1 – INTRODUÇÃO
Foto 1 – Do alto dos Jardins da Alhambra, você se deslumbra com as belas perspectivas da cidade de Granada. |
Esta é a última postagem do ciclo
ANDALUZIA, sobre a cidade de GRANADA. Veja as outras postagens que integram
este roteiro que compreende:
ANDALUZIA
1 - CORDOBA
ANDALUZIA
2 - SEVILLA
ANDALUZIA
3 - CADIZ E JEREZ DE LA FRONTERA
ANDALUZIA
4 - PUEBLOS BLANCOS E RONDA
Foto 2 – Na antiga fortaleza arábe – Alcazaba - a solidez das muralhas e torres protegiam os árabes de seus inimigos. |
Começo esta postagem pelo início da
primeira do roteiro na Andaluzia:
Cristãos, mulçumanos
e judeus viveram lado a lado na Espanha (na
ANDALUZIA ou AL – ANDALUZ como a chamavam os árabes) durante oito séculos, um período de enorme efervescência cultural e
artística. Depois da expulsão dos mouros no século 17, no entanto, grande parte
de seus conhecimentos, habilidades e artes se perderam.
(Webster, Jason.
Andaluz: Desvendando os Mistérios da Espanha Moura. 2007, Editora Rocco)
PUERTAS ABIERTAS
Foto 3 - Portas da Alhambra 1 – Diversos portais sinalizam para um mergulho no passado do lugar chamado Al Andaluz (Palácio del Generalife). |
Al pasado. Al futuro.
A la fusión. A la mezcla.
Al Norte. Al Sur. A las
estrellas.
A la historia. A la vanguardia.
A la noche. Al horizonte.
A la aventura. A la
contemplación.
Al cuerpo. A la mente.
A la fiesta. A la cultura.
(Fonte: Guia Oficial da Cidade de Granada)
Foto 4 - Portas da Alhambra 2 – Diversos portais sinalizam para um mergulho no passado do lugar chamado Al Andaluz (Palácio Nazarie). |
Granada tem vários milênios de história, abrigando em um distante
passado os primeiros habitantes da Península Ibérica. Depois vieram os
fenícios, cartagineses, romanos e visigodos que se alternaram até a chegada
dos muçulmanos em 711. Os oito séculos de presença islâmica na Espanha são
considerados como o período mais resplandescente da história de Granada.
Foto 5 – A posição estratégica imponente fortaleza árabe (Alcazaba) foi determinante no longo tempo de resistência, na luta contra os inimigos. |
Granada destacou-se
na história como capital dos reinos muçulmanos Zirida (século
XI) e Nasrida (séculos
XIII a XV). Ela foi o último baluarte da Espanha muçulmuna, conhecida como
"Al-Andalus." A cidade foi reconquistada pelos Reis Católicos em
1492, depois de quase 800 anos de ocupação árabe. Após a reconquista,
manteve-se como capital do reino castelhano de
Granada.
Por tudo isso,
Granada é uma das cidades espanholas mais marcadas pela influência árabe,
sendo a escolha ideal para aqueles que querem aprender um pouco mais sobre a
história e legado desta rica cultura, em especial a música, arquitetura e artes
em geral.
Granada possui dois monumentos extraordinários e preservados de influência árabe declarados pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade: o complexo de palácios denominado La Alhambra, incluindo o vizinho El Generalife e o Albaicín, o antigo bairro árabe de Granada, cheio de estreitas ruas e pequenas praças.
Foto 6 – A arquitetura magnífica de um dos Palácios Nazaries (Palácio de Comares), com iluminação noturna. |
Granada possui dois monumentos extraordinários e preservados de influência árabe declarados pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade: o complexo de palácios denominado La Alhambra, incluindo o vizinho El Generalife e o Albaicín, o antigo bairro árabe de Granada, cheio de estreitas ruas e pequenas praças.
VEJA A TRADUÇÃO
LITERAL DO GUIA OFICIAL DE GRANADA COM ALGUMAS ADAPTAÇÕES
Granada, uma cidade que, ao longo de seus 25
séculos de história, tem sido o orgulho de todos os que viveram, defenderam,
perderam e venceram.
25 séculos de Granada legaram à cidade, além de
seus nomes variados, seu caráter multicultural, sua diversidade de monumentos,
obras de arte sagradas e seculares, suas raízes e sua pegada visual e sonora
muito pessoal. Ibéricos, romanos, árabes, judeus e cristãos consideraram essa
Granada deles que hoje representa o ideal de diversidade e convivência.
Foto 7 - Fortaleza de Alcazaba na Alhambra - Um dos símbolos do caráter multicultural e diversidade de Granada que representa o ideal de diversidade e convivência. |
Desde o século XIX, Granada também tem sido palco
do ideal romântico para aqueles viajantes que se dedicavam ao turismo: o
americano Washington Irving, com seus Contos de Alhambra (1832), escritores
deslumbrados, artistas e músicos de sua geração, contando sobre esse lugar “De
magnificência bárbara” pela qual Victor Hugo também era apaixonado ou para
Chateaubriand. Assim, Granada renasceu como um lugar mítico, mistura de
história e lenda, inevitável para os viajantes de todos os continentes.
Foto 8 – Granada foi no início do século 18, palco do ideal romântico para viajantes que se dedicavam ao turismo, considerado um local de “magnificência bárbara”. |
Granada também foi homenageada por Manuel de Falla
e Federico García Lorca (Jardins del Generalife).
Na atualidade, Granada acolhe centenas hoje
milhares de visitantes todos os anos, com todas as portas abertas.
Orgulhosa de seu passado. Olhando para o futuro.
Bem-vindo
a Granada, a "Jóia Muçulmana" da Espanha!
Foto 9 – A Alhambra, o maior símbolo da Granada, deslumbrante ao por-do-sol, ressaltando o seu lugar mítico, mistura de história e lenda. |
E para fortalecer toda esta inspiração copia abaixo o
clássico GRANADA, de autoria de AGUSTIN LARA, interpretado por PLACIDO
DOMINGOS.
Veja o vídeo com legenda
em português: https://www.youtube.com/watch?v=ahel8dHeuuI
Granada, tierra soñada por mi
Mi cantar se vuelve gitano
Cuando es para ti
Mi cantar hecho de fantasía
Mi cantar, flor de melancolía
Que yo te vengo a dar
Mi cantar se vuelve gitano
Cuando es para ti
Mi cantar hecho de fantasía
Mi cantar, flor de melancolía
Que yo te vengo a dar
Granada
Tierra ensangrentada
En tardes de toros
Mujer que conserva el embrujo
De los ojos moros
De sueño rebelde y gitana
Cubierta de flores
Y beso tu boca de grana
Jugosa manzana
Que me habla de amores
Granada Manola
Cantada en coplas preciosas
No tengo otra cosa que darte
Que un ramo de rosas
De rosas de suave fragancia
Que le dieran marco
A la Virgen Morena
Granada
Tu tierra está llena de lindas mujeres
De…
Tierra ensangrentada
En tardes de toros
Mujer que conserva el embrujo
De los ojos moros
De sueño rebelde y gitana
Cubierta de flores
Y beso tu boca de grana
Jugosa manzana
Que me habla de amores
Granada Manola
Cantada en coplas preciosas
No tengo otra cosa que darte
Que un ramo de rosas
De rosas de suave fragancia
Que le dieran marco
A la Virgen Morena
Granada
Tu tierra está llena de lindas mujeres
De…
Foto 10 – Granada, tierra sonhada por mim...Não tenho outra coisa para lhe dar que um buquê de rosas, De rosas de suave fragrância (Agustin Lara) |
2 - GRANADA - DADOS GERAIS
Área:
88 km2
Localização
geográfica: sudoeste da Espanha.
População
de Granada:234.758 habitantes (2011)
Região
Metropolitana: 523.845 habitantes (2011)
Comunidade
autônoma que pertence: Andaluzia
Densidade
Demográfica (habitantes por km²): 2.667,7 hab/km2
Administração:
dividida em oito distritos, que por sua vez se dividem em 36
bairros
Destaque
da atividade econômica: Centro turístico importante, devido aos seus valiosos monumentos
histórico-culturais representativos e à proximidade da estância de esqui em Sierra Nevada, bem como da região histórica
das Alpujarras e
da área balneária mediterrânica - Costa Tropical.
3 - COMO CHEGAR E CIRCULAR
Granada está na região leste da Andaluzia, a 420 km de Madri, a 888 km de Barcelona e a 248 km de Sevilha.
No nosso roteiro pela Andaluzia, partimos de Ronda para Granada.
Os principais meios de chegar a Granada são:
De
avião
O aeroporto de Granada está a 17km do centro da cidade. Atualmente a
única companhia que faz voos para Granada é a Iberia, portanto, se você vier de
fora da Espanha, terá que fazer escala em Madri, Barcelona ou algum outro
aeroporto nacional.
De
trem
A estação de trem de Granada está a 1km do centro da cidade na Avenida de
Andaluces. Os ônibus locais nº 11, 3, 4 e 6 ligam a estação ao centro da
cidade. Só existem rotas diretas para as principais cidades da Espanha:
Barcelona, Madri, Valência e Sevilha.
No momento de nossa visita, não podemos utilizar o trem, pois as obras de
conexão do trem rápido estavam sendo realizadas.
De
ônibus
A rodoviária, um pouco mais distante do centro, mas com fácil acesso
através do ônibus nº3, oferece rotas nacionais e internacionais. Os preços e
destinos variam de acordo com a empresa, mas o ônibus é a forma mais barata de
viajar pela Espanha desde Granada.
O tempo de viagem entre Madri e Granada é de 4 horas e 30 minutos. De Sevilha a Granada o tempo de
viagem é de 2 horas e 30 minutos.
4 - COMER, BEBER E SE
DIVERTIR A NOITE
A gastronomia de Granada faz parte da tradição da cozinha arábico-andaluza, com
forte herança árabe e judia, com uso de muitos condimentos e especiarias, tais como cominho, coentro, noz-moscada, canela, amêndoa ou mel.
Foto 11 - Temperos e Ervas? Especiarias exóticas, aromas e sabores? Granada é o lugar! |
Além das tapas, entre os muitos pratos típicos de Granada
há quatro delícias que você deve conhecer os PRATOS TÍPICOS DE GRANADA:
- habas con jamón. As habas são um
tipo de feijão verde, carnudo, que é preparado na panela junto com pedaços de
presunto curado. Podem ser servidas com um ovo frito por cima.
berenjenas com miel. Beringelas fatiadas, empanadas e servidas com mel de cana.
- cazón en adobo. Caçao cortado em cubos, temperado e frito.
- piononos. Os piononos são o doce mais típico
de Granada. Originários de Santa Fe, uma cidade vizinha, o nome homenageia o
papa Pío IX. Consiste em uma fina lâmina de pão-de-ló enrolada como um minirrocambole
e banhada com uma calda.
Foto 12 – O doce mais típico de Granada – PIONONOS – em homenagem ao papa Pio IX. Experimente!!! |
Beber ótimos chás: Faz parte das raízes islâmicas de
Granada. A cidade está repleta de agradáveis "teterías", ou casas de
chá, onde você pode se sentar nas almofadas e desfrutar de uma grande variedade
de chás árabes.
Foto 13 – Teterias (Casas de Chá) - Granada está repleta de casas de chás como esta. |
Comer deliciosas tapas: Ao mesmo tempo em que
a arte do "el tapeo" é uma paixão nacional, Granada é uma das poucas
cidades onde se pode comer tapas grátis ao pedir uma bebida nos bares. Além
disso, as porções são caprichadas.
Granada oferece uma animada vida
noturna.
Sair "de
marcha" à noite: Granada possui uma população universitária animada. A vida
noturna é surpreendente e bastante eclética, com locais noturnos que vão desde
casas de chá a bares de rock, discotecas, lounges e muito mais.
Tapas e vida noturna: Em um país repleto de
bares de tapa, Granada reina absoluta. Ao pedir qualquer bebida em um bar, é
muito provável que você receba de graça deliciosas tapas, que podem ser de
queijo, azeitonas, jamón, peixe e muito mais.
O Mercado de San
Agustín é uma boa opção para conhecer a gastronomia local similar ao que se pode ver em mercados em outras
cidades da Espanha, que se abrem aos visitantes.
5 - MELHOR ÉPOCA PARA VISITAR E POR QUANTO TEMPO
As
recomendações para visitar a Andaluzia são as mesmas para todas as cidades da
Andaluzia e evite os períodos das grandes festas, quando tudo é mais caro e a
cidade fica lotada. Melhor visitar Granada na primavera (entre maio e junho)
e no outono (entre setembro e novembro), quando as temperaturas
são amenas.
ATENÇÃO, ATENÇÃO!
Assim que decidir visitar Granada, reserve o ingresso para a
Alhambra, um dos mais belos complexos arquitetônicos do mundo, construído pelos
árabes, a grande jóia da Andaluzia e da Europa.
Foto 14 - Detalhe 1 - Com certeza durante o dia, este magnífico e delicado trabalho de decoração nos Palácios Nazaries (Alhambra) seria melhor apreciado. |
Estar em Granada e não visitar a Alhambra é o mesmo que estar
em Roma e não visitar o Vaticano, guardada as devidas proporções.
Por conta da conservação e cuidados de preservação deste
único conjunto histórico-cultural de inestimável valor e da grande demanda de
milhares de visitantes, as visitas a Alhambra estão restritas!
Planeje o seu roteiro na Andaluzia e Granada em função de sua
reserva confirmada para a Alhambra, com pelo menos 3 meses de antecedência!
Para comprar ingressos: http://www.alhambra-patronato.es/
Foto 15 - Detalhe 2 - Com certeza durante o dia, este magnífico e delicado trabalho de decoração nos Palácios Nazaries (Alhambra) seria melhor apreciado. |
Não faça como eu que com dois meses de antecedência fui
reservar minha visita a Alhambra e fiquei frustada pois todos os ingressos já estavam
esgotados para a visita para os Palácios Nazaries, que são a jóia da coroa.
Consegui reservar a visita noturna, que é restrita a alguns ambientes dos
palácios.
Em
virtude do calendário de celebrações e festas bem populares é possível que você
queira participar e se planejar para visitar Granada em uma das comemorações
festivas, listadas abaixo. Mas atenção, prepare-se para enfrentar multidões e
pagar mais caro por isso.
ABRIL: Semana Santa: Os espanhóis
celebram a Semana Santa em toda a Andalusia. Apesar da intensa religiosidade
das comemorações - fiéis fazem a Via Sacra pelas ruas da cidade – há muita
festa nas ruas e o ambiente bastante animado.
Foto 16 - Imagens no interior das Igreja de San Pedro e San Pablo em Granada. |
MAIO: Las Cruces de Mayo: Como em toda a
Andaluzia Granada celebra o festival das Cruzes de Maio nas primeiras semanas
de maio. Enormes crucifixos decorados com flores coloridas são o ponto de
partida das festividades espalhadas pela cidade, com danças e músicas
tradicionais. Os nativos decoram as sacadas e pátios das casas com arranjos de
flores, criando o ambiente ideal para as festas.
MAIO-JUNHO: Feria de Corpus Christi: Outro
evento celebrado em toda a Andalusia, as festas de Corpus Christi significam
uma semana inteira de touradas e outras festividades.
NOVEMBRO: Festival de Jazz de Granada: Todos
os outonos, Granada organiza um dos festivais de jazz mais tradicionais da
Europa, com shows durante todo o mês e a participação de músicos espanhóis e
internacionais.
O
guia Espanha Total recomenda no mínimo dois dias para visitar Granada, abaixo
apresentados:
Um dia no centro histórico de Granada e em La
Alhambra. Um percurso pelo centro histórico da cidade, visitando várias
joias de Granada. De manhã são visitados o Corral del Carbón, o Palacio
de la Madraza, a Lonja de Mercaderes, a Capilla Real e a Alcaicería.
A tarde está dedicada à visita a espetacular La Alhambra, incluindo El
Generalife, o Palacio de Carlos V, os Palacios Nazaríes e a Alcazaba.
5988 Foto 17 - Interior luxuoso do Palácio da La Madastra, cujo nome significa escola, sede da primeira universidade árabe da Espanha. |
Um dia no Albaicín. O
passeio visita o labiríntico bairro de El Albaicín, incluindo a Real
Chancillería, El Bañuelo, a Casa de Zafra, a Casa de
Castril, a Casa de Horno del Oro, a Casa de Chapiz, para
finalizar com vistas espetaculares a partir do Mirador de San Nicolás e
uma visita ao Palacio de Dar Al Horra.
6
- INFORMAÇOES TURÍSTICAS
A
oficina de turismo de Granada fica No Corral de Carbón, calle Mariana Pineda (a leste da
catedral): Tel (+34) 958 221 022.
Você pode encontrar
um ótimo atendimento e farto material de turismo com dicas de serviços e
localização.
Visite alguns sites
que vão lhe ajudar a planejar sua viagem.
Oficial:
Outros:
7
- PRINCIPAIS ATRATIVOS E ROTEIRO
O
centro histórico, onde está a maioria dos atrativos, é bem compacto e pode ser
percorrido facilmente a pé. Para melhor orientação, no sentido nordeste –
sudeste, fica um dos principais corredores, formado pela Calle dos Reyes
Católicos e a continuação, chamada Carrera del Darro, que vai do Centro ao bairro
Albaicin e Sacromonte no sentido perpendicular corre a Gran Via de Colon, na
altura da Plaza Isabel la Católica, que liga a primeira a Avenida de La
Constitucion. É neste trecho mais antigo que se localizam os principais
atrativos.
Foto 19 - Carrera del Darro, caminho para o bairro de Albaicin, o antigo bairro árabe de Granada. |
Granada possui suntuosos palácios,
ruas estreitas e mercados que remetem às suas raízes árabes, de onde um dos
monumentos mais grandiosos e espetaculares é o complexo turístico Alhambra que
deve nortear todo o seu roteiro nesta cidade.
Como
chegamos em Granada, no fim da tarde, fizemos o seguinte programa.
PRIMEIRO DIA – TARDE E NOITE
BAIRRO DE ALBAICIN:
MIRADOR DE SAN NICOLÁS COM VISTAS PARA A
ALHAMBRA
Planejamos
ver o por-do-sol em um dos miradores e jantar em um dos restaurantes com
melhores vistas. E caso houvesse tempo, tomar um chá na Teteria Alfaguara no
Bairro do Albaicin.
Subimos
o bairro do Albaicin para chegar até o Mirador de San Nicolas, com excelentes
vistas para a Alhambra e apreciar o por-do-sol.
Fizemos uma visita rápida, na passagem para o Mirador, pelo
bairro do Albaicin, que exploramos melhor no terceiro dia pela manhã.
Foto 20 - Por-do-Sol no Mirador de San Nicolas, com excelentes vistas para a Alhambra, um lugar mágico. |
BAIRRO DE ALBAICIN
O
Albaicín, o maior e mais antigo bairro mouro da Espanha. O ambiente é bem
interessante, com suas ruas e ladeiras estreitas e tortuosas que possuem casas
de flamenco, cafés com terraços, muitos restaurantes e as melhores vistas da
Alhambra.
MIRADOR DE SAN NICOLÁS
Está localizado no alto do bairro Albaicín. Este miradouro, que leva o nome da igreja construída ao lado, é o melhor lugar para se apreciar as vistas da Alhambra e da Sierra Nevada ao fundo.
Além de ser o mirante mais conhecido de Granada, é um dos lugares
mais mágicos da cidade. Ele permite contemplar uma das vistas panorâmicas mais
espetaculares da grandiosa Alhambra de Granada, com seu Generalife (à
esquerda), os Palacios Nazaríes e o Palacio de Carlos V (no meio)
e a Alcazaba (à direita). Ao fundo, podem ser vistas as montanhas que
formam a Sierra Nevada.
Na praça do mirante está a Iglesia de San Nicolás, que foi
levantada no século XVI sobre uma antiga mesquita. Se o acesso à torre estiver
aberto, vale a pena subir para contemplar uma vista muito especial de Granada.
Entre os restaurantes com as melhores vistas estão o Huerto de
Juan Ranas, o Carmen de Aben Humeya, o Mirador de Morayma, o Estrellas
de San Nicolás e o Alacena de San Nicolás. Recomendo o Huerto de
Juan Ranas, onde jantamos.
Foto 23 - Restaurante Huerto de Juan Ranas, onde jantamos usufruindo da belíssima vista da Alhambra |
Foto 24 - Restaurante Estrellas de San Nicolas, uma outra opção para vivenciar esta hora mágica com vistas espetaculares. |
Outros atrativos próximos recomendados pelo Guia Espanha Total,
que não visitamos por falta de tempo:
MIRADOR
DE LA LONA (VISTAS PARA O CENTRO DA CIDADE)
É um dos mirantes do Albaicín que tem vistas para o centro da
cidade e não para La Alhambra. O nome do lugar remete a uma fábrica de lonas para a marinha, já desaparecida. O mirante permite
contemplar o centro de Granada, com a inconfundível silhueta da sua Catedral.
Também pode ser visto o Monastério de San Jerónimo. Aos pés do mirante
está o antigo bairro árabe de al–Senēd, conhecido hoje como Cenete.
MONASTERIO DE SANTA ISABEL LA REAL – Um dos
projetos mais importantes de Isabel la
Católica em Granada. A rainha
era seguidora fervorosa da Ordem dos Franciscanos e levantou um convento no
coração do bairro muçulmano, para moradia das freiras
franciscanas que chegavam à cidade. O estilo mais tarde foi denominado gótico isabelino.
PLAZA DE SAN MIGUEL BAJO - É uma típica praça
do Albaicín, rodeada por casas e pela Iglesia
de San Miguel Bajo. Como era habitual na época, a igreja cristã foi
construída, em 1530, sobre os restos de uma antiga mesquita.
SEGUNDO DIA - MANHÃ
O ponto inicial do roteiro foi a Plaza del Carmen.
PLAZA
DEL CARMEN
Foto 25 – O elegante prédio da prefeitura da Cidade (Ayuntamiento) na Plaza del Carmem, centro do poder político local. |
Centro do poder político local, onde se
destaca o belo prédio ocupado pelo Ayuntamiento de Granada, a prefeitura da
cidade. Delimitando a praça está a Calle Reyes Católicos, uma das mais
importantes ruas de comércio de Granada. No outro extremo começa a Calle
Navas, famosa pelos seus bares e restaurantes.
CORRAL DEL CARBÓN
Caminhe em frente e
você encontra a porta monumental que da acesso à antiga Alhóndiga Yidida,
renomeada Corral del Carbón quando Granada foi conquistada pelos Reis
Católicos.
Foto 26 - Porta monumental que dá acesso ao Corral del Carbón, antigo espaço de comércio e armazenamento de cereais. |
A alhóndiga era um
prédio público que servia de encontro para os comerciantes e seus produtos, e
que também servia de espaço para armazenar os cereais antes de serem vendidos.
Construída no século XIV, com uma localização estratégica, próximo da
Alcaicería (o mercado da seda) e da Mesquita Maior. No pátio interior, há três
andares onde estavam distribuídos os diferentes espaços da alhóndiga. No centro
do pátio há uma pequena fonte com água (diz a lenda) dos rios Darro e Genil,
os principais rios da cidade.
PLAZA ISABEL LA CATÓLICA
Fica no encontro de duas das avenidas mais
importantes de Granada, a calle Reyes
Católicos e a Gran Vía de Colón.
Foto 28 - Plaza Isabel la Católica, em homenagem a rainha do mesmo nome, um dos marcos referenciais mais importantes de Granada. |
No seu centro levanta-se um monumento que
representa a rainha Isabel la Católica recebendo do navegador Cristovão Colombo
os termos acordados da sua próxima viagem às Índias, com apoio da monarquia
católica. É o episódio da história espanhola conhecido como Capitulaciones de
Santa Fe.
Foto 29 – Monumento representando a rainha recebendo os Termos do Navegador Cristovão Colombo da sua próxima viagem às Indias. |
O monumento em bronze, do artista Mariano
Benllure, foi realizado em Roma em 1892, em comemoração aos 400 anos do
descobrimento da América.
PALACIO DE LA MADRAZA
O termo madraza significa
escola em árabe, e o palácio foi a sede da primeira universidade de Granada,
fundada em 1349 por Yusuf I, na
época da presença muçulmana na Península Ibérica.
Foto 30 - Sede da primeira universidade de Granada fundada em 1349 – Palácio de La Madraza |
Quando os Reis Católicos
reconquistaram Granada em 1492, foi estabelecido, através das Capitulaciones
para la entrega de Granada (os acordos assinados entre o sultão Boabdil e os Reis Católicos) que a madraza
continuaria funcionando como centro de ensino.
Alguns destaques são: o magnífico oratório muçulmano do
século XIV e o Salón de Caballeros,
salão nobre da prefeitura, com um magnífico teto mudéjar
LONJA DE MERCADERES
Espaço levantado em 1518 para servir de ponto de encontro entre
comerciantes, principalmente da seda, um produto muito importante na economia
de Granada. Aqui também se conferia a exatidão dos mecanismos de peso usados
nos intercâmbios comerciais.
Foto 31 - Lonja de Mercaderes, ponto de encontro de comerciantes de Granada. Do lado direito está a Capela Real. |
Na parte exterior do prédio, você vai poder observar, nos arcos
inferiores da Lonja, escudos da cidade. A parte superior está enfeitada com
símbolos dos Reis Católicos. Na fachada mistura-se o estilo renascentista e
gótico, estilo conhecido como plateresco.
ALCAICERÍA – ANTIGO MERCADO DA
SEDA
Ocupa o espaço do antigo zoco árabe, o mercado da seda. É um
pequeno labirinto de ruas estreitas ocupado por lojas de artesanato típico. Ela
foi fundada no século XIV em uma localização estratégica, próxima da Mesquita
Maior.
Foto 32 – Antigo mercado da seda, hoje ocupado por lojas turísticas. |
Nove portas, que eram fechadas à noite como proteção, davam acesso
ao mercado. Além do comércio da seda, na Alcaicería eram vendidos objetos de
prata, roupas e outros produtos delicados. Hoje a Alcaicería está ocupada por
lojas turísticas.
PLAZA DE BIB-RAMBLA
No coração do centro histórico encontra-se uma das
praças mais importantes - Bib-Rambla. A praça é de origem árabe, nome
herdado da porta Bab al-Ramla, na antiga muralha da cidade.
Durante a presença árabe em Granada, a praça era o cenário de festas. Mais
tarde, após a conquista cristã, foi utilizada para touradas e também para a
queima de livros condenados pela Inquisição.
Um bom lugar para dar uma pausa e almoçar.
A CATEDRAL
No coração da
cidade, fica grandiosa e bela Catedral. Em 1501, os monarcas católicos ordenaram
construir a catedral como um símbolo do cristianismo no local da grande
mesquita (Mesquita Mayor de Granada).
Foto 33 – Vista da imponente e grandiosa catedral de Granada, construída para ser o símbolo do cristianismo em Granada. |
A construção
imponente representa uma mistura de estilos, projetada como gótico (Enrique
Egas), foi construída como renascentista e a fachada, projetada por Alonso
Cano, é barroca. As imensas colunas da nave central causam espanto em relação à
escala humana.
Foi dedicada a
Virgen de la Encarnation e concluída em 1583.
Foto 34 – Fachada da Catedral de Granada, concluída em 1583, vista da janela do nosso quarto. |
CAPELA REAL
Ao lado da
catedral, na capela real, estão enterrados os restos mortais de Fernando e
Isabel, os "Reyes Católicos" famosos por financiarem a viagem de
Colombo ao novo mundo.
Alguns meses
antes de morrer, em 1504, Isabel I de Castela (la Católica) assinou juntamente
com o rei Fernando II de Aragão, a ordem de construir seu panteão em Granada,
em uma capela perto da Catedral. Mas até 1521, ambos ficaram enterrados
provisoriamente por anos perto de Alhambra, de onde os corpos foram
transladados para esta capela Real.
A capela foi
construída no estilo gótico tardio, conhecido na Espanha como isabelino.
SEGUNDO
DIA – TARDE E NOITE
LA ALHAMBRA DE GRANADA
La Alhambra,
principal construção árabe de Granada, é um dos mais belos complexos
arquitetônicos do mundo, um espetacular fortaleza-palácio muçulmano que nos
remete à história árabe da cidade. Os seus elementos construídos como tetos e
paredes trabalhados detalhadamente, lindas fontes, esculturas e vastos jardins
fazem da Alhambra o destino mais exótico da Europa e o mais visitado da
Espanha.
Foto 35 – La Alhambra é considerada um dos mais belos complexos arquitetônicos do mundo. |
O conjunto recebe o
nome pelos seus muros avermelhados. Em árabe, qa’lat al-Hamra’ significa
castelo vermelho. O complexo está localizado no alto da colina de al-Sabika, na
ribeira esquerda do rio Darro, no oeste da cidade de Granada e diante dos
bairros do Albaicín e da Alcazaba. O conjunto está localizado em um ponto
estratégico, com vistas sobre toda a cidade e a ribeira, rodeado por muralhas e
tem um formato irregular.
Foto 36 - Palácio del Generalife, parte do complexo, lugar de descanso dos sultões de Granada. |
Os primeiros
documentos históricos sobre La Alhambra são do século IX. Eles mencionam que
Sawwar ben Hamdun, no ano de 889, teria se refugiado na Alcazaba. Com a chegada
do primeiro rei da dinastía Nazarí, Muhammad Ibn Al-Ahmar (Muhammad I,
1238-1273), no século XIII, a residência real finalmente foi estabelecida em
La Alhambra. Este evento marcou o começo do período mais glorioso de La
Alhambra. Várias reformas e melhorias foram efetuadas até 1391.
Carlos V ordenou
a demolição de parte do complexo para poder construir o palácio com seu nome. A
partir do século XVIII, La Alhambra foi abandonada.
A cidadela árabe
compreende várias zonas distintas como a Alcazaba (fortaleza), o Generalife
(palácio de verão e jardins), o Palácio de Carlos V e os Palácios Nazariies,
coração da Alhambra e sede dos sultões, além da muralha. Nos palácios, viviam os
sultões com muito luxo e conforto.
Foto 37 – Parte do complexo da Alhambra, a fortaleza (Alcazaba), principal ponto de defesa da cidade, teve a construção original no século 11. |
Por conta do esgotamento dos ingressos, com
dois meses de antecedência, a nossa visita a Alhambra ocorreu em dois períodos
distintos:
À
tarde: Visita às áreas externas: Generalife com os
Jardins, o Palácio de Carlos V e a fortaleza (Alcazaba)
À
noite (22 horas): Visita noturna aos Palácios
Nazáries
VISITA DA TARDE
- EL GENERALIFE E
JARDINS
Era o lugar de
descanso para os sultões de Granada quando queriam fugir dos assuntos oficiais
do palácio. Os jardins são floridos e simétricos, com muitos espelhos d’água.
Foto 38 - Palácio del Generalife ao fundo com os jardins simétricos, floridos e espelhos d’agua. |
Ele ocupa as
ladeiras do Cerro del Sol, que conta com vistas completas da cidade (com ruelas
estreitas e casas brancas características da arquitetura islâmica) e dos vales
do rios Genil e Darro. A interpretação mais popular sobre o significado do nome
é de que seria o Jardim do Arquiteto (alarife).
Uma inscrição de
1319 explica que o jardim foi construído durante o século XIII e redecorado
pelo rei Isma’il I (1314-1325).
Foto 39 – O palácio El Generalife e os jardins do entorno, utilizados para descanso. |
Apesar da sua
proximidade com La Alhambra e do estreito relacionamento entre os dois
complexos, o Generalife não era considerado como parte do conjunto.
Jardines Bajos
Ocupam o espaço que existia entre o Palacio
del Generalife e a Alhambra.
Os jardins foram construídos ao longo do século XX. Em 1921,
quando o governo espanhol comprou o Generalife, a opinião pública foi
favorável à criação de um parque público no espaço que na época estava ermo.
Foto 40 - Os Jardins do Generalife, foram construídos ao longo do século 20, como um espaço público para recreação da população de Granada. |
O primeiro jardim que ficou pronto, em 1931, está situado na parte
mais próxima do Palacio del Generalife. É um jardim-labirinto, com roseiras e
ciprestes.
Em 1951, foi realizada uma ampliação, inspirada em um jardim
árabe, incluindo espaços com água e acrescentando mais ciprestes. O projeto
foi concluído em 1952 com um anfiteatro ao ar livre, onde é celebrado o Festival Internacional de Música y Danza de
Granada.
Foto 41- Os Jardins foram ampliados tendo por inspiração o paisagismo árabe, rico em fontes, espelhos d’águas e ciprestes. |
O Patio del Descabalgamiento, é a entrada
principal ao Palacio del Generalife.
A sua aparência externa é rural, como se fosse uma casa de campo e não um
palácio.
Patio de la
Acequia
A entrada no Patio de la Acequia é feita pelo
Pabellón Sur do palácio. Foi o pavilhão mais importante, mas hoje pouco resta
de sua fachada. Um espelho d’água do canal de irrigação da Alhambra divide o
pátio em duas partes. O espelho d’água está rodeado por pequenos jorros de
água e tem um piso de pedra nos lados.
Jardines Altos
Faziam parte da área do Palácio do
Generalife. Situados acima dele, ofereciam as melhores vistas do complexo. Seu
elemento mais destacado, além das vistas do complexo do Generalife, é a
Escalera del Agua, que conta com um corrimão por onde desce água dos canais de
irrigação da Alhambra.
- PALÁCIO DE CARLOS V
Na passagem para o Palácio de
Carlos V e Alcazaba, passamos pela Iglesia Santa Maria de la Alhambra.
A Mezquita Mayor foi derrubada após a conquista de Granada pelos
Reis Católicos. O local foi usado para construir a Iglesia Santa María de la Alhambra, que foi concluída no século
XVII. A igreja não tem particular interesse. Ela fica próxima ao Palácio.
6056 Foto 42 – Ao fundo, a direita, o Palácio de Carlos V, com obras iniciadas iniciadas no século 16, para servir de residência ao imperador Carlos V e sua família. |
As obras do Palácio começaram em 1527 e
foram concluídas unicamente em 1957, já no século XX, para servir de residência
ao Imperador Carlos V e sua família. O palácio é hoje a sede do Museo de la Alhambra (com
ingresso gratuito), focado na cultura e na arte hispano-muçulmana. e no andar
superior do Museo de Bellas Artes (com
ingresso pago).
Foto 43 – Fachada do Palácio de Carlos V, um gigantesco palácio renascentista que contrasta fortemente com os palácios nasridas elegantes e delicados. |
Webster descreve o Palácio de Carlos V:
E no meio de
tudo aquilo, um gigantesco palácio renascentista semelhante a uma praça de
touros construído pelo imperador Carlos V. Pesado e atarracado, era um
constante lembrete da conquista da cidade feita pelos avós dele, em nome da cristandade:
uma mensagem de afirmação de superioridade no coração de uma civilização outrora orgulhosa que
dizia: Isto é nosso”
O oposto do
palácio nasrida, elegante elegante e delicado!
- ALCAZABA
A fortaleza
Alcazaba, erguida na época das taifas, ainda no século 11, era o principal
ponto de defesa da cidade. O
complexo atual foi obra de Muhammad I,
que levantou as fortificações ao redor do antigo castelo e três novas torres:
a Torre Quebrada, a Torre del Homenaje e a Torre de la Vela.
Foto 44 – A Alcazaba, fortaleza e palácio, erguidos pelos árabes, ainda no século 11. |
Como resultado, a Alcazaba se tornou
uma verdadeira fortaleza, onde o rei estabeleceu sua residência. Seu filho Muhammad II também residiu na Alcazaba,
antes de mudar-se para os Palacios
Nazaríes. Depois, a Alcazaba foi utilizada unicamente como fortaleza
militar.
Foto 45 – Na Alcazaba, pisos e paredes de formas irregulares são resquícios das antigas moradias da guarda real e de suas famílias. |
Ao norte,
paredes e pisos formam figuras irregulares com casas de diferentes tamanhos mas
com estruturas similares. Eram as moradias da guarda real e suas famílias.
A vista do alto
é maravilhosa, permitindo contemplar a cidade de Granada, Sierra Nevada, a
ribeira e os vilarejos nas redondezas.
- PUERTA DEL
VINO
É a entrada
principal à Medina da Alhambra e servia para conectar o distrito residencial e
artesanal dentro da fortaleza amuralhada. É provavelmente uma das estruturas
mais antigas do complexo.
Foto 46 - Porta do Vinho, principal entrada para a Medina da Alhambra. |
Foi construída
durante o reinado de Muhammad III (1302-1309), apesar de da decoração das
fachadas ser de outros períodos.
Foto 47 - Porta do Vinho, construída no século 12 é provalmente uma das estruturas mais antigas da Alhambra. |
Neste ponto, termina aqui a visita da tarde a Alhambra. Voltamos a noite para visitar os Palácios Nazaries.
-
PALACIOS NAZARÍES
O conjunto conhecido como Palácios
Nazaríes representa o que é de mais valioso e característico da arquitetura
árabe.
Foto 48 – Conjunto dos Palácios Nazaries, o mais valioso e carcterístico da arquitetura árabe visto do Albaicin. |
Foto 49 – Conjunto dos Palácios Nazaries, o mais valioso e característico da arquitetura árabe, visto da Alhambra. |
Nota: As fotos acima foram capturadas antes da nossa visita a noite.
Sobre os Palácios Nazaries, Webster os descreve:
Sobre os Palácios Nazaries, Webster os descreve:
Alguma coisa em sua
forma, a elegância de suas colunas, aos pares, finas como agulhas, refletidas
em espelhos d’água ondulantes, seus textos de escultura delicada como cristais
de neve, as arcadas secretas e infinitos arabescos, despertaram uma força
incomum dentro de mim...
Foto 50 – O Pátio de Comares: “Elegancia de suas colunas...refletidas em espelhos d’água ondulantes...” |
Pujante e belíssimo,
como tanta coisa relacionada com a Espanha mourisca, o Alhambra também era uma
mistura bizarra - uma mescla de estilos e arquiteturas de diferentes eras,
tanto islâmicas, quanto cristãs.
Foto 51 – Detalhe 1 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos. |
Foto 52 – Detalhe 2 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos. |
Na verdade, os Palácios Nazaries estão formados por três áreas independentes. Os nazaríes foram a última dinastía árabe que governou na Península Ibérica.
1 - O Mexuar corresponde com a parte semi-pública do
palácio, ou selamlik, o lugar para a administração de justiça e dos
assuntos de estado.
2 - O Palácio de Comares era a residência oficial do
sultão.
3 - O Palácio de los Leones era a parte privada do palácio,
onde estava localizado o harém.
As três áreas se diferenciam não só pelas suas funções, mas pelos
seus estilos artísticos também. O Mexuar e o Palacio de Comares apresentam um
estilo típico muçulmano. Já o Palácio de los Leones tem influências cristãs,
provavelmente como resultado da amizade entre Muhammad V e Pedro I, el
Cruel.
O palácio
Alcazár Nazarí de Comares é marcado por belíssimos espaços, como o Patio de los
Leones, cercado por 124 colunas de mármore e uma fonte no meio, com 12 leões.
O grande espelho
d’agua do Pátio de los Arrayanes, que reflete com perfeição o céu e os belos
arcos do palácio, é um dos cartões postais do lugar.
A Sala de los
Abencerrajes é caracterizada pela decoração rebuscada. O teto, inspirado
geometricamente no Teorema de Pitágoras, é uma versão estilosa do céu.
Foto 53 – Detalhe 3 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos. |
Foto 54 – Detalhe 4 - Incríveis esculturas delicadas como colunas, arcos e paredes e tetos como cristais de neve e arabescos infinitos. |
Os seus pátios
são oásis e cheio de luz, as verdadeiras joias do lugar.
Pátio de los Arrayanes, no Palácio de
Comares, tem assoalho de placas de mármores, colunas com capitéis de formas
geométricas incompreensíveis.
Foto 55 – Detalhe 5 - Colunas com capitéis de formas geométricas incompreensíveis. |
Pátio dos Leões, no palácio do
mesmo nome, costumava ser o harém do rei. É um dos mais fotografados com seus
tetos de muquarnas intricadas,
semelhantes à stalactites de gelo e a
fonte central cercada por doze leões de pedra, parecendo animais de um
manuscrito medieval expandido em 3 dimensões.
Foto 56 – Pátio dos Leões, fonte central cercada por doze leões de pedra, parecendo animais de um manuscrito medieval expandido em 3 dimensões |
Como chegar a Alhambra: É possível fazer a subida a pé, mas achamos
uma grande perda de tempo, além do fato de que você já vai caminhar, e muito,
visitando o complexo de La Alhambra.
A linha de ônibus que sobe até La Alhambra é a C3. O ponto inicial fica na Calle Padre Suárez, bem do lado da Plaza Isabel la Católica, que foi
visitada no começo do roteiro. O ônibus é pequeno e conta com saídas
frequentes.
Desça no ponto final da
linha, Alhambra-Generalife, que
fica próximo da bilheteria do complexo.
Para comprar
ingressos: http://www.alhambra-patronato.es/
TERCEIRO DIA: MANHÃ
ALBAICIN (ANTIGO BAIRRO ARABE)
O bairro é completamente diferente de outras partes da cidade. Na
época muçulmana contava com 40 mil habitantes e 30 mesquitas. Quando os Reis
Católicos conquistaram Granada, todos os muçulmanos da cidade foram
transferidos para o Albaicín.
Foto 57 – Perspectiva 1 - Ruelas do bairro árabe do Albaicin, um mergulho no passado árabe de Granada. |
Com a posterior expulsão dos árabes, as mesquitas foram
convertidas em igrejas. Em 1994, a UNESCO o declarou Patrimônio Mundial da
Humanidade, reconhecendo seu rico conjunto de casas árabes integradas às casas
construídas seguindo o estilo tradicional da Andaluzia.
Foto 58 - Perspectiva 2 - Ruelas do bairro árabe do Albaicin, um mergulho no passado árabe de Granada. |
INÍCIO: Plaza Nueva,
no centro de Granada.
PLAZA NUEVA
Quando os Reis Católicos conquistaram
Granada, teve início uma série de reformas urbanísticas que mudou a cara da
cidade. No lugar ocupado pela antiga e pequena Rahbāt al–Hattābín, a “Praça dos Lenhadores”, foi aberto um novo
espaço no estilo da Castela, completa - Plaza
Nueva. Hoje a praça foi transformada em um ponto de encontro que reúne
ao seu redor muitos bares, hotéis e restaurantes.
REAL
CHANCILLERÍA
A Real Chancillería era um Tribunal de
Justiça foi construída pelos Reyes
Católicos em 1494, para tratar dos assuntos de justiça dos
territórios da coroa ao sul do rio Tejo. Sua primeira sede estava na cidade de
Ciudad Real. Mas a rainha Isabel quis
transferir a Cancillería para Granada. O Imperador Carlos V, neto dos Reis Católicos, começou as obras da
nova sede em 1531, finalizadas em 1587, já no reinado de seu filho Felipe II.
Foto 60 - Real Chancilleria, Tribunal da Justiça construído pelos Reyes Católicos em 1494. |
A fachada, que é a obra em estilo maneirista mais importante na
cidade de Granada, conta com dois níveis e três portas. No nível superior, uma
janela central está coroada por um grande escudo da Espanha e duas figuras que
representam a Fortaleza e a Justiça.
PLAZA DE SANTA ANA E IGREJA
Há dois elementos de destaque na praça. À
direita, a Fuente de Plaza Nueva,
uma das mais lindas de Granada, construída com pedra cinzenta.
Foto 61 - Igreja Santa Ana, construída no espaço anteriormente ocupado por uma mesquita em 1537. |
Na frente, a Iglesia de Santa Ana y San Gil. Sua construção começou em 1537,
no espaço ocupado anteriormente pela mesquita Jīma Almanzora. A única parte que restou da mesquita foi seu
minarete, convertido em campanário mudéjar.
IGLESIA DE SAN PEDRO Y SAN PABLO
Esta igreja nos estilos mudejar e renascentista foi
edificada no século 16 entre os anos de 1559 – 1567. No seu interior observe as
ricas imagens dos santos.
Foto 63 - Igreja de San Pedro e San Pablo, construída em estilo mudejar e renascentista. Observe a Alhambra no alto a direita. |
CARRERA DEL DARRO
Uma das ruas mais charmosas e fotografadas de Granada. A rua,
estreita e com algumas curvas, acompanha o rio Darro, sob o olhar da impressionante La Alhambra lá no alto. É a artéria principal que comunica o
centro histórico de Granada com o Albaicín, testemunha viva do passado árabe
da cidade.
Ao longo do caminho, você pode observar, em alguns pontos, você pode observar (à direita) a perspectiva da Alhambra, no alto da colina.
Ao longo do caminho, você pode observar, em alguns pontos, você pode observar (à direita) a perspectiva da Alhambra, no alto da colina.
Foto 64 – Carrera del Darro, que comunica o centro histórico com o bairro do Albaicin. |
EL BAÑUELO
Contem os
restos de um hamman, que eram os banhos públicos árabes, do século XI.
Granada chegou a contar com 21 banhos espalhados pela cidade. É um dos restos
arquitetônicos mais antigos da Granada muçulmana, salvando-se da destruição de
todos os elementos da cultura árabe que seguiu à conquista de Granada por
parte dos Reis Católicos. Eles foram fechados décadas mais tarde, pelo rei Felipe II, que considerou o Bañuelo um
lugar de pecado. El Bañuelo foi declarado Monumento Nacional em 1918.
CASA DE ZAFRA
No bairro, há várias casas ou palácios de
arquitetura hispano-mulçumano que merecem uma visita, se você tiver tempo, como
a Casa de Castril – onde hoje funciona o
Museo Arqueológico y Etnológico; a
Casa de Horno de Oro e a Casa del Chapiz. No entanto, escolhemos para
visitar a Casa de Zafra, que recomendo.
Foto 65 - Patio da Casa de Zafra, de arquitetura hispano-mulçumana. |
É um exemplo muito bem preservado de casa
hispano-muçulmana, dos séculos XIV e XV. E também a sede do Centro de Interpretación del Albacín.
A casa foi construída no século XIV, no período nazarí. Os nazaríes foram a última dinastia muçulmana em Granada,
até ser conquistada pelos Reis Católicos em 1492. Um convento (Convento de
Santa Catarina de Siena) foi construído ao redor da casa, mas ela foi
preservada.
PASEO
DE LOS TRISTES
Continuação da
Carrera del Darro. Em português: Passeio dos Tristes. Este era o lugar por onde
passavam os cortejos fúnebres a caminho do cemitério. Hoje, ao contrário, é um
lugar vivo e alegre, com as casas do Albaicín de um lado, e a impressionante Alhambra do outro. Uma
escultura, no começo do passeio, homenageia o bailaor flamenco Mario Maya (1937-2008), que
aprendeu sua arte dançando flamenco nas covas do Sacromonte de Granada.
Foto 67 - Paseo de Los Tristes – Escultura que homenageia o bailarino flamenco Mario Maya, que aprendeu a dançar nas covas do Sacromonte em Granada. |
IGLESIA
DEL SALVADOR
A Iglesia del Salvador foi
levantada no lugar que era ocupado pela Mesquita
Maior do Albaicín. A mesquita foi construída no final do século XIII por
árabes vindos de outras partes de Al-Andalus. Em 1936, a igreja foi destruída
por um incêndio e novamente reconstruída em 1950.
A nossa visita que inclui apenas o período da manhã, foi
finalizada com um almoço na Calle de las Teterias.
CALLE CALDERERÍA NUEVA / CALLE DE LAS TETERÍAS
(TETERÍA ALFAGUARA)
Passear pela Calle significa dar um mergulho na Granada mais
árabe. No passado, a Calderería Nueva era o endereço de ateliés que produziam
todo tipo de peças artesanais, entre elas os caldeirões que deram nome à rua.
Além das lojas, há várias casas de chá árabes (as teterías que
dão o apelido à rua). A Calle
Calderería Nueva termina na Calle Elvira.
A especialidade da Teteria Alfaguara são os chás, com um cardápio
variado que inclui chás árabes (o tradicional té moruno, típico de Marrocos, é
delicioso), além de chás orientais e outros tipos de infusões. A casa também
oferece pratos da culinária marroquina, como falafel, cous cous ou tajín.
Recomendo fortemente, apreciar os seus chás e pratos típicos.
Foto 68 - Interior e decoração árabe da Teteria Alfaguara, onde degustamos um delicioso lanche. |
Endereço: Calle
Calderería Nueva, 7. Abre de Segunda a domingo, 13h a 24h.
8 - OS MEUS FAVORITOS EM
GRANADA
Melhor conjunto urbano: Bairro
de Albaicin
Melhor passeio: Alameda
ao longo do rio Darro
Melhor vista do conjunto urbano: Dos miradores e de alguns pontos da Alhambra
Melhor ponto central: A
catedral
Melhor local de compras: Conjunto
de ruas comerciais, na Gran Via de Colon e Alcaíceria
Melhor experiência: La Allambra
Melhor experiência gustativa: Experimentar os chãs e temperos. Comer em um dos restaurantes do bairro de Albaicin.
Melhor espaço público:
Calle Reyes Católicos / Calle Del Darro
9 - CONCLUSÃO
Granada é mágica e marcada pela influência islâmica com fortes
registros e evidências da cultura árabe. A Alhambra possui um efeito mágico que
fascina e transporta para um mundo diferente, de deslumbramento e ausência de
tempo.
Segundo Webster, em Andaluz – Desvendando o Mistério da Espanha
Moura, a Alhambra simboliza não só Al-Andalus, mas o que há de melhor daquele
período de história do país; é uma das construções mais magníficas da Europa
inteira, bem como do mundo islâmico. Sem o Alhambra os mouros poderiam nunca
ter existido na imaginação da maioria das pessoas: como em um conto de fadas.
Com esta postagem termino a série do roteiro na Andaluzia!