sábado, 20 de agosto de 2011

ESPANHA 1 - MADRI

Foto 1   – Uma orquestra enchendo de música um dos maiores ícones de Madri – A Plaza Mayor.

Retorno, com grande alegria, com uma nova série de postagens neste blog, onde começo a compartilhar as minhas imagens de 2011. Esse roteiro começou no norte da Itália (Regiões de Veneto, da Toscana e da Emilia Romana), prossseguiu pela Espanha, nas cidades de Barcelona, Madri e Toledo, e terminou em Lisboa (Sintra e Santuário de Fátima). A duração foi de 23 dias, mas acrescentaria dois ou três dias a  mais.
Na Itália, as cidades que visitei foram: Veneza, Padova e Verona (Região de Veneto), Florença, Siena, area de Chianti e Bolonha.
Inicio pela Espanha e por sua charmosa capital Madri. Pareceu-me mais vívida na memória e menos complexa para abordar. Talvez o tema “MADRI DE PUERTAS ABIERTAS” tenha o significado real de que Madri abre suas portas de forma escancarada, encantadora e sincera para todos os seus visitantes.
No meu imaginário, a Espanha é o país de Cervantes – Don Quixote de La Mancha, do Flamenco (dança de origem moura), das touradas, dos filmes de Almodóvar... é o país que descobriu e colonizou quase todos os países da América Latina, à exceção do Brasil e das Guianas, francesa e holandesa... No entanto, o Brasil também fez parte desse imenso império, por um breve tempo, durante a união dos reinos de Portugal e Espanha, até a redivisão do Brasil pela assinatura do Tratado das Tordesilhas (1494), que separava as terras já descobertas que pertenciam a Portugal e Espanha e, imagine, aquelas ainda por descobrir. São imagens que logo me vêm à mente quando penso nesse país.


Foto 2  -  Don Quixote, o célebre cavaleiro andante em sua marcha  – na Plaza de España.
De fato, a Espanha é um país fascinante, diverso e rico em cultura, história e paisagem. O seu maior patrimônio é o povo alegre, comunicativo e grande apreciador de festas e da noite.
A Espanha fica na Península Ibérica, bem junto à Portugal, e teve uma história de lutas originadas pelos movimentos separatistas associados à forte identidade/independência de seus povos e regiões: catalões, hispânicos, bascos e galegos, e por uma guerra civil sangrenta que durou mais de 30 anos. 
Os mouros (povos árabes mulçumanos) que habitavam o norte da Africa chegaram e se estabeleceram na Espanha por mais de 700 anos (711-1492), influenciando a cultura espanhola, especialmente na sua porção sul – Andalucia.
Alguns dados sobre a Espanha:
Área: 505.000 km2 (duas vezes o tamanho da Suécia, mas menor do que o estado da Bahia, no Brasil)
População do País: mais de 46 milhões de habitantes
Capital do país: Madri (população de mais de 3 milhões, e cerca de 6 milhões em sua região metropolitana)

A partir desta segunda série de postagens, vou indicar meus destaques: melhor praça/espaço urbano; a melhor música e o melhor prato. Também fiz a filmagem das melhores praças/espaços urbanos, que pretendo compartilhar com vocês. No caso de Madri, ainda estou trabalhando na edição do vídeo, que vou disponibilizar em breve.

Em Madri os meus favoritos são:
Melhor praça: Plaza Mayor
Melhor música: difícil escolher uma só música do Flamenco. Músico: Paco de Lucia (Concerto de Arranjuez) .
Melhor Prato: Paella, de preferência a de frutos do mar

REPASSANDO ALGUMAS INFORMAÇÕES ÚTEIS

A infraestrutura de apoio ao turista em Madri é eficiente: você pode encontrar facilmente diversas unidades de informações turísticas fixas (aeroporto, estações de transporte e principais atrativos) e móveis (durante a alta estação). O material de divulgação é rico, com agenda cultural e bons mapas. Também há informações úteis sobre o sistema de transporte. Recomendo fazer sua primeira visita ao Centro de Informações Turísticas logo ao chegar. Você pode obter informações online em http://www.esmadrid.com/en/portal.do e também da Prefeitura: www.munimadrid.es.

De acordo com informação recebida de amigos, confirmada no Centro Turístico, o sistema de transporte de Madri funciona bem e possui alternativas para os notívagos das altas horas da madrugada: o buhos e o metrobuhos. Para informações consultar:  www.emtmadrid.es; www.metromadrid.es; www.renfe.es

Como toda cidade na Europa, Madrid também possui o seu “CityCard”, o MadridCard, que oferece vários descontos em museus, monumentos e atrativos. Também se oferece o Cartão de Transporte com redução de custos, variando de 1 a 7 dias (com algumas variações). Antes de adquiri-los, recomendo comparar preços dos atrativos e a sua capacidade física e mental de visitar coleções de arte. No caso de museus, dependendo do acervo, acho muito exaustivo visitar mais do que três por dia.  Ainda, no caso de cartões que funcionam à base de horas contínuas, é necessário concentrar as visitas no tempo de validade do cartão, que começa a ser contado a partir da primeira visita. No caso de Madri, as opções são de 24, 48, 72, 120 horas. O preço normal de entradas em museus varia entre 6 e 10 euros.

MADRI DE PUERTAS ABIERTAS
Madri tem no seu concentrado centro histórico a maioria das atrações, o que facilita o deslocamento. Recomendo hospedar-se na área central, bem movimentada e cheia de opções para todos os orçamentos. Observei numerosas placas de hostal nos edifícios do centro histórico. Fiquei em um “hostal” confortável e limpo, com elevador, ar condicionado, em uma pracinha super-simpática, a alguns poucos metros da Plaza Mayor, localização estratégica.

Foto 3  – Plaza de Santa Cruz, onde nos hospedamos – a alguns passos da Plaza Mayor.

Como já conhecia Madri, dediquei meus três dias a caminhar e redescobrir o encanto das vias estreitas, suas pequenas praças, seu casario encantador, seus bares e restaurantes coloridos e a harmoniosa conexão com as grandes vias.

Foto 4 – As fachadas dos restaurantes são coloridas e figurativas – mais um atrativo.

Sentar em algum banco, seja em uma grande e movimentada Via ou em uma de suas numerosas áreas verdes é um conforto para os pés e para os olhos.


Foto 5  – Uma pausa para descansar  na Calle Alcalá.

Descobrir em um prédio à sua frente a placa sinalizadora de um morador célebre, ou encontrar a escultura de um personagem célebre da história é emocionante.

No verão quente de Madri, uma excelente dica são as praças, ruas com bares, cafés ao ar livre e os parques, de preferência ao cair da tarde. Nos restaurantes e bares, em particular, há um refrescante mecanismo de vapores d’água direcionados aos frequentadores. Também vale apreciar uma boa cerveja ou uma sangria.

A programação cultural a cada verão é sempre variada e rica: musica, dança, teatro, etc. Para saber o que está acontecendo, consulte a nova edição do www.veranosdelavilla.com.

Um dos eventos anunciados foi essa exposição: Africa.es – 7 miradas sobre España. Com o objetivo de fomentar as relações entre África e Espanha, apresentava a visão/percepção de 7 fotográfos africanos sobre espaços urbanos espanhóis, sua reflexão particular sobre o que a cidade sugere através de seus distintos espaços, gentes e situações. Achei uma iniciativa fantástica! Ver mais detalhes em wwww.casaafrica.es ou http://www.africavive.es/.

Foto 6  – Africa Vive na Plaza de Isabel II: Africa.es – 7 miradas sobre España.

Os tesouros e coleções artísticas são sempre reapresentados de forma diferente: www.patrimonionacional.es .

Também encontrei Madri ocupada por uma grande Marcha, no dia 24 de julho. Uma mobilização nacional,  em um contexto de crise econômica de extensão mundial, por um mundo mais justo e mais digno.


Foto 7 – Marcha por um mundo melhor: mais justo e mais digno (dia 25 de julho)


Pude facilmente redescobrir Madri caminhando, tendo planejado minha visita em três grandes áreas:

1 - Entorno do palácio real e rio Manzanares
2 - Centro&Las Huertas (Centro Histórico e Entorno)
3 - Paseo del Prado&El Retiro

O Centro de tudo – o coração físico e emocional da cidade é a Plaza de la Puerta del Sol – para onde levam ou de onde partem todos os caminhos de Madri - o Marco Zero da cidade.

Para se orientar, sugiro ter Plaza de la Puerta del Sol como marco de referência. Logo a leste fica o passeio das Artes; a oeste, o passeio imperial; ao norte, os bairros modernos; ao sul, a Madri antiga e histórica com a Plaza Mayor.


1 - ENTORNO DO PALÁCIO REAL – BAIRRO HISTÓRICO DE LOS AUSTRIAS – RIO MANZANARES
Essa área concentra um conjunto de atrações e parques importantes e de conexão com a realeza espanhola.
Posso destacar, além do Palácio Real, o Campo del Moro, a Muralla Arabe, a Basílica de San Francisco el Grande, a Puente de Segovia, a Basílica de Nuestra Senora de la Almudena, além da nova área de lazer – o Parque Madri Rio.
Rio Manzanares/ Parque Madri Rio
Um Novo Parque para Madri: o Madri Rio. Projeto ambicioso que integra e valoriza áreas existentes e cria novas áreas de lazer ao longo do Rio Manzanares, com espaços de recreação, miradores, espaços desportivos e novos marcos referenciais, como a Puente Oblicuo - para pedestres e ciclistas, Puente Verde em Y - com dois braços, Puente Monumental de Arganzuela e outros. O parque contempla três aspectos da vida da cidade: o ambiental, o lazer e o esportivo. Para mais informações sobre o projeto: http://www.youtube.com/watch?v=UcLXQYcRR4s&feature=player_embedded#!
São dezenas de quilômetros de novos caminhos de pedestres e rotas para ciclistas. Uma nova experiência de revitalização e valorização das margens de rios – que podem inspirar arquitetos e urbanistas. Gostei particularmente do “mobiliário”: bancos, lixeiras e cartazes.

Foto 8 – Um rio valorizado e revitalizado – O rio Manzanares  (quem já o conhecia?) e um novo parque - Rio Madri.

O Arganzuela Park, parte dessa imensa área verde,  tornou-se o novo ponto verde e pulmão da cidade.
Conferi esse espaço agradável para caminhar e contemplar o rio, no trecho entre a Ponte Segóvia e a Ponte del Rey, apesar das arvores ainda não terem crescido. Este trecho do Parque é denominado Virgen del Porto e limita-se com o “Campo del Moro” – Parque do Palácio Real, construído no século 19.
A Ponte de Segóvia, a mais antiga de Madri (1572- 1588 – Arquiteto Juan de Herrera durante o reinado de Felipe II), se parece com as pontes de Paris. O novo parque aproxima essa ponte do pedestre, criando uma passarela e uma nova perspectiva através de um conjunto de fontes. Encontrei até gente pescando no rio, sob a ponte.
Foto 9 – Ponte de Segóvia - A mais antiga de Madri (1572-1588).

Foto 10  – Ponte de Segóvia em uma nova perspectiva: Fontes e Pescadores

Conta-se que quando essa bela ponte foi concluída, certo aristocrata francês fez a seguinte gozação em relação ao Rio Manzanares: “agora que ganhou uma bela ponte, a cidade pode colocar um Rio embaixo dela.”
A Ermita de la Virgen del Puerto (1718, arquiteto Pedro de Ribera), foi seriamente danificada durante a Guerra Civil e foi reconstruída após o conflito.
Foto 11 – Ermita de la Virgen del Puerto no trecho do Parque Madri Rio 
Na outra margem do Rio, a partir da ponte Segóvia, um bosque gigantesco – CASA DE CAMPO – com vistas panorâmicas da cidade e um grande parque de atrações (montanhas russas, zoo, lago, bares e piscinas).
Foi aqui, em uma das áreas verdes/praças do entorno, que encontrei La Violetera – a personagem do filme de mesmo nome lançado em 1958 e estrelado por Sarita Montiel.


Foto 12 – La Violetera – um dos personagens do clássico filme La Violetera estrelado por Sarita Montiel.

Que tal conhecer/recordar um pouco de La Violetera – o filme: http://www.youtube.com/watch?v=BtpCQqcHzig

A Muralla Arabe – Essa área guarda vestígios das fortificações mouras. Ainda podem ser vistos trechos dessa muralha que circundava Madri na Idade Média, desde a época da construção da fortaleza islâmica (século 9) até a retomada do poder pelos cristãos (séculos 12 e 13).


Foto 13 – Trecho da Muralla Arabe – vestígios das fortificações mouras do século 9.
 
Basílica de San Francisco el Grande – Belíssimo templo neoclássico do século 18. Conta-se que foi construído sob as fundações de um convento encomendado por São Francisco de Assis no século 13. Sua cúpula é imponente (33 metros de diâmetro).
Foto 14  -  Basílica de San Francisco El grande (seculo 18).
Foto 15  – Um casamento na Basílica de San Francisco El Grande.
Palácio Real – Majestoso, foi construído em 1764 em estilo neoclássico, em cima das ruínas de uma edificação moura (alcázar). Pretendia ser o “Versailles” espanhol na sua grandeza e opulência, com seus mais de 2.500 aposentos. Segundo os guias, pode-se visitar alguns aposentos ricamente decorados e admirar obras de arte de Velazquez, Goya (uma rica coleção), Rubens e Bosch, entre outros.Foi residência da família real (Bourbons) até 1931, sendo hoje utilizado apenas em algumas cerimônias reais. A família real habita hoje o modesto palácio de Zarzuela.

Foto 16 – O imponente Palácio Real, com mais de 2.500 aposentos.

Basílica de Nuestra Senora de la Almudena: A construção começou no século 19, mas só foi concluída em 1993. De estilo eclético, foi projetada pelo Marquis de Cubas, em cima da primeira area murada da Madri mulçumana. Foi consagrada pelo Papa João Paulo II.

Foto 17 – Basílica de Nuestra Senora de la Almudena

Não visitei, mas recomenda-se conhecer a Ermita de San Antonio de la Florida, ultima moradia de Goya e a obra prima de Goya na cúpula – afresco do milagre de Santo Antônio.
Campo del Mouro: Belíssimos jardins formais em eixos, que foram construídos no lugar de antigo campo onde os soldados mouros acamparam no século 12.
Plaza de Oriente: No centro da Praça está a estátua de Felipe IV, obra de Velázquez. Em outro ponto, 20 estátuas dos mais antigos reis estão dispostas. É um lugar perfeito para um café e apreciar o pôr-do-sol. Em sua frente, o Teatro Real – um dos templos culturais da Espanha.
Foto 18 – O Teatro Real – Um dos templos culturais da Espanha, na Plaza do Oriente.
Foto 19 – Fonte na Plaza de Oriente com a Estatua eqüestre de Felipe IV, obra de Velazquez.

Caminhando a partir do rio Manzanares, subindo a Cuesta de San Vicente você atinge a Plaza de Espana e chega ao Templo Debod.

Templo Debod
Uma construção egípcia do período do Rei Ptolomeu. Este monumento, dedicado aos deuses Amon e Ísis, tem mais de 2 mil anos e foi trazido do  Sul do Egito antes da construção da barragem de Assam, pedra por pedra. Foi aberto ao público em 1972. Diz-se que é o lugar perfeito para assistir ao pôr-do-sol em Madri. Infelizmente não consegui estar no local durante esse momento, mas fica a imagem do meio-dia, mesmo sem o mistério das luzes do ocaso.
Foto 20 – O Templo Debot – Construção Egípcia de mais de 2 mil anos.
Plaza de España
Rodeada de edifícios da década de 1950 (destaque para o edifício España), a sua maior atração é o cavaleiro andante Don Quixote, com seu fiel escudeiro Sancho Pança – os famosos personagens de Cervantes. Há uma fila enorme para tirar retrato. Você tem que esperar por um tempo para que eles estejam sozinhos.


Foto 21  – Fonte na Plaza España.

Foto 22  – Plaza España com o cavaleiro andante Don Quixote e o seu fiel escudeiro Sancho.



2 – CENTRO & LAS HUERTAS

Nessa área, que constitui o Centro Antigo e Histórico, ficam a Puerta del Sol e a Plaza Mayor.

Foto 23 – Fachadas encantadoras do Centro Antigo, com seus balcões estreitos – o Relojoeiro divulga seus negócios, próximo à Plaza Mayor.

Plaza Mayor
Esta Plaza harmoniosa, com suas arcadas e portas tem sido o coração da cidade desde o reinado de Felipe II, que fez dela o centro de sua corte em 1561. Palco da história da Espanha – eventos de fé, de condenação e de touradas. Ainda hoje, ela é um espaço de convivência e um grande palco de atividades culturais. Foi construída para atender várias funções: teatrais, de centro cívico e de mercado... Um grande incêndio (1790) destruiu grande parte dessa praça que foi depois reconstruída.


Foto 24 – Plaza Mayor -  Sempre tem alguma coisa interessante acontecendo na Plaza Mayor.
 Os dois principais atrativos do belo conjunto arquitetônico são a “Real Casa de La Panaderia” (Padaria Real) e a “Casa de la Carnecería” (Açougue), que se destacam no casario uniforme pela beleza e volumetria.  Observe os bonitos e surpreendentes afrescos de La Panaderia.

Foto 25  – Plaza Mayor - Real Casa de La Panaderia com seus belos  e surpreendentes afrescos

Foto 26  – Uma das muitas Portas da Plaza Mayor.

Plaza de la Puerta del Sol – Marco Zero da cidade. Centro do Governo Regional. Em estilo semicircular, essa praça funciona como um enorme hall para a chegada das 6 vias principais de Madri que para aí convergem. A Plaza Mayor é um lugar passagem, de trânsito, um ponto de parada rápida para mudança no transporte, e está sempre congestionada. Provavelmente você vai chegar ao Centro de Madri através dessa porta que está sempre aberta.

Foto 27 – O Palácio de Governo – Sede Regional de Governo na Plaza Mayor

Foto 28  – Protestos na Plaza Mayor.

Plaza de La Villa - Em pleno bairro de Los Austrias e com edificações dos séculos 15, 16 e 17, essa praça de pequeno tamanho expressa a síntese dos estilos arquitetônicos de Madri: o barroco do estilo Habsburg – na Casa de la Villa, Ayuntamento, antiga prefeitura (a oeste, do século 17), o gótico da Torre de Los Lujanes (1525), e o “plateresco”, estilo renascentista espanhol, na Casa Cysneiros (1537), com seus escudos e pináculos. Foi projetada por Mariano Benlliure em 1891. A Praça é dominada pela estátua do vencedor da batalha de Lepanto: Álvaro de Bazan.

Foto 29 – Álvaro de Bazan, um dos heróis espanhóis, ao fundo a  Casa Cysneiros (estilo plateresco), na Plaza de La Villa
 
Foto 30  – Barroco do estilo Habsburg na antiga Prefeitura.

Foto 31 – Estilo gótico da Torre de Los Lujanes (mudejar).
 As Descalzas Reais - O Monastério foi fundado no século 16 pela Princesa Juana da Austria, filha do imperador Carlos I. Abriga trabalhos fabulosos de artes, doados pelos nobres cujas filhas devotavam suas vidas para a contemplação.
Foto 32 – O antigo Monastério de Las Descalzas Reais.
GRAN VIA - Uma via monumental, projetada no século 19 e iniciada no século 20. Trouxe a modernização da cidade e promoveu a ligação do centro histórico com as novas vizinhanças da cidade. Abriga os mais modernos arranha-céus, da metade do século 20, como se fosse uma vitrine de estilos modernos. Destaque para o edifício da Telefônica (1929). É uma das artérias mais movimentadas da capital, uma espécie de Broadway espanhola pela concentração de vários teatros.

Foto 33  – Um dos “modernos edifícios” na esquina da Gran Via com Calle Alcalá.
A Gran Via liga a Plaza Spana até o Paseo del Prado. Outra grande via que vale a pena percorrer é a Calle Alcalá. Destaque para o Edifício Metropole.


Foto 34 – O Instituto Cervantes, na Calle de Alcalá, promove uma exibição que trata da fotografia latino-americana entre o humanismo e a violência.

Plaza de Santa Ana – Teatro Espanhol
Uma praça encantadora, dominada pelo Teatro Espanhol e seus ilustres teatrólogos como Garcia Lorca e Calderon La Barca. Um ambiente intelectual e prazeroso.



Foto 35  – O Teatro Espanhol e seus ilustres representantes, na Plaza de Santa Ana.
 Para mais informações, consulte sobre Garcia Lorca em http://www.garcia-lorca.org/Home/Home.aspx?Idioma=Es e Calderon em: http://bib.cervantesvirtual.com/bib_autor/Calderon/ .



Foto 36  Calderon de La Barca- o grande teatrólogo da Espanha, na Plaza de Santa Ana.
 
Foto 37 – Garcia Lorca – um dos mais renomados escritores da Espanha, na Plaza de Santa Ana.
  

3 - PASEO DEL PRADO & EL RETIRO

Essa região concentra um grande conjunto de espaços verdes, e tem valor histórico pontuado por uma riquíssima coleção de artes distribuída em 3 grandes museus: Museu do Prado, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia e o Museo Thyssen-Bornemisza.

Esses museus são interligados pelo Paseo del Prado – um autêntico passeio das Artes. Várias fontes pontuam e marcam esse passeio, entre as quais se destacam as de Cybele e Netuno.


Foto 38 Paseo del Prado - 0 Passeio das Artes - o caminho para conhecer o grande tesouro artístico da Espanha.

Plaza de Cybele / Fonte Cibeles
Esta é um dos principais marcos de Madri. É dominada pela fonte em honra da Deusa Cybele, O Palácio das Comunicações (Prefeitura), o Banco da Espanha, a Casa da Ámerica e o Palácio da Buenavista. A fonte, desenhada por Ventura Rodriguez para decorar o Paseo del Prado, representa a deusa da abundância e natureza.


Foto 39   – Cybele, a Deusa da abundância e natureza, e o belo Palácio das Comunicações

Plaza del Netuno / Fonte Netuno
Foi concluída em 1872. O desenho da fonte que retrata o deus Netuno é de Ventura Rodriguez.

Foto 40  – A Fonte de Netuno, no Paseo del Prado
O Parque del Buen Retiro
Uma das maiores áreas verdes da cidade (de aproximadamente 1,4 km2), onde os reis outrora relaxavam e usufruíam de suas atividades de lazer. Os jardins foram criados no século 18 por ordem do rei Felipe IV. Ao longo dos séculos, diferentes planos foram acrescentados, mas o resultado é ao mesmo tempo diverso e harmonioso. Fica bem próximo ao Museu do Prado e ao Real Jardin Botânico. Hoje oferece atividades múltiplas tanto para os madrilenhos quanto para turistas. Dentre as inúmeras atividades destacamos o museu de esculturas ao ar livre, os barcos de aluguel, os concertos, entre outros atrativos. Outras destaques são o Grande Lago, o Palácio de Cristal, o Palácio de Velazquez e o jardim das rosas.

Foto 41 - Uma das Portas para o Parque del Retiro.


Foto 42  –  Parque del Buen Retiro - Os jardins foram criados no século 18 por ordem do rei Felipe IV.
 Real Jardin Botânico
Voce pode aprender sobre as espécies de plantas de todo o mundo no Museu Vivo de Plantas, no passeio das artes. Os jardins foram desenhados por Juan de Villanueva, no período de Charles III (1781). O lugar também é perfeito para relaxar e passear.

Foto 43 - O Real Jardin  Botânico – um museu vivo de Plantas
Foto 44 – Mistério no Real Jardin Botânico – Um jogo de aprender sobre as nossas plantas.

Os principais Museus em Madri ficam nessa área:

Museu del Prado

Um dos maiores e mais prestigiados museus de belas artes do mundo. Abriga a melhor coleção de artistas espanhóis que inclui Goya, Velazquez e El Greco, além de maravilhas da coleção de arte européia – mais de 7 mil obras do século 12 ao 19 (Rubens, Veronese, Ticiano, Rembrandt, e muitos outros). Reserve um bom tempo para iniciar-se nos destaques da coleção. O edifício neoclássico foi desenhado por Juan de Villanueva e a nova ampliação foi projetada por Rafael de Moneo.

Os meus pintores favoritos são Goya, Velazquez e El Bosco. Impossível rever em apenas uma visita toda a coleção. No guia oficial (planta), o museu expõe as 50 obras primas de sua coleção permanente. Por que não começar por elas? Uma boa amostra!


Foto 45  – Museu do Prado – um dos mais prestigiados museus de Belas Artes do Mundo. Goya no Museu do Prado.

Foto 46 – Velazquez, um dos mestres da pintura espanhola, o pintor nas Meninas, no Museu do Prado.

O Prado sempre promove exposições temporárias magníficas como a que tive oportunidade de apreciar: Roma – Natureza e Ideal, que abrangeu uma incrível coleção de paisagens (1600 – 1650). Descobri paisagens admiráveis de Claude de Lorrain, Annibale Carraci, Paul Bril, Adam Elsheimer e Nicolas Poussin.


Foto 47  – Belíssima Exposição sobre um olhar sobre a paisagem: Roma - Natureza e Ideal.

O Prado tem inovado ao criar novos itinerários temáticos. Dessa vez, o tema foi “La Palabra hecha imagen”, organizado com base nas pinturas de Cristo no Museu do Prado. Uma das peças incríveis foi o belísssimo trabalho de Caravaggio: The Entombment of Christ (obra emprestada do Museu do Vaticano).


Foto 48  – Essa belíssima pintura (embaixo a direita) faz parte do novo itinerário temático: “La Palabra hecha imagem” no Museu do Prado. Ao fundo a Igreja dos Jerônimos.
 Para maiores informações visite o site oficial do museu: www.museodelprado.es

Museu Nacional  Centro de Arte Reina Sofia

Suas exposições temporárias são maravilhosas! Na coleção, destacam-se artistas espanhóis dos séculos 19 e 20, como Miró, Tàpies, Dali e Picasso. Lá está o famoso quadro Guernica, de Picasso. Recomendo uma visita à ampliação do Museu (2005), assinada pelo inovativo arquiteto Jean Nouvel, já comentado em outras postagens deste blog. Próxima está a estação de Atocha.

Foto 49 – O Museu Reina Sofia e suas maravilhosas exposições temporárias.
Foto 50 – O Museu Reina Sofia – Transição entre o antigo e o novo prédio.
Recomendo verificar os horários dos museus, não apenas desse, mas de outros. No domingo esse museu fecha mais cedo.

Para maiores informações visite o site do Museu: www.museoreinasofia.es

MuseoThyssen- Bornemisza

No Palacio de Villahermosa (século 18), você faz um passeio de 7 séculos pela história européia da pintura, desde o século 13 até o 20. Obras importantes incluem Rubens, Durer,  Gauguin, Van Gogh, Mondrian...

Para maiores informações visite o site official do Museu: www.museothyssen.org


UM POUCO SOBRE COMER,  BEBER E SE DIVERTIR EM MADRI


Normalmente, comer dentro do estabelecimento é mais barato do que comer nas mesas ao ar livre. O estranho para o brasileiro e, acredito, também para outros povos, é o horário diferente das refeições do povo espanhol. O jantar, normalmente é servido a partir das 10 horas da noite. Antes disso, se a fome for grande é preciso “tapear”, quer dizer comer “tapas”.

A tradição em Madri é mesmo “la movida”, programa para os amantes das noites e madrugadas.

La movida foi um rico movimento contracultural surgido durante os primeiros anos da transição pós Franco (anos 80) em Madri, no cinema, um dos seus maiores expoentes é o cineasta Almodóvar: http://www.pedroalmodovar.es/
Para se informar um pouco mais sobre La Movida: http://es.wikipedia.org/wiki/Movida_madrile%C3%B1a. Para ver o que está acontecendo no campo das artes em Madri: http://lamovidamad.blogspot.com/


Adorei os bares e restaurantes de fachadas coloridas e figurativas. Alguns lugares podem ser indicados, como a Calle Huertas, que é pedestrianizada e cheia de bares, La Latina.

No Mercado de San Miguel (arquitetura metálica do século 15), o mais antigo de Madri, bem próximo à Plaza Mayor, você pode fazer um lanche. Foi recentemente restaurado. Entretanto, achei um tanto sofisticado demais por estar mais voltado para o turista.


Foto 51  – Mercado de San Miguel foi reformado para atender o turista.

Uma instituição histórico-cultural e uma preciosidade gastronômica – El Botin –  é o restaurante mais antigo do mundo (segundo o Guiness), fundado em 1725. Experimente a especialidade da casa – o cochinilo (leitão assado). Recomendo reservar! Confira o menu e faça a reserva em: http://www.botin.es/web/?q=pt.


Foto 52 – Sobrino El Botin – o restaurante mais antigo do mundo, segundo o Guiness.

Foto 53 Sobrino El Botin – uma homenagem ao seu ilustre cliente: Ernest Hemingway.
A cozinha espanhola é muito rica. Entre as especialidades madrilenhas destacam-se:

O cocido madrileno (a base de carne de porco e grão de bico) – minha amiga indicou o restaurante “La Bola”. A tortilla é uma omelete com batatas sempre servido no café da manhã. Aliás, no café da manhã espanhol come-se em grande quantidade.

Foto 54  – O Cocido Madrileno é uma especialidade encontrada em diversas casas como essa.

As tapas são aperitivos para compartilhar (frios, frutos-do-mar, legumes). Os mexilhões e calamares estão sempre presentes.

Os bocadillos – sanduíches com recheios variados, inclusive com calamares e jamón.

O Jamón (espécie de presunto com cura natural) é outra preferência nacional, pendurado (literalmente) em todos os lugares. O pata negra é o mais fino e caro de todos, de denominação de origem protegida. O controle é absoluto em todas as fases da produção. Há diversos tipos de jamón, em todas as cores.


Foto 55 – O Jamón, especialidade espanhola, é um tipo de presunto de cura natural.  Há diversos tipos de jamón,  de todas as cores e sabores.
Paella – Prato à base de arroz típico da gastronomia espanhola, surgido na região de Valencia, no século 15. Um prato popular, que os camponeses preparavam com arroz e azeite, adicionando pedaços de carne e outras sobras. Comi uma paella deliciosa de frutos do mar no Restaurante no El Corte Inglés (prato farto suficiente para duas pessoas).

Para beber, no verão quente de Madri, a sangría é uma opção deliciosa e refrescante. A cerveja, claro, é também bastante consumida.

Também deve fazer parte da experiência madrilenha participar de uma apresentação de Flamenco em Madri. Como já tinha assistido a um belíssimo espetáculo em Barcelona optei por outra atividade em Madri. Minha amiga Taciana recomendou dois lugares: Corral de la Moreria e a Casa Patas. Ver em: www.corraldelamoreria.com e www.casapatas.com. Recomendo ver o video-clip de Guadalupe Torres na Casa Patas: http://www.youtube.com/watch?v=gsNu1_40h5M

Uma página bem interessante, dedicada à divulgação do flamengo é http://www.flamenco-world.com/indice.htm. No canal do Flamenco-world, achei interessante: http://www.youtube.com/user/FlamencoworldTV

No flamenco, não poderia deixar de lembrar um de seus maiores expoentes, o grande violonista Paco de Lucia. Recomendo visitar a página oficial: http://www.pacodelucia.org/inicio. Adoro sua guitarra interpretando "CONCIERTO DE ARANJUEZ" - JOAQUIN RODRIGO. Um dos links desse concerto: Parte 2:  http://www.youtube.com/watch?v=w8LL1x6J2rU&feature=related

COMPRAS
O Corte Inglés, tradicional loja de departamentos espanhola, tem sua política de incentivo ao turista (10% desconto ao apresentar o passaporte), além de facilitar a restituição dos 18% pagos de impostos (VAT REFUND). Ela pode ser considerada um patrimônio nacional, a exemplo das Galerias Lafaiette (Paris) e da Harrods (Inglaterra). Gosto da maneira como a loja está organizada e da variedade encontrada!

As marcas espanholas Camper e Zara estão espalhadas pela cidade e são mais baratas na Espanha (muito diferente da Zara do Brasil!). Aprecio o estilo da Zara.

Comprar souvenir? Muitas lojas estão concentradas nas ruas próximas a Plaza Mayor.


Foto 56  – "Regalos" de Madri para você.

As ruas de comércio concentram-se no entorno da Gran Via, Los Preciados...

O Outlet las Rozas Village é uma grande opção para os consumidores de lojas de grife, e fica na periferia de Madri. No entanto, há facilidades para o transporte – linha direta da Plaza de España (14 euros).


ALGUMAS CURIOSIDADES DE MADRI

As estátuas vivas são encontradas por toda a parte. Algumas são ridículas, com adultos representando bebê no carrinho, carneiro, etc. Entretanto, devo ressaltar a perfeição de uma estátua viva que encontrei, próximo ao paseo del Prado: os gêmeos petrificados pelo pela explosão do vulcão Vesúvio, na Itália.


Foto 57  – A estátua viva – Os Gêmeos petrificados pelo vulcão Vesúvio - destaca-se pela perfeição.

A praça do Oriente está cheia de massagistas (orientais?) e o mesmo acontece no entorno da Plaza Mayor. Cuidado para não ser massageado (sério) enquanto está passando por esses locais.

Os africanos (vendedores ambulantes e irregulares) que vendem réplicas de bolsas italianas e leques são bastante ágeis quando passam os fiscais da fiscalização municipal e fogem levando, em alguns milésimos de segundo, os seus produtos nas costas.

Encontrei a cidade bem limpa. A limpeza e a lavagem das ruas e praças são eficientes. Vamos seguir o exemplo!

A cobertura das vias filtra os raios solares e ameniza o calor.

Foto 58  - A cobertura das vias filtra os raios solares e ameniza o calor. Uma boa idéia para o próximo verão.

CONCLUINDO

Nessa viagem 2011, estive em companhia de três mulheres (Venus, Angela e Cecília). Esse fato certamente enriquece alguns aspectos dessas postagens: gastronomia, compras... Agradeço as bem-vindas contribuições e sugestões!

Espero que você aproveite bastante Madri na sua próxima viagem, inspirado(a) e energizado(a) pela “movida madrilena”.

Adorei o clima de Madri, caminhar por suas ruas estreitas e largas, ser surpreendida pelos seus largos e plazas aconchegantes cheios de movimento e calor humano.

Também apreciei bastante o ambiente verde de seus parques e seus passeios culturais.

Madri é uma cidade de muitas portas (no sentido real e metafórico) e elas estão sempre abertas para receber todos os que a visitam. Enfim, Madri está sempre de PUERTAS ABIERTAS.

Até a próxima cidade – postagem!

Obrigada,

Santamaria



4 comentários:

  1. Mais uma viagem...muito bom, belas imagens, parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Foi uma viagem ler o seu texto. Parabéns!

    ResponderExcluir
  4. Olá SANTA, sou eu, Cris! Amei esta 'viagem'... fantástica de verdade. Aqui em Moçambique trabalho com espanhóis, inclusive de Madrid, e vou encaminhar este teu blog, ok. E por falar em Moçambique: Quando vens desvendar a 'savana de pedras' africana??? Santa, aqui em Maputo existem preciosidades da arquitetura portuguesa... Pancho Guedes e outros (e não só)... te espero aqui, ok. Beijos e mais uma vez: Parabéns e Obrigada por esta viagem!!!

    ResponderExcluir