metros quadrados e uma altura de 20 metros quadrados. É construída por 673 peças (losangos e triângulos) em painéis de vidro.


Foto 8 – Vista da pirâmide a partir do seu interior: construída por 673 peças (losangos e triângulos) em painéis de vidro.


A pirâmide invertida funciona como uma clarabóia de vidro para iluminar uma galeria comercial no subsolo do Louvre. De cabeça para baixo, ela quase toca uma outra pirâmide menor, de pedra.

Foto 9 – A pirâmide invertida – de cabeça para baixo, ela quase toca uma outra pirâmide menor, de pedra. Vértice de uma pirâmide maior subterrânea?

O arquiteto Pei tem vários projetos admiráveis. Apesar da diversidade dos seus projetos o tema central central é a concepção de arquitetura como a arte de fazer um lugar – uma arte que acima de tudo está comprometida com a qualidade do espaço e da vida públicos. Você pode clicar aqui e ver um “slideshow” dos projetos deste arquiteto: http://www.pcfandp.com/. Os meus preferidos são: Rock and Roll Hall of Fame and Museum (Cleveland, 1995); Musée d'Art Moderne (Luxembourg, 2006); Morton H. Meyerson Symphony Center (Dalas, 1989  – E.U.A).

Muito além da polêmica entre estilos arquitetônicos, esta obra admirável inspirou muitos mistérios e interpretações esotéricas. O “Código da Vinci” (Dan Brown), trata de supostas vinculações da pirâmide ao segredo guardado por uma sociedade secreta e comenta a simbologia satânica dos 666 painéis de vidro da pirâmide. Bem, parece que o dado oficial é de 673 painéis, mas para os amantes do “esotérico” talvez seja bom dar uma conferida quando for ao Louvre.

A pirâmide representa essencialmente a iluminação. É um símbolo arquitetônico emblemático da capacidade dos homens antigos de se libertarem do plano terrestre e ascenderem ao céu, ao sol dourado e, por fim, à fonte da suprema iluminação (Brown, Dan).


Foto 10 – Símbolo arquitetônico emblemático – libertação do plano terrestre e ascensão ao céu, ao sol dourado e, por fim, a fonte de suprema iluminação (Dan Brown).

Sobre a pirâmide invertida, o mesmo autor a considera como cálice, um símbolo feminino, enquanto a pirâmide de pedra abaixo é interpretada como uma lâmina, um símbolo masculino (união masculino x feminino), que é o vértice de uma pirâmide muito maior subterrânea, câmara secreta utilizada para guardar o corpo de Maria Madalena.

Interpretações esotéricas à parte, a Pirâmide agregou mistério, simbolismo e atratividade ao Museu do Louvre.


Foto 11 - Interpretações esotéricas à parte, a Pirâmide agregou mistério, simbolismo e atratividade ao Museu do Louvre.


As coleções

 Foto 12 – Grande parte do acervo do Louvre continua fora da vista ou das salas de exposições. Imaginem quantos tesouros ainda por explorar e apreciar!

Cada uma das três alas do Louvre é dedicada a um departamento específico: Sully (Egito Faraônico, Irã Antigo e o Louvre Medieval), Denon (Pinturas) e Richilieu (Mesopotâmia e Irã Antigo). Todas elas são acessadas a partir do Cour Napoleon, pela nova entrada - Hall Napoleon (inaugurado em 1989) que fica sob a Grande Pirâmide.

Foto 13 – Vista do Hall Napoleon, embaixo da Grande Pirâmide, de onde se tem acesso a todas as alas do Louvre: Sully, Denon e Richilieu.
O Louvre tem uma das maiores coleções de arte do planeta – mais de 300 mil obras do mais alto valor. A ansiedade e a emoção transcendem! Como encarar e por onde começar? Esta é a grande questão. Depende do seu interesse.

Foto 14 – Os Sátiros em Atlante que originalmente faziam parte do Teatro de Dionísio em Atenas. Data imprecisa: II século DC.

Por exemplo, as minhas principais obras de arte fazem parte das ANTIGUIDADES ORIENTAIS. Adoro o Código de Hamurabi (lembram do código do Talião: olho por olho, dente por dente?) e o touro alado do Palácio do Rei Sargão II (Mesopotâmia). Outras são ANTIGUIDADES EGÍPCIAS (departamento criado pelo famoso egiptólogo Champolion, que decifrou a “lingua egípcia” na Pedra Roseta). Sou apaixonada pela adiantada e maravilhosa civilização egipcia e pelos faraós, desde criança. O Louvre tem uma das maiores coleções do mundo dedicadas ao Egito Antigo. Os meus objetos preferidos são as múmias e os sarcófagos, até de gatos (tem demais no Louvre), apesar do meu sentimento misto em relação aos mesmos, horror e intensa curiosidade. Gosto também da escultura do Faraó Ramsés e do Escriba sentado.


Foto 15 – A Grande Esfinge do Egito – animal em corpo de leão e cabeça humana (rei) que garantia a entrada dos templos e palácios com os seus enigmas. “Decifra-me ou te devoro”.

Também sou apaixonada por algumas peças das ANTIGUIDADES ETRUSCAS, GREGAS E ROMANAS (esculturas do 3º milênio antes de Cristo e do 6º século depois de Cristo) e os meus principais objetos de admiração são as esculturas da Vitória de Samotrácia e da Vênus de Milo.


Foto 16 – A Vitória de Samotrácia, deusa grega, estava no Santuário dos Grandes Deuses. Fazia parte de uma fonte e foi doada pela cidade grega de Rodes.

Todas as antiguidades acima estão em sua maior parte na Ala SULLY e pequena parte na Ala RICHILIEU. Você pode entrar na Ala Sully e daí chegar a ala Richilieu.

Quer ver a Mona Lisa – um dos retratos mais famosos e valiosos do mundo? Está na ala DENON (1º piso). Basta seguir as placas de sinalização. No Departamento de PINTURAS estão as coleções européias da metade do seculo 13 a metade do século 19 das escolas francesas, italianas/espanholas e da Europa do Norte (alemã, flamenga e holandesa).

Foto 17 – Eis a Mona Lisa – um dos retratos mais famosos e valiosos do mundo, na ala Denon (1º piso). E o seu sorriso enigmático?

Sobre o sorriso mais misterioso e popular do mundo – o da Mona Lisa (La Gioconda)

Centenas de estudos e teorias tentam explicar ou interpretar o sorriso enigmático da Mona. Tem até um estudo de duas universidades que utilizaram programas computacionais para descrever as emoções expressas pelo sorriso. Veja o resultado: 83% feliz, 9% enjoada, 6% atemorizada e 2% incomodada.

Concretamente, a Mona Lisa é um quadro pintado a óleo (1503) sobre madeira de álamo, com a técnica sfumato por Leonardo Da Vinci – um grande gênio!
Vários atentados foram cometidos contra a Mona: foi roubada por um italiano, jogaram uma xícara de café, ácido, etc. Felizmente, hoje ela está protegida por um vidro à prova de bala.
Outra obra de Da Vinci (o grande gênio e sábio que se destacou em quase todas as áreas do conhecimento na história da humanidade) é o João Batista, com o gesto da mão apontando o indicador e o polegar para cima. Li que é um símbolo conhecido dos Antigos Mistérios e aparece na arte antiga de todo o mundo. Este mesmo gesto aparece em duas outras obras primas de Da Vinci – A última Ceia e a Adoração dos Reis Magos.

Foto 18 – O João Batista, de Da Vinci, aponta o indicador e o polegar para cima – símbolo conhecido dos Antigos Mistérios que aparece na arte antiga de todo o mundo.

Interessante, mas apesar de visto muito pouco das riquezas do Louvre, sempre volto para ver as minhas obras preferidas, dar um alô à La Gioconda e, claro, ver as minhas múmias preferidas.

No Louvre você tem que ser muito seletivo. É muita arte para o cérebro absorver e ele pode entrar em “curto-circuito” diante de tanta beleza. Talvez não seja uma boa idéia você passar o dia todo no Louvre, melhor dividir a visita em dois dias (ou até 3) e depois aproveitar para passear pelas Tuileries ou pelo Sena.

Mas se não quiser perder tempo, aproveite e almoce no restaurante self-service lá dentro. Perdoem-me aqueles que são amantes da gastronomia, mas foi no Museu do Louvre que tive uma das mais deliciosas e fartas refeições em Paris.

Números e Curiosidades

O museu tem uma área de mais de 160 mil metros quadrados distribuídos em 4 pavimentos. Possui mais de 300.000 obras das quais apenas cerca de 30.000 estão expostas. Emprega 2.000 pessoas (são funcionários públicos), dos quais mais de metade é de agentes de segurança. Apesar de receber recursos públicos, o museu recebe doações, tem parcerias e obtém renda de seus serviços.

Durante a fase de reorganização e modernização (1970/1980) parte de suas obras  foi redistribuída no Museu d’Orsay (período de 1848 a 1914) e no Centro de Arte Contemporânea Georges Pompidou, (período de 1914 até os dias de hoje).

Segundo estatística oficial em 2009, o número de visitantes ao Louvre foi de 8.435.000. Destas visitas, os americanos do norte e os italianos ficaram na primeira e segunda posições. Na terceira posição vem os brasileiros, iguais aos espanhóis, britânicos e alemães. Em relação ao grau de satisfação, 14% citaram a deficiência de informações para se orientar, mas isso era de se esperar em uma área imensa e com uma coleção tão vasta.

Visite a página do Louvre: http://www.louvre.fr/llv/commun/home.jsp e veja algumas das obras do Louvre em alta definição: clique na figura da Mona Lisa (Au plus prés des oeuvres).

Desde a sua fundação, em 1789, o Museu do Louvre atravessa um contínuo processo de melhoramento, inovação e expansão na sua missão de ser um museu para todos. Este modelo de sucesso está sendo exportado para outros lugares do mundo, em parcerias. Vamos conferir o Museu Louvre de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes (imagina a fortuna que eles estão investindo!) que será inaugurado em 2013, cujo projeto aliás é do grande arquiteto francês Jean Nouvel (ver postagem Reino Unido 1, sobre Nouvel).



1.      Museu D’Orsay  (Musée D’Orsay)


A História, O Lugar, A Arquitetura

Foto 19 – Vista do Rio Sena, a partir do piso superior do Museu D’Orsay, ao fundo o Museu do Louvre.

O Museu D’Orsay fica logo do outro lado do Louvre, às margens do Sena. É um belíssimo exemplo de conversão de uma estação de trem em um museu.

Foto 20 – Museu D’Orsay – belíssimo exemplo de conversão de uma estação de trem para um museu - pátio de entrada


O estação de trem foi construída em 1900 por Victor Laloux para a Exposição Universal de 1900. Já a transformação da estação em museu foi obra dos arquitetos do grupo ACT-Architecture: MM. Bardon e Colboc et Philippon. O projeto, selecionado entre seis outros em 1979, devia respeitar a arquitetura de Victor Laloux, reinterpretando-a pela sua nova função.


Foto 21 – Vista do interior do Museu D’Orsay, apresentando o relógio da antiga Estação.

Como vocês podem conferir, o resultado foi extraordinário!

Foto 22 – Foto da belíssima ornamentação do teto do Museu D’Orsay.

São 5 níveis de pisos, sendo que no último estão meus quadros e pintores favoritos – grandes mestres do impressionismo, incluindo o grande Monet (ver os Jardins de Monet em Giverny na Postagem França 1).

Coleções

A maior parte de sua coleção veio do Museu do Louvre durante o processo de reestruturação do mesmo. Pode ser considerado o Templo do Impressionismo! O Museu D’Orsay apresenta uma espetacular e abrangente coleção que inclui o período de 1848 a 1914, desde o Pré-Impressionismo (Térreo), Academicismo, Naturalismo, Simbolismo, Art-Noveau (nível 2 – intermediário), até o Impressionismo e Pós-Impressionismo (piso 5). Aprecio muito as obras de Seraut (o que pintava com pontinhos – o circo é genial).

Foto 23 – Foto da obra de Edouard Manet: Almoço no Campo (Déjeuner sur l’herbe) de 1863. Este quadro foi recusado para uma exposição e provocou um grande escândalo na época.

Foto 24 – Autoretrato de Van Gogh (1887). O artista produziu mais de 43 autoretratos em apenas 10 anos. Uma busca frenética e desesperada de tentar se auto-descobrir  além do retrato.

Acesse a página oficial do Museu D’Orsay e conheça mais sobre o museu: http://www.Musee-Orsay.fr/. Assista também ao lindo vídeo “Une journée au Musée D’Orsay”: http://www.musee-orsay.fr/fr/collections/bienvenue.html
Alguns Números

O museu tem uma área útil de cerca de 57.400 metros quadrados. O número de visitantes em 2009 foi de 3.022.012 em 2009. O total de visitantes em 23 anos foi de 63.744.677.


1.      Centro Pompidou (Centre Pompidou - Centre National D' Art et de Culture Georges Pompidou)


O Centro Nacional de Arte e de Cultura Georges Pompidou foi uma idéia brilhante do Presidente Pompidou, que queria criar uma instituição cultural original no centro de Paris, completamente focada na criação comtemporânea e moderna, onde as artes visuais conviveriam igualmente com teatro, música, cinema, literatura e outras artes.

Foto 25 – Vista Geral do Centre Pompidou - uma instituição cultural original no centro de Paris, completamente focada na criação contemporânea e moderna – projeto de arquitetura futurista, contestado por muitos.


O projeto do Centro Pompidou é dos arquitetos Richard Rogers e Renzo Piano, cuja arquitetura futurista simboliza a do século XX e foi contestada por muitos.

O Centro está situado próximo de Les Halles, no centro de Marais, um dos bairros históricos centrais.

Foto 26 – Bairro de Marais - Praça Strasvinsky, ao fundo o Centro Pompidou.

Foi inaugurado em 1977 e, desde então, tem se expandido e consolidado (foi renovado entre 1997-1999) ao longo dos seus mais de 30 anos como um centro de inovação, de criatividade e de experimentação, recebendo neste período mais de 190 milhões de visitantes.
Coleções/Atividades
Com sua vocação polivalente e missão de espalhar o conhecimento sobre todos os trabalhos criativos do século XX e do novo milênio, a cada ano o Centro promove mais de 30 exibições públicas e eventos internacionais, conferências, simpósios, atividades cinematográficas, de dança e educacionais, tanto na França como fora do país. Possui uma biblioteca pública para mais de 2000 pessoas, cinema, livraria, teatro, áreas educacionais, e um café e restaurante no 6º piso (muito agradável).
A sua coleção permanente de artes visuais cobre mais de 60.000 obras - a maior coleção na Europa de arte moderna e contemporânea. O Centro recebe em média 6 milhões de pessoas por ano.

Adorei a página oficial do Centro, muito informativa e interessante, que está disponível em espanhol e inglês: http://www.cnac-gp.fr/. Lá também você pode consultar online todas as obras do Centro: http://collection.centrepompidou.fr/Navigart/index.php?db=minter&qs=1
Para fazer uma visita virtual ao Centro clique aqui e aprecie uma panorâmica de 360 graus (360° Visite virtuelle des espaces du Centre Pompidou):
No momento encontra-se em cartaz uma exposição interativa e investigativa muito interessante – Minha Casa em 2050 – Ma Maison em 2050. Veja em:  http://mamaisonen2050.centrepompidou.fr/
Sobre a Arquitetura
Entre os critérios a serem atendidos no projeto estavam a interdisciplinariedade, a liberdade de movimento e fluxos e uma chegada aberta às áreas de exibição. Os arquitetos que ganharam a competição - Richard Rogers (britânico) e Renzo Piano (italiano) - conceberam uma arquitetura livre priorizando ao máximo o movimento e o fluxo, onde a estrutura de suporte, o movimento e os sistemas de fluxos (como escadas e dutos) foram colocados para fora do edifício, liberando o espaço interior do museu para outras atividades.
Foto 27 – Centre Pompidou – os arquitetos Richard Rogers e Renzo Piano conceberam uma arquitetura livre, priorizando ao máximo o movimento e fluxo. Dutos coloridos foram como que grampeados na fachada.

Dutos coloridos (fachada oeste) foram como que grampeados na fachada: azul para o ar, verde para fluídos, amarelo para eletricidade e vermelho pra movimento e fluxo (elevadores e incêndio).
Foto 28 – A estrutura de suporte e movimento e os sistemas de fluxo como a escada rolante foram colocados para fora do edifício. Uma bela visão da cidade! 
A transparência da fachada permite que as pessoas vejam o que está acontecendo dentro do Centro a partir da praça – uma vasta esplanada que estabelece uma área de encontro e de convívio, ligando a cidade e o Centro. Muitas atividades acontecem foram e dentro do Museu.

Foto 29– Um Grupo português se apresentando na praça de convívio do Centro Pompidou.

Foto 30 – Neste dia em que o museu estava fechado, a esplanada fervilhava de atividades informais patrocinadas pelos visitantes e comunidade local – um projeto de sucesso!

O edifício tem uma área construída de 103.305 m², com comprimento de 166 metros e largura de 60 metros.
Este projeto, considerado extremamente arrojado, foi alvo de muitas críticas. Possui elementos de uma arquitetura “high-tech”, tendência iniciada nos anos 70, que utiliza elementos tecnológicos como objetos estéticos. Um edifício sem pele?


Também descubra mais sobre a arquitetura do Pompidou em (Découvrez l'architecture du Centre Pompidou):

Se vocês quiserem conhecer sobre as obras dos dois arquitetos idealizadores do Pompidou, acessem: Renzo Piano: http://rpbw.r.ui-pro.com/.  Identifico-me mais com a sua obra e os meus projetos favoritos são: Zentrum Paul Klee (2006) em Berna; Parco della Musica (auditório), Roma, Itália (2002); Jean-Marie Tjibaou Cultural Center (1991-98), Nouméa, Nova Caledônia; Aeroporto Internacional de Kansai (1987-1990), Osaka. Sobre o Richard Rogers: http://www.richardrogers.co.uk/rshp_home. Entre os mais importantes projetos de Rogers estão: Novo Terminal do Aeroporto de Barajas em Madri; Dome e Lloyds Building em Londres.
Sobre concepção do arquiteto sobre o Pompidou, acesse:

4.      Torre Eiffel - Tour Eiffel

A Torre Eiffel (Tour Eiffel) é um dos ícones mundiais da França e da Europa. Foi projetada pelo engenheiro Gustavo Eiffel para ser o marco de entrada da Exposição Universal de 1889, que deveria celebrar o primeiro centenário da Revolução Francesa.

Foto 31 – A Torre Eiffel foi projetada pelo engenheiro Gustavo Eiffel para ser o marco de entrada da Exposição Universal de 1889.

Durante o século 19, o progresso na metalurgia trouxe o desenvolvimento industrial permitiu um grande avanço na arquitetura e engenharia com a construção de ferrovias, trens, fábricas, estações, pontes e outras edificações. Engenheiros tornaram-se muito habilidosos no uso da estrutura metálica (ferro e aço). Entre estes citamos Eiffel, que construiu viadutos e pontes na Espanha, Portugal, Romania, Egito e vários outros lugares. Também fez a estrutura metálica da Estátua da Liberdade (EUA). Sua efervescência criativa foi coroada pela Grande Dama de Ferro – Tour Eiffel – simbolizando o começo (a letra A) na sua forma elegante e delgada.


Foto 32 – Busto do construtor e salvador da Tour Eiffel – Gustavo Eiffel – uma justa homenagem a quem devemos a construção e manutenção da Torre (era para durar apenas 20 anos).

A construção da Torre durou 26 meses. Tratava-se de uma obra temporária, com prazo de 20 anos para a sua desmontagem. Você consegue imaginar a paisagem de Paris sem a Torre Eiffel? Graças a Eiffel isso não aconteceu. Ele fez de tudo para a torre continuar em pé e descobriu mil e uma novas utilidades para a mesma. Além de engenheiro, Eiffel também era cientista, e criou um ambiente para vários trabalhos científicos e experimentos de aerodinâmica, ofereceu espaço às forças militares para radiotransmissão, e instalou seu escritório lá em cima – que bela inspiração na paisagem!


Foto 33 – Escritório de Eiffel no alto da Tour Eiffel. Além de engenheiro, era cientista, e criou um ambiente para vários trabalhos científicos e experimentos de aerodinâmica.


Alguns números sobre a Torre:

Tem uma altura total de 324 metros, sendo suportada por 4 pilares (cada um em um ponto cardeal) com base lateral de 125 metros. Alturas por patamares: 57 metros – 1º patamar; 115 metros – 2º  patamar; 276 metros – 3º  patamar (site oficial). Até 1930 era um dos monumentos mais altos do mundo. Pesa 10.100 toneladas, sendo 7.300 de estrutura metálica. São 1665 degraus para atingir o terceiro e último patamar.


Foto 34 – Trabalho extremamente detalhado em estrutura metálica, como um rendilhado e curvas sinuosas.

Eiffel era extremamente cuidadoso com sua obra-prima e recomendava pintá-la a cada 7 anos. Isto requer 60 toneladas de tinta e 25 homens trabalhando durante o ano inteiro. Está em fase de finalização a 19ª campanha de pintura da torre (período 2009-2010).

Santos Dumont ganhou um prêmio em 1901 por voar mais alto do que a Tour Eiffel.


Uma das maiores atrações turísticas mundiais

Até 2007, segundo o site oficial, mais de 240 milhões de visitantes tinham visitado a Torre Eiffel, sendo que neste ano 7 milhões de tickets já foram vendidos.

Foto 35 – Casamento na Torre Eiffel, um grande cenário para celebrar.

Em uma recente pesquisa de opinião realizada em vários países, todos apontaram a Tour Eiffel como o primeiro monumento lembrado quando perguntados sobre um monumento europeu.


Foto 36 – Lá do alto da Torre Eiffel (piso 3) – Turistas no alto da Torre Eiffel. Você tem até um bar lá no topo onde pode celebrar o grande feito de escalar a Torre tomando champanhe.

Sem dúvida nenhuma a Tour Eiffel é um monumento fantástico. As vistas são deslumbrantes.


Foto 37 – Vista 1 do alto da Torre Eiffel: Champ de Mars e ao fundo a Escola Militar.

Foto 38 – Vista 2 do alto da Torre Eiffel: Rio Sena.

Visite o site oficial e veja mais informações: http://www.tour-eiffel.fr/teiffel/fr/index.html.



Tenha uma visão panorâmica em 360º:

Aproveite para fazer uma visita interativa: http://www.tour-eiffel.fr/teiffel/uk/vu_de_la_tour/index.php enquanto não chega lá. Atenção, as filas são enormes!                                                                                                                
La tour Eiffel sous le ciel de Paris, c’est magnifique et la vue du haut de la tour Eiffel, c’est aussi magnifique!


La tour Eiffel sous le ciel de Paris, c’est magnifique et la vue du haut de la tour Eiffel, c’est aussi magnifique!


5.      Palacio de Chaillot  (Palais de Chaillot - Musée de La Cité et du Patrimoine)

O Palácio de Chaillot fica na Praça do Trocadero e marca a colina de outro fabuloso conjunto urbano linear - um grande eixo triunfal que se inicia no Palácio, passa pelos Jardins do Trocadero e, atravessando o Sena, é coroado pela Tour Eiffel, depois vem o Champ-de-Mars e termina com a Escola Militar.


Foto 40 – Visão do Palácio de Chaillot (ao fundo) e dos Jardins do Trocadero a partir da Torre Eiffel.


Foto 41 – Fantástica vista dos Jardins do Trocadero, partindo do Palácio de Chaillot a caminho da Torre Eiffel – muitas esculturas e fontes.

O Palácio foi construído em 1878 (Davioud) e renovado em 1937 (Carlu, Noileau e Azéma) para as duas exposições universais. É um exemplo típico de um edifício construído no período entre as duas primeiras guerras: linhas clássicas e austeras são acentuadas por material simples e altas janelas verticais. O seu formato é dividido em duas longas alas semicirculares integradas por um espaço central – a esplanada dos Direitos Humanos, (teto do Teatro Nacional Popular), de onde se tem belas perspectivas da Torre Eiffel e de Paris. Daí, você pode descer para o Sena e subir a Torre Eiffel.


Foto 42 – O Palácio de Chaillot, vista da Tour Eiffel a partir da entrada do Museu.
 
Foto 43 –Perspectiva da Tour Eiffel vista do restaurante do Palácio de Chaillot

O Museu foi inaugurado em setembro de 2007, com os objetivos ousados de promover a criação da arquitetura contemporânea, de constituir uma vitrine internacional para a arquitetura francesa, de fazer com que as pessoas conheçam e amem o patrimônio nacional, formar profissionais e disponibilizar recursos para pesquisas e estudos no tema. Tudo isso visando à qualidade da arquitetura e do ambiente.

Foto 44 - Frente do Palácio Chaillot – Museu da Cidade e do Patrimônio. Discutindo temas sempre atuais: Arquitetura Ecológica, o planejamento da Grande Paris...

Este Palácio abriga três grandes departamentos para a cidade: O Departamento de Arquitetura, com Instituto Francês de Arquitetura (IFA), que faz exposições sobre a memória da arquitetura atual e contemporânea; o Departamento de Formação, com a Escola de Chaillot que forma especialistas em restauração e reutilização do patrimônio arquitetônico e paisagístico; e o Departamento do Patrimônio, que abriga o Museu dos Monumentos Franceses, contemplando 3 galerias que mostram: arquitetura civil e religiosa do sec XII ao XVIII; a arquitetura moderna e contemporânea depois da revolução industrial e a galeria de pinturas murais e vitrais do século XI ao XVI.

As coleções e as formas de apresentação são didáticas e excepcionais, utilizando maquetes, desenhos, filmes, modelos em corte e elementos de computação gráfica voltadas para todos os públicos. Fiquei impressionada! Uma das exposições temporárias que visitei foi sobre a cidade representada nos “cartoons” (história em quadrinhos): Archi & BD - La ville dessinée.


Foto 45 - Vista 1 do Interior do Museu dos Monumentos. Coleção fenomenal!

Foto 46 – Vista 2 do Interior do Museu dos Monumentos.

Vale a pena conhecer mais o trabalho deste Museu, voltado não só aos profissionais, mas ao grande público. Os resultados deste trabalho têm contribuído certamente para a beleza da paisagem arquitetônica e paisagística de Paris e da França.

Foto 47 - A apresentação das coleções é didática e utiliza elementos interativos de computação gráfica voltados para todos os públicos

Foto 48 – Outra forma de representação, através de modelos reduzidos e maquetes. Uma ótima forma de compreender as representações da arquitetura.

Vejam as atividades no site: http://www.citechaillot.fr/.  Assistam  ao vídeo de Jean Nouvel: Paris – La capital artistique du monde. Le Grand Pari (S) http://www.citechaillot.fr/vod.php?id=83.
Foi no Palais de Chaillot que a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro de 1948.

Concluindo

Seria injusto finalizar este blog em que tanto falo de arquitetura e arte sem mencionar o grande Le Corbusier (Charles-Edouard Jeanneret-Gris), arquiteto, urbanista e pintor franco-suiço considerado juntamente com Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies van der Rohe e Oscar Niemeyer, um dos mais importantes arquitetos do século XX. Corbusier lançou as bases do movimento moderno. O trabalho que realizou resultou em uma nova forma de enxergar a forma arquitetônica baseada nas necessidades humanas revolucionando a cultura arquitetônica do mundo inteiro. Em Paris, recomendo uma visita à Maison La Roche (construída entre 1923 e 1925), onde pela primeira vez Corbusier aplica os seus princípios da arquitetura moderna. A casa é maravilhosa! Lá funciona a Fundação Le Corbusier.
Enquanto preparava esta postagem estive trabalhando o tema de Museu com a minha turma de Arquitetura de Projeto 5. Este fato nos levou a refletir sobre o papel fundamental dos museus no Brasil e no mundo como fontes de conhecimento e de compreensão/valorização da identidade e do patrimônio cultural e sobre a triste situação dos museus brasileiros, que permanecem como mero depositários de objetos culturais. Felizmente alguma coisa diferente está acontecendo, a exemplo do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Também estava lendo o novo romance “O Símbolo Perdido” de Dan Brown, do qual aproveitei o significado das pirâmides e do gesto indicador da obra de Da Vinci.

Termino por aqui e até a próxima! Um grande abraço e obrigada aos que visitaram este blog por mais de 1.000 vezes.

Maravilhosas viagens e imagens em 2011!

Antonia Santamaria